spoiler visualizarCamila L. Oliveira 29/04/2020
O cronista
"Dirão os idiotas da objetividade que ele estava de salto alto, plumas, peruca, batom, etc. Mas era um artista. De peruca ou não, era um artista."
No livro "Somos o Brasil", Rodrigues nos conta da fúria do cantor de "Alegria, Alegria" e "É Proibido Proibir" como "um momento da consciência brasileira".
Neste episódio, Veloso reage com um discurso inflamado às vaias da plateia que interromperam a sua apresentação no 3 Festival Internacional da Canção Popular. "Vocês não estão entendendo nada!", daquela época, soaria hoje como uma discussão inflamada nas redes sociais - já polarizadas.
E o livro de Rodrigues não para simplesmente por aqui. Várias e inumeradas crônicas referem-se aos triunfos da "Geração Bossa Nova", como o tricampeonato mundial da seleção brasileira - e dos campeões mundiais de Boxe, Esgrima e Tênis, a transferência da capital federal, chegada do homem a Lua.
Um Brasil que não era tão apaixonado assim pelo futebol, mas quando se fala de Copa do Mundo, aí vêm a pátria em calções e chuteiras a dar botinadas em todas as direções.
Um sentimento de nacionalismo, que as nossas gerações já não a vêem mais nas chuteiras como antigamente (ou antes daquela goleada). Ou as vêem, quando o seu time favorito é campeão de um grande campeonato, claro.
Aquele Brasil retratado de uma maneira romântica, que hoje sabemos que não é tão romântica assim. Há suas dificuldades, suas diferenças, seus defeitos. Mas o autor nos avisa: "há todo um Brasil por fazer".