Quem Teme A Morte

Quem Teme A Morte Nnedi Okorafor




Resenhas - Quem Teme A Morte


60 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Queria Estar Lendo 02/05/2020

Resenha: Quem teme a morte
Quem Teme a Morte é uma fantasia afrofuturista de Nnedi Okorafor - mesma autora de Bruxa Akata - e publicado por aqui pela editora Geração. O livro nos leva por uma jornada através de uma África dividida pela guerra, onde uma garota considerada pária pode ser a única capaz de salvar o mundo.

Onyesonwu só entendeu porque todos a tratavam como uma pária aos 11 anos de idade. Foi quando sua mãe contou suas origens: ela não era filha do homem bondoso que estampava a única foto que sua mãe carregava durante os seis anos que viveram no deserto. Ela era fruto da violência, uma Ewu.

Ewu são crianças nascidas do estupro - uma das armas usadas pelos Nuru, o povo de pele clara que, de acordo com o Grande Livro, devem escravizar os Okeke, o povo de pele escura que ofendeu a Deusa Ani com sua tecnologia e destruiu a natureza. Okeke ou Nuru, todos eles acreditam que um Ewu está pré-disposto a violência. Portanto, acreditam que todos nascidos da violência só podem crescer para propagar mais violência.

Quando descobre sua origem, Onye faz de tudo para honrar a mãe e o pai - não o biológico, mas o homem que a acolheu e amou. No entanto, aos 11 anos, coisas estranhas começam a acontecer com ela - desde ficar transparente durante seu rito dos 11 anos até transformar-se em um pardal. E é nesse momento que ela descobre que também é um Eshu, uma pessoa dotada de poderes mágicos.

"Falhos, criaturas imperfeitas. É isso que nós dois somos, oga. É isso que TODOS nós somos."

No entanto, quanto mais crescem os poderes de Onye, mais perigo ela corre. E muito em breve ela descobrirá que os propósitos de seus poderes são muito maiores do que vingar a violência praticada contra sua mãe e tantas outras mulheres Okeke.

Eu confesso que comprei Quem Teme a Morte exclusivamente pelo preço, já que a sinopse mais me deixou confusa do que curiosa. Um tempo depois, li várias resenhas negativas e fiquei com um pé atrás. Ficou a impressão de que era um livro maçante, com uma história sem graça e que não cumpria o que prometia (no caso do Afrofuturismo, pois vi muitas pessoas que não tinham percebido a história como futurística).

Mas foi uma alegria sem fim descobrir que essa resenhas não estavam com nada.

Quem Teme a Morte é uma história que flui muito fácil e simples. Nos conectamos muito fácil com a Onye, que não é o tipo de personagem "folha branca" que muitas fantasias criam. Ela é teimosa, cabeça dura, emotiva e determinada. Ela é bastante sensível, ela ama forte e tem muito carisma. Me cativou muito fácil e bem cedo.

A história também foi bastante original e curiosa. A fantasia foi muito bem equilibrada com o romance, e Nnedi Okorafor explorou bastante os relacionamentos da Onye - com a mãe, o pai, Mwita, suas amigas Bita, Diti e Luyu, Ada e Aro... Ela tomou o cuidado de não dar nenhum papel de destaque que não tivesse uma função na história de Onye.

E quanto a questão do futurismo, eu acredito que as pessoas ainda se apegam muito a imagem de carros voadores e armas a laser como definição de "futurístico". Em Quem Teme a Morte, Nnedi Okorafor mostra uma sociedade que foi destruída - seja pela ira de uma deusa ou pelo impacto irreversível da destruição dos recursos naturais - e precisou recomeçar. Os computadores são apenas um resquício da sociedade avançada que, outrora, viveu ali.

Como eu já tinha visto na trilogia dos Espinhos, do Mark Lawrence, o futuro nem sempre é sinônimo de tecnologia avançada. Muitas vezes pode ser o que sobrou de uma guerra nuclear, por exemplo.

"Eu era jovem, mas odiava como um homem de meia idade no fim de sua vida."

Ler Quem Teme a Morte foi uma realização. A forma como a autora discutiu sexismo, estupro como arma de guerra, soldados crianças, a religião como justificativa para escravidão, exploração e morte foi muito bem feita. Todos os elementos do mundo atual que são inseridos e criticados dentro do contexto de fantasia foram muito bem construídos e tratados.

