Patty Santos - PS Livros 31/01/2015Eu quero maisAté que eu morra é o segundo livro da série Revenants de Amy Plum. Eu simplesmente sou apaixonada por essa série, li o primeiro livro no final do ano de 2013, e sinceramente, só não li Até que eu morra antes por falta de tempo. Quando acabei a leitura me arrependi amargamente de não ter lido antes. A mistura de Paris e Vicent é perfeita!!!
Em Morra por mim, o primeiro livro da série, somos apresentados há um novo tipo de sobrenatural, os Revenants, que são mortos-vivos ou zumbis, lindos de viver, que passam a eternidade salvando vidas humanas. Para os Revenants salvar humanos é algo parecido com um vicio ou uma necessidade fisiológica, os desmortos podem ficar anos resistindo à esta compulsão, e nesse período eles envelhecem igual a qualquer humano, porém quando morrem para salvar uma vida humana, os Revenants se regeneram e voltam a ter a idade que tinham quando morreram da primeira vez.
Difícil de entender? Vamos exemplificar. O Vicent, meu desmorto favorito entre todos, morreu aos 17 anos, e isso foi há 80 anos. Ele pode ficar anos sem se render a compulsão de morrer para salvar um humano, porém quando isso ocorre ele volta a ter a aparência que tinha aos 17 anos. Imagine um zumbi lindo, vivendo em Paris, romântico, charmoso, inteligente e apaixonado, que nunca perderá a beleza da juventude. Isso seria perfeito, se ele não tivesse se apaixonado por uma humana. Depois da morte prematura dos pais, Kate se muda para França para viver com os avós, e por conta do trauma não consegue encarar as inúmeras mortes do amor da sua vida, mesmo que elas sejam temporárias.
Em Até que eu morra continuamos a acompanhar a história de amor entre Vicent e Kate, e os esforços que ambos fazem para procurar um meio de ficarem juntos, sem que ela tenha que enfrentar a morte dele, e sem que ele sofra as consequências dolorosas de resistir à compulsão de morrer. Para alguém que é imortal, como Vicent, resistir à compulsão pelos próximos 70 anos não é um sacrifício tão árduo, diante da possibilidade de passar a vida com Kate, até que ela morra.
"Estou buscando uma forma de aliviar o sofrimento dele por resistir à morte. Para que ele possa resistir por mais tempo. Talvez por toda a minha vida - eu disse, mas em minha mente as palavras eram "Até que eu morra". - Não quero que ele sofra por mim."
A maldição do segundo livro passou longe de Até que eu morra, o livro é tão bom quanto o primeiro, além é claro do cenário. Paris, que é lindo e bem explorado pela autora, temos uma explicação mais completa do universo e da mitologia que envolve o mundo dos Revenants e de seus inimigos os Numas, que são os vilões da história.
O livro também é repleto de cenas de ação, com lutas entre Revenants e Numas. Não pensem que porque Kate é humana que ela fica longe de toda dessa agitação, nossa mocinha é destemida, ela recebe aulas de combate e não abaixa a cabeça ou se amedronta quando é necessário defender aqueles a quem ama. Porém ela também sabe ser chata quando quer. Eu não entendo o porquê ela não pode aceitar a natureza de Vicent? Não gosto do fato dela querer que ele mude por ela, que ele vá contra sua natureza por ela. Afinal amar não é aceitar a outra pessoa com suas qualidades e defeitos? Não é aceitar o pacote completo?
Os personagens secundários são tão bem escritos e acrescentam tanto a história, que eles mereciam um livro só pra eles, Jules e Ambrose fazem parte da estirpe de Vicent e são deliciosos, galantes, sinceros, amigos e fiéis, já disse que eles são encantadores?
O segundo livro, como o primeiro é narrado em primeira pessoa pela perspectiva da Kate, e como ela é apaixonada pelo Vicent, não tem como não se apaixonar por ele também. A leitura flui muito bem, os capítulos são curtos e isso dá um bom ritmo a história. É um livro muito rápido e fácil para ler.
A autora soube trabalhar bem com o mistério e a traição na trama. Os Revenants e os Numas vivem em guerra, e existe uma pessoa que está jogando para os dois times. E essa pessoa fará todo o possível para conseguir descobrir quem é o Defensor, que segundo a lenda é o escolhido para liderar os Revenants na guerra contra os Numas e conseguir a vitória, e elimina-lo. O final dá uma dorzinha no peito, uma angústia de não saber o que vai acontecer no próximo livro.
Não posso terminar essa resenha sem dar o devido crédito para a diagramação e a capa desse livro, um trabalho primoroso da Farol Literário, é sem dúvida uma das capas mais lindas que eu tenho na minha estante, a diagramação também está perfeita, as páginas são amarelas com um bom espaçamento e o tamanho da fonte nos permite uma leitura confortável.
Para quem curte um YA sobrenatural e está a fim de ler um livro delicioso, se aventurar por Paris e suspirar pelo romance do casal principal, eu indico a leitura de Até que eu morra, ele é perfeito! Eu já estou ansiosa pela publicação do próximo livro.
"Sem você, minha existência imortal, como você a chama, é só sobrevivência. É o que foi até hoje. Mas com você, Kate, não estou só sobrevivendo; estou de fato vivendo. Trocaria este segundo com você - fechou os olhos e encostou os lábios nos meus - por mil anos sem você."
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