As personagens não eram, necessariamente, gostáveis, mas tinham um papel importante com suas aparições e suas ideias e ideais.

Em dado momento, quando o livro estava chegando ao fim, pensei que terminaria com um final mega aberto ou que teria alguma continuação da qual eu não estava ciente. Mas a forma como Nnedi Okorafor escolhe encerrar Quem Teme a Morte foi ousada, ainda que coerente com toda a história que pintou até ali. Desafio convenções clichês de fantasia e nos deixou pensando "e agora?" da melhor forma possível.

"O equilíbrio não pode ser quebrado, mas pode ser esticado. É aí que as coisas dão errado."

Gosto de pensar que Onye mudou o mundo para sempre.

Honestamente, se tiverem a oportunidade, peguem esse livro e leiam. E amem. Conheçam Onye, porque ela é maravilhosa e a história dela merece ser lida, é incrível. Uma fantasia que deixa muito livro cheio de hype no chinelo.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2020/05/resenha-quem-teme-morte.html
comentários(0)comente



Tom 01/07/2020

Quem tem a morte?
Não vou falar aqui da história desse livro. Ela é fantástica, potente e, apesar de ser uma história já contada muitas vezes, aqui se encontra sob uma forma muito original e cheia de vida.
Vou falar aqui sobre a escrita da Nnedi Okorafor nesse livro.
Tem muito tempo que eu não me interesso por coisas novas em ffc, e a razão principal é a escrita. Há no campo muitos autores que fazem mais do mesmo, explicam demais, mastigam demais a história e entregam uma experiência pasteurizada digna de um filme holiudiano, o que pode ser divertido, mas não me interessa.
A escrita de Okorafor aqui não é densa, mas também não é aquela coisa sem graça que vemos por aí, e ela faz algo que tenho sentido muita falta , principalmente nas literaturas ditas de gênero contemporâneas: respeitam a pessoa que lê.
Nem tudo é explicado à exaustão, nem tudo é esmiuçado, há coisas que aconteceram e foram contadas, já que é preciso lembrar que o livro se trata de um relato de um relato, e que cabe a quem ler entender ou não.
Eu gosto da experiência de terminar um livro sem entender tudo que aconteceu ali, sem saber tudo que aconteceu naquela história, sem que tudo fique explícito.
Isso significa que a história de Onye vai ficar comigo por um bom tempo, até chegar a hora de reler.

Recomendo muito esse livro.
comentários(0)comente



Nadson 09/09/2021

O livro tinha tudo para ser muito bom, porém a história é muito arrastada, persoagens chatos, além de ter alguns que não tinham o pq de existir na história, se encontrava ali só para tumultuar. O enredo achei raso e mal desenvolvido e nem um pouco explicativo, única coisa legal são alguns temas importantes que aparecem aqui e que também achei mal desenvolvidos.
comentários(0)comente



bia0:0 09/02/2024

Inovador
Olá, estou de volta. Mais uma vez falando da querida Nnedi Okorafor, tendo como livro da vez "Quem teme a morte: Onye e A Profecia."
Primeiro tópico que pra mim é de lei nos livros da Nnedi é o universo. Eu amo como ela representa muito bem a cultura do país, tanto das partes boas quanto das partes ruins. Eu acho as descrições dela tão singulares, não sei explicar mas eu adoro!!!! Um dos poucos autores que eu realmente consigo imaginar o que tá acontecendo, sem alterar muitas coisas.
Porém, falando do universo fantástico em si, deixou um pouco a desejar. Eu gostaria que tivesse mais descrições e explicações do que teve. Isso é o que eu penso. Não que o livro seja superficial em relação a isso, porque definitivamente não é, mas acho que para mim, ficou um pouco sem sal.
Já falando sobre o enredo, que história mais cabulosa!! Gostaria de deixar claro que é repleta de gatilhos. Tem descrições muito explícitas sobre estrupo várias vezes ao decorrer do livro. É uma história tão trágica e saber que ela tirou isso de acontecimentos que realmente acontecem no Sudão e em todo mundo é tão triste e revoltante ao mesmo tempo!!
Agora falando sobre os personagens, nunca tinha visto tanto personagens de personalidades marcantes em um só livro. Onye me irritou tanto durante o livro que só Jesus na causa. Ela é muito imatura e não pensa muito antes de agir, ela é o tipo de personagem que ou você ama ou odeia. Eu a amei, por mais que fiquei revoltada com ela uns 60% do livro todo. Já o Mwita é outro cabeça dura. A relação deles é um pouco peculiar mas já entendi que isso é comum nos livros da Nnedi. Vi gente dizendo que era dependência emocional mas não acho que seja isso. Eles podiam brigar a maior parte do tempo, mas se amava e se complementavam, um sempre cuidando do outro.
Sobre os personagens secundários, adorei a forma como ela os desenvolveu na dose certa, comparando a relevância deles na história(que não é pouca). Todos eles têm uma história e um desenvolvimento ok levando em consideração que são secundários.
Sobre o decorrer da história, em alguns momentos fica um pouco repetitivo, já que passa uns 20% deles só no deserto. Por mais que houvessem acontecimentos no deserto, ainda assim acho que enrolou de mais pra chegar no final.
E, já aproveitando a deixa sobre final, esse foi bem fraquinho ein. Eu tava tão empolgada mas aí o final chegou e foi desse jeito. Fiquei confusa em algumas cenas e até triste porque minhas expectativas estavam altíssimas.
No geral, eu super recomendo pra quem quer fugir do comum. Analisando o enredo em si, a premissa não é muito inovadora, mas acho que os elementos culturais adicionam uma camada mais profunda na história. A Nnedi foi uma revelação tão boa na minha vida que quero lê todos os livros dela!!!! Até a próxima.
comentários(0)comente



Coruja Leitora 08/08/2020

Grandioso
Estou espantada com a grandiosidade dessa história. Ela é imponente, e cheia de personalidade assim como a personagem principal. Achei algumas coisas um pouco difíceis de entender para poder me localizar em tempo e espaço na história por se tratar de distopia. Mas ainda assim, a grandiosidade desse livro é quase sufocante.
comentários(0)comente



Lara.Dias 19/11/2020

Representatividade. Feminismo. Afrofuturismo.
Esse é mais um livro de fantasia do que de ficção cientifica; então se você chegou aqui devido a sinopse, querendo ler um livro que descreve um futuro pós-apocalíptico, como essa hecatombe ocorreu, como as pessoas sobreviveram a ela, etc, você pode se frustrar. Essa história se passa sim num futuro pós apocalíptico, no entanto, a autora não explora os detalhes desse evento que parece ter ocorrido há muito tempo atrás.
Mas isso não torna a história menos interessante. Nesse futuro, ambientado nos desertos do Sudão, há um grande mito fundador sobre os povos okeke e os povos nuru registrado num grande livro, que justifica a opressão vivida pelos okekes, amaldiçoados pela Deusa Ani á escravidão.
É nesse contexto que conhecemos a protagonista Onyesonwu, fruto do estupro perpetrado por um feiticeiro nuru. Esta, descobre que possui poderes sobrenaturais e nutre o desejo de vingar a violência sofrida pela mãe. Ao tomar conhecimento das ações genocidas que os nurus começaram a empreender contra os okeke, Onyesonwu e seus amigos partem numa missão de libertação.
Esse é um livro de fantasia incrível que aborda temas pesados como abuso sexual, tortura, genocídio, racismo, mutilação genital feminina. Contém cenas de violência, portanto muitos GATILHOS. Não é um livro para crianças.
Quando comecei a ler, imaginei que geograficamente o livro se passava na Nigéria, porque, em sua peregrinação, as personagens saem do deserto e seguem rumo oeste em direção a Durfa, principal cidade do reino dos sete rios, na qual o feiticeiro nuru mora. Eu estava imaginando que eles saiam do nordeste da Nigéria, região de deserto do país, e seguiam direção sudoeste até o delta do rio niger. Ademais, também imaginei que o genocídio dos okeke era uma alusão ao genocídio dos povos igbo (grupo étnico dos pais da autora) que fazem parte da população da Nigéria.
No entanto, surpresa foi a minha em descobrir, que se tratava do Sudão! Assim que o genocídio retratado é uma alusão ao genocídio perpetrado por tribos árabes contra tribos das etnias Fur, Masalit e Zaghawa da região de Darfur, oeste do Sudão ( no livro Durfa é o nome da cidade nuru). Assim fez mais sentido a descrição da autora dos dois povos, os okeke como povos da pele da cor da noite e os nuru como povos da pele da cor do sol. Quanto as referencias geográfica sobre o reino dos sete rios, não há uma correlação real, pois não existe no território do Sudão uma bacia endorreica que forma um grande lago, ou um delta interior.
A parte dessas curiosidades geográficas, esse é um excelente livro sobre cultura, mitos, e costumes africanos; com uma protagonista feminina forte, que questiona os costumes machistas e racistas; e com um final surpreendente.
Recomendo demais!
comentários(0)comente



@lidosporwendy 04/01/2023

Uma leitura extremamente pesada
RESSALVAS: Já tive contato com os outros livros da Okorafor, mas esse é o de longe o mais difícil que li durante o ano inteiro. Ele tem vários gatilhos de violências, estrup* e mort*. E sinceramente não entendi porque ele foi classificado como literatura juvenil, por motivo desse livro abordar temas bem delicados.

O LIVRO: A capa só fez sentido para mim, após a leitura do livro, consegui entender o motivo das tatuagens na mulher em primeiro plano e de suas asas, e de como o deserto ao fundo e seus três viajantes. Sobre o papel ele é amarelado, boa gramatura e as letras estão em tamanho adequado.

SOBRE A HISTÓRIA: Essa é a história da vida de Onyesonwu, uma mulher Ewu e feiticeira, que faz um relato de toda a sua vida antes da sua morte chegar. A história se passa em um deserto africano, onde Najeeba, mãe de Onye, sai para uma peregrinação com outras mulheres Okeke e acaba sendo estrupad@, quando ela consegue retornar ao seu lar, o seu marido a rejeita e ela parte para o deserto e logo depois descobre que esta grávida, uma gravidez não desejada. Ela vive no deserto com Onyesonwu como nômade por alguns anos, e quando a criança fica maior elas passam a viver uma cidade chamada Jwahir, onde Onye passa sua infância e adolescência, mas as coisas não são facies para Onye. Pelo motivo de ser diferente dos demais, como uma Ewu sua pele, seu cabelo, seus olhos mostram quem ela é, e o povo não gosta de pessoas como ela. Após passar por um ritual de iniciação da vida adulta, o pai de Onye, um homem Nuru descobre a presença da sua filha, e não mete esforços no mundo físico e espiritual para matá-la. E assim Onyesonwu não mede esforços para se tornar uma feiticeira e rescrever a história do seu povo.

FINALIZANDO: Não é um livro fácil de ler, principalmente quando se falar das violências sofridas pelos personagens. Mas é um livro que te tira da zona de conforto, recomendo a leitura para pessoas que tem estomago para ler.
comentários(0)comente



J^! 03/10/2021

Romance distópico africano
Bem interessante o cenário em que se passa essa história. Algumas cenas são bem fortes e difíceis de ultrapassar. Mas chegar na beleza do amor e no desejo por um futuro melhor são um alento à alma.
comentários(0)comente



Kezices 12/10/2021

Gostei muito de "Quem Teme a Morte", livro de Nnedi Okorafor. A trama se passa em um futuro pós-apocalíptico na região que corresponderia hoje ao Sudão.

As personagens e as conexões entre elas são muito bem construídas, em uma trama original, que dialoga com muitos temas presentes no nosso mundo atual (por exemplo, estupro como arma de guerra, machismo, racismo, religião sendo usada para alimentar preconceitos, etc...). Mas também é um livro sobre resistência, amor e esperança.

As referências culturais, a força da protagonista e das relações das personagens, os questionamentos levantados e os elementos de fantasia muito bem delineados são outros pontos fortes do livro - uma das minhas leituras favoritas do ano.

O livro recebeu o "World Fantasy Award", em 2011.

Sem dúvida quero ler mais livros de Nnedi Okorafor!
comentários(0)comente



AliciaAraujo 17/09/2021

Incrível
Quando comprei o livro, o que me chamou atenção, de imediato, foi o título.

"Quem teme a morte" não é um título muito comum por aí e ao decorrer da história, foi explícito que Onye não segue o significado de seu nome.

Na verdade, ela é uma mulher forte, corajosa, que na luta por seu povo, abdicou dos seus interesses.

Fruto de um estupro causado por um feiticeiro Nuru, Onye era Ewu, tratada como lixo por Okekes e Nurus, sua existência significava violência.

O amor de Onye com Mwita é algo que me deixou encantada, Mwita é um dos homens mais perfeitos, sábios que eu já vi. Ele diminuiu seu orgulho, deixou Onye com seu protagonismo e ainda sim esteve ao lado dela em TODAS as vezes que ela precisou.

Luyu merece todos os aplausos do mundo por ser a mulher determinada, ousada e forte que foi. Não temeu, não desistiu, não abandonou. Esteve lá, cumpriu o rito e permaneceu amiga de Onye até o fim.

É um livro excelente, nos tira do conforto de uma amizade, um amor e uma vida perfeita. Ensina que riscos às vezes são necessários e que o egoísmo não te faz mudar o mundo.

Recomendo demais a leitura!
comentários(0)comente



Kawa 19/09/2020

que livro completo, tô inconformada, não fica NADA pra trás, tudo perfeitamente amarrado
o questionamento das religiões, os elementos de fantasia e de sci fi
só perfeição, leiam, um trabalho impecável
comentários(0)comente



Manuella 01/12/2017

AVISO DE RESSACA LITERÁRIA
Vi muita gente "reclamando" do livro pois, de acordo com os comentários, a sinopse não condiz com a história. Como eu não li a sinopse antes nem durante a leitura do livro, eu estava esperando qualquer coisa. Qualquer coisa, menos o que tinha no livro. Como eu posso descrever a experiência de leitura pra vocês... Não consigo colocar em palavras.
Estava entediada, esperando a tradução de Kate Daniel's 5, quando uma amiga mandou esse livro pra mim. Olhei a capa e desisti de ler na hora. Depois de uns dias resolvi pegar o livro pra ler (a amiga que me passou o livro só indica coisa boa rs) e logo no primeiro capítulo me vi envolvida com a história. Se pegar esse livro pra ler, se prepare, você não vai conseguir parar de ler. Não é uma leitura fácil. Não no sentido que a escrita não flui. Não. No sentido de que a autora aborda vários assuntos "pesados", pertinentes e muito reais. A história de vida de Onye é muito dolorosa e impactante. Dona de uma força de vontade incrível, Onye corre atrás do que acha ser importante para si. A história acompanha a história dela antes de seu nascimento até...
Leiam esse livro com a mente e o coração abertos, a história e os personagens são incríveis.
Ahh, eu peguei um ressaca literária imensa depois d leitura do livro!!
Babi 26/08/2019minha estante
Põe ressaca nessa! To ha dois dias só lembrando desse livro




Aguiar 29/08/2021

Um livro cheio de camadas e críticas sociais com um final impactante. Com tantos pontos altos como a mitologia, as referências culturais, os poderes, as relações familiares e a conectividade dos personagens.
Vale a pena ler e conhecer a autora.
comentários(0)comente



Carol 31/01/2021

Impressões da Carol
E-book: Quem teme a morte: Onye e a Profecia {2010}
Autora: Nnedi Okorafor {Estados Unidos, 1974-}
Tradução: Mariana Mesquita
Editora: Geração
412p.

Li "Quem teme a morte" para o clube da @lilieolivro. É o primeiro livro publicado pela Nnedi Okarafor, autora que cunhou o termo "africanfuturism" para designar obras de ficção científica/distopia/fantasia, voltadas à cultura e histórias africanas.

Nnedi baseou-se na Guerra de Darfur, no Sudão, que opôs os janjawid (milícia armada muçulmana) às minorias não-árabes. De 2003 até hoje, estimam-se 400.000 mortes, numa clara ação de limpeza étnica.

Em "Quem teme a morte", o cenário é um Sudão, num futuro indefinido, no qual a tecnologia é rudimentar e a magia se faz presente. É uma fantasia voltada para adultos, pois aborda temas delicados, como estupro, circuncisão feminina, violência e conflitos étnicos.

Onyesonwu, a protagonista, é uma mestiça, EWU, 'filha da dor' (sua mãe da tribo OKEKE foi estuprada por um homem da tribo NURU) e, por isso, desde criança é vista com desconfiança. Onye descobre que possui poderes e precisa aprender a lidar com eles e superar seus traumas para acabar com a guerra que devasta seu povo.

Vou começar pelos pontos que me desagradaram. O livro sofre com algumas 'barrigas' - capítulos em que nada ocorre; a personalidade de Onye é a mesma do início ao fim, não há um desenvolvimento aparente; o destino de alguns personagens soou gratuito; é possível que seja culpa da tradução, mas o texto é truncado.

Todavia, como primeiro livro da autora, há pontos bem positivos: o relacionamento entre Onye, sua mãe e seu padrasto; o casal protagonista; a amizade das meninas; o sistema de magia presente; o mundo que nos é apresentado. E a delicadeza e o cuidado com que Nnedi trata os temas pesados que citei lá atrás.

Em suma, "Quem teme a morte" atrai por escapar das narrativas distópicas centradas nos EUA, é uma ficção especulativa diferente do que estamos acostumadas a ler por aí. Afora ser um livro que entretém, um vira-páginas. Indico.
comentários(0)comente



beus 26/01/2021

Quem teme a morte: minha experiência
€ "Numa terra devastada por uma hecatombe nuclear, uma jovem e misteriosa mulher com o incomum nome de Onyesonwu - que pode ser traduzido como Quem teme a morte - descobre que tem superpoderes e foi escolhida para salvar a humanidade. Este seria um romance distópico como qualquer outro se não transcorresse na África e sua autora não fosse a surpreendente Nnedi Okorafor, elogiada pelo prêmio Nobel nigeriano Woyle Soyinka. Fantasias, batalhas, tradições e alta tecnologia, sonhos, visões, discriminação racial e sexual, tudo se mistura numa narrativa tensa e poética que confere uma nova linguagem para os romances do gênero."

O que posso falar pra vocês? essa sinopse me encantou quando achei esse livro (em um sebo) mas depois de ler vejo que é bem pretensioso e não mostra a grandiosidade real desse livro, mas o lado bom dessa sinopse é que deixa "todo mundo" curioso, ao menos comigo foi assim.

Vamos lá para os pontos que eu mais gostei:
œ’ A escrita nos envolve completamente e nos conecta com a personagem e também nos leva para o deserto e todas as cidades que ela passa, (e sim é contato por primeira pessoa, o que eu amo). De tão envolvente você sente empatia etnicamente e sente cada dor que é narrada pela personagem.

Aviso de gatilho:
contém estupro, e violência de vários tipos.
 €
œ’ O ponto principal que me faz gostar tanto é por causa desse gatilho emocional e tantos outros que são vistos e são críticas sociais MUITO importantes, que a autora conseguiu tratar naturalmente, porque assuntos como racismo, machismo, violência, entre outros estão tão impregnados nessa sociedade (e percebemos que na nossa também é assim), que falar sobre isso é algo normal, não apenas falar como debater.

Sobre a protagonista, a sinopse mostra pouca coisa, então como a nossa heroína é? totalmente diferente das heroínas que conhecemos ou que se é esperado.
œ’ Pra começar ela é de uma etnia considerada uma maldição, todos que colocam olhos nela se afastam com repugnância, ela sofre do começo ao fim esse racismo mas aprende a lidar com a sua diferença e o tempo todo vai contra tudo que dizem sobre ela(ao menos tenta né)€
PORÉM, ENTRETANTO... ela erra bastante, muitas vezes achei ela até irritante porque ela tem o mesmo defeito que eu: ser impulsiva, ela é guiada pelas suas emoções, mas o que mais admiro nela é sua determinação, sua cabeça dura (teimosa demais, amo), e sua lealdade com seus amigos.

’ Sobre seus amigos e a pessoa que ela ama, são personagens que de início você não consegue se conectar muito com eles e perceber suas personalidades mas cada um que fez parte da vida de Onye tem personalidade forte e única e vocês vão amar também.

œ’ A fantasia/magia em si se trata de forma natural, o romance também, é um equilíbrio perfeito em todas as narrações principalmente quando é uma crítica sobre racismo, sexismo, estupro e escravidão... é muito bem construído cada um desses pontos.
 €
– Quando você termina esse livro a sensação é que sua mente se expandiu um milhão, essa expansão de mundo (de imaginação também por conta da magia) e perceber a conexão com a nossa própria sociedade é algo muito surreal, vejo que esse livro entrou na minha vida para que eu tenha um entendimento maior, muitas vezes é desconfortável ler/ouvir e falar sobre coisas pesadas mas é tão importante entender e lutar para quebrar/destruir todas essas coisas que estão impregnadas em nossas culturas.

Quem teme a morte é uma história incrível que merece ser lida.

site: https://www.instagram.com/p/CIOzN1UAL5F/?utm_source=ig_web_copy_link
comentários(0)comente



60 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR