O homem que confundiu sua mulher com um chapéu

O homem que confundiu sua mulher com um chapéu Oliver Sacks




Resenhas - O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu


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Flávia Menezes 06/05/2023

UM SORRISO SEM O CORPO DO GATO DA ALICE. ?
?O Homem que Confundiu sua Mulher com um Chapéu?, é um livro que foi publicado em 1985 pelo renomado professor de neurologia e psiquiatria da Universidade de Columbia, autor de vários best-sellers que, em sua maioria, traz estudos de casos de pacientes que sofriam de distúrbios neurológicos.

Com um título que por si só já desperta a nossa curiosidade, este também encabeça um dos subcapítulos deste livro, onde Oliver nos conta sobre um paciente que literalmente confundiu a cabeça da sua mulher com um chapéu.

Contendo 24 ensaios sobre pacientes que perderam a memória, e com ela grande parte do seu passado, ou não eram sequer capazes de reconhecer pessoas e objetos comuns, esses relatos clínicos são divididos em 4 partes:

1-PERDAS (ou déficits) de funções neurológicas;
2-EXCESSOS ligados aos distúrbios excitados e produtivos;
3-TRANSPORTES que estão relacionados aos estados ?oníricos? e às ausências;
4-O MUNDO DOS SIMPLES em que o autor analisa casos de retardo mental e autismo.

Só para ilustrar uma situação, mas em 2000, os Estados Unidos registraram 1 caso de autismo a cada 150 crianças observadas. Em 2020, o número de casos saltou para 1 a cada 36 crianças (estatísticas emitidas pelo Centers for Disease Control and Prevention ? CDC). Esse é um número alarmante, e é uma pena que não tenhamos uma noção do quadro no Brasil, pois por aqui ainda existe muita dificuldade para que as famílias tenham acesso ao diagnóstico feito por profissionais especializados no assunto.

Quando eu iniciei essa leitura, e tendo em mente que se tratavam de casos que são anteriores a década de 1990, um dos meus primeiros questionamentos foi: será que hoje em dia, com o avanço da medicina e os exames de imagem muito mais modernizados e que permitem mais precisão diagnóstica, será que esses casos seriam mais facilmente diagnosticados ou continuariam a ser uma incógnita, tal qual o motivo por trás do aumento de casos de crianças com Transtorno de Espectro Autista?

Posso arriscar um palpite: mas acredito que alguns casos continuariam a ser uma incógnita, e um dos motivos pelos quais eu acabei lendo em paralelo a autobiografia de Bert Hellinger, é porque ele desenvolveu uma técnica que poderia trazer à luz algumas dessas perguntas que mesmo a medicina moderna deixa sem resposta.

A verdade é que a mente humana é uma verdadeira Caixa de Pandora, e entre o questionamento e a possibilidade de uma resolução, existe um abismo que só poderá ser transponível se estivermos dispostos a lidar com o desconhecido. E é exatamente isso que o Oliver Sacks nos mostra aqui, através do seu olhar norteado pela Fenomenologia.

Muito embora essa seja a minha abordagem escolhida (ou foi ela que me escolheu?), na época da faculdade (psicologia), eu nunca tinha compreendido com tanta clareza do que se trata avaliar um paciente através da Fenomenologia até ver o trabalho do Oliver Sacks. E aqui explico que se trata apenas de olhar para um fenômeno (a doença, por exemplo) tendo em mente à teoria (por exemplo, saber o que acontece no cérebro quando alguém tem um AVC- Acidente Vascular Cerebral), porém deixando um pouco o conhecimento de lado, para ouvir o paciente dizer o que ele sente, da forma como sente.

Pode parecer confuso isso, mas eu vou dar um exemplo: você e eu podemos, neste exato instante, estarmos com uma forte enxaqueca. Mas, o motivo pelo qual a sua enxaqueca começou, pode ser diferente do meu (exemplo: o meu pode ser por algo que comi, e você até porque forçou demais na leitura à noite, e tem mais sensibilidade à luz do celular), e a medicação que dará fim ao meu sofrimento, poderá também ser diferente da que fará a sua enxaqueca terminar. O que de fato é bem verdade, porque quando estou com enxaqueca só o buscopan faz passar, e não remédios como dipirona, ou neosaldina, como a maioria costuma tomar.

Um paciente não é a sua doença. Ele tem uma história de vida, tem uma família, e principalmente, ele tem uma identidade. E é aqui que o Oliver Sacks tem tanto a nos ensinar, mesmo que não atuemos em alguma área da saúde.

Digo isso porque é tão comum ouvirmos uma patologia sendo banalizada nos nossos dias atuais. Se você está triste é porque tem depressão. Se está agitado(a) é porque tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade). Se gosta muito das coisas organizadas tem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Se muda de humor é bipolar. E quem sofre de algum desses transtornos sabe bem como não são tão banais assim, e do quanto necessitam da nossa empatia para compreendermos a sua dor.

Uma das coisas mais tocantes neste livro, foi ver o quanto alguns pacientes incorporam a doença à sua personalidade. Como é o caso de quem sofre de Síndrome de Tourette, e começa a ver seus tiques e maneirismos como parte de quem é. E ser a sua doença, possui um enorme significado, que inclusive precisa ser trabalhado. Mas tudo isso, pede um olhar com carinho e de muito respeito. O que Oliver certamente tinha.

Esse não é um livro de histórias de ficção, mas de casos clínicos reais que foram analisados e tratados por olhares clínicos de profissionais especializados.E mesmo que você não atue em uma área da Saúde, esse é um verdadeiro convite para que você também possa exercitar essa palavrinha tão usada na atualidade: a empatia. Porque é uma forma de entender o que se passa na mente de uma pessoa que sofre de algum transtorno, e ver como é o seu sofrimento, sentindo como seria "calçar os seus sapatos".

Além disso, é um livro que fala muito sobre os problemas neurológicos que surgem com a idade avançada, e isso pode ajudar muitas pessoas a compreender o que se passa com seus avós ou até com seus pais (se já estiverem com idade avançada), ou até mesmo a se preparar, porque o amanhã, só a Deus pertence.

Espero que você possa dar uma chance a esse livro de título tão bizarro, mas ao mesmo tempo, que nos desperta a curiosidade, e nos faz querer entrar na mente humana e entender todos os mistérios que existem por trás de um órgão tão complexo, e tão singular que nem mesmo pode ser transplantado.
Dani 06/05/2023minha estante
Coloquei na minha estante, por sua causa amiga!


Flávia Menezes 06/05/2023minha estante
Amiga, assim você me deixa tão feliz! ? Mas de verdade, livro muito gostoso de ler, apesar de ser um não-ficção.


Douglas Finger 15/05/2023minha estante
Que legal que você leu esse!!


Flávia Menezes 15/05/2023minha estante
Li, Douglas! Você leu também? Quero ler mais coisas do Oliver!


Douglas Finger 17/05/2023minha estante
Foi o unico q eu li na adolescencia dele! Também quero ler outros! O filme desse livro é mto legal


Flávia Menezes 17/05/2023minha estante
Douglas, tem filme dele? Não sabia! ?


EduardaMariaGG 23/05/2023minha estante
depois de ler essa resenha tão magnífica só me resta devorar esse livro!


Flávia Menezes 23/05/2023minha estante
Eduarda, obrigada pelas palavras!! ? Mas leia sim! Ele é um livro interessante? porque tem uns casos que nunca imaginaríamos que isso aconteça. Mas essa é a mente humana: uma caixinha de surpresas! ?




Otávio 04/01/2021

Um olhar para além da doença
Além de trazer ao leitor médio diversos conceitos e curiosidades sobre doenças neurológicas, a grande qualidade de seus livros, e que é o seu maior diferencial, é tirar o enfoque da doença e se concentrar no humano. Os seus pacientes são muito mais que um amontoado de sintomas e limitações, são, antes, seres cheios de potencialidades e emoções.
Bia Souza 04/01/2021minha estante
A vontade que deu de ler obras dele. Nunca tinha ouvido falar


Otávio 04/01/2021minha estante
Eu comecei a ler porque havia me interessado pelas curiosas doenças neurológicas que ele aborda. Mas o melhor dele mesmo é sua sensível abordagem dos dramas de seus pacientes.


Bia Souza 05/01/2021minha estante
Que interessante! Verei pra ler




Gustav.Barbosa 20/12/2020

Oliver Sacks nos apresenta uma nova perspectiva na construção comunicativa da Medicina e, sobretudo, da Neurologia. Ele advoga uma retomada da tradição clássica do relato de caso, onde a história do paciente, que hoje é contada de uma forma cientificista e impessoal, seja relatada com uma abordagem mais literária, romanesca.
É exatamente essa visão que ele expressa neste livro, que é de fato uma elaboração antológica de casos singulares dentro da neurologia. Ele nos conta histórias íntimas, sensíveis e pessoais de pacientes presos no passado, que perderam o próprio corpo, ou ainda que não puderam distinguir e identificar qualquer objeto que seja, chegando até a confundir a própria esposa com um chapéu.
Este livro não é exclusivo aos aspirantes da Medicina. É muito mais abrangente do que isto. É um retrato sobre a singularidade humana vista sob o aspecto do "diferente" ou "não normal" aberto a qualquer um que se intreressar a pensar sobre.
Gustavo 27/12/2020minha estante
Você tem esse livro, mano? Me empresta pro ano que vem?..hehe


Gustav.Barbosa 29/12/2020minha estante
Claro, mano! Hahaha


Gustavo 29/12/2020minha estante
????




Luzinete 24/05/2012

Sacks, Oliver W., 1933. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu e outras histórias clínicas. Tradução: Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Oliver Sacks nasceu em Londres, formou-se em medicina e hoje reside atualmente nos Estados Unidos. Atua como professor de neurologia e autor de diversas obras conceituadas, entre elas, “Um Antropólogo em Marte” e “Tempo de Despertar”, que inspirou o filme homônimo com Robin Willians e Robert De Niro.
Em “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”, Sacks relata sobre diversos casos clínicos de seus pacientes que tiveram lesões ou um mau funcionamento do cérebro, em especial do hemisfério direito, isso porque ele fala que as síndromes desse lado do cérebro são menos distintas e perceptíveis do que os danos ocorridos no hemisfério esquerdo, já que as síndromes do hemisfério direito estão mais relacionadas com os distúrbios neurológicos que afetam a essência do indivíduo e sua sensibilidade emocional e psicológica. E é dessa relação que ele destaca no livro, síndromes que poderiam ser consideradas como uma patologia fisiológica no cérebro e, como tal, ser diagnosticada e tratada, quando possível, pela medicina como uma deficiência cerebral do sujeito, porém para Sacks, esses distúrbios são mais que isso, não são apenas patologias de um sujeito sem nome, mas sim histórias de pessoas que tiveram suas vidas totalmente modificadas por um distúrbio no cérebro. Para ele, não basta somente diagnosticar o caso, o importante entre a relação médico-paciente é “entender” como se processa esse distúrbio, e isso só é possível quando o médico acompanha de forma mais expressiva o cotidiano do paciente, investigando as causas aparentes e evolução desse distúrbio no mesmo. Conforme Sacks, infelizmente na atualidade vivemos um paradoxo, tendo uma medicina avançada tecnologicamente podendo mapear cada centímetro do nosso corpo, até mesmo do cérebro, reconhecendo onde está alojado cada enfermidade ou distúrbio na fisiologia do indivíduo, mas essa mesma medicina não o integra como pessoa, não consegue interagir com esse indivíduo como uma pessoa única que tem um nome, uma vida que está relacionada a essa patologia, e não somente um corpo dissecado pela ciência para analisar suas partes.
Assim, temos na primeira parte “Perdas”, que são as histórias de pacientes com lesão ou mau funcionamento das áreas gnósicas do cérebro que refletem em perdas das funções de interpretação do indivíduo, como no capítulo do Homem que Confundiu sua Mulher com o Chapéu que deu origem ao nome do livro, que lesou as áreas de memória visual e partes da área visual e não reconhece mais pessoas, lugares ou objetos, somente entende as formas abstratas e geométricas sem conseguir relaciona-las com suas memórias, o que nos permite dar sentido e emoção as coisas. Ou ainda, como no capítulo da Mulher Desencarnada que perdeu a capacidade de sentir todo o seu esquema corporal e se sente sem corpo, sem conseguir se relacionar com ele.
Na segunda parte, “Excessos”, são relatados os casos de pessoas que por um desequilíbrio ou lesão do cérebro passaram a exercer com exagero algumas funções, como no caso do paciente com Síndrome de Tourette com distúrbios que o levam a excitação das emoções e paixões em demasia, fazendo com que sinta raiva demais, alegria demais, exaltações que não consegue controlar normalmente, vivendo sempre no excesso de suas emoções.
Já terceira parte, “Transportes”, vamos conhecer casos de pessoas com anormalidades nos lobos temporais e sistema límbico do cérebro que os transportam através de suas memórias e imagens mentais para infância ou no mundo dos sonhos, como uma senhora um pouco surda e que passou a ouvir uma sinfonia particular constante no seu íntimo, do seu idioma natal, reminiscências de uma infância perdida e que não tinha acesso por bloqueios psíquicos, o que possibilitou á ela um resgate inestimável de um período de sua vida que achava não possuir.
E, na última e quarta parte, Sacks relata casos de pacientes com deficiência mental, a qual chama “O Mundo dos Simples”, e nos traz um universo maravilhoso de possibilidades, de pessoas consideradas incapacitadas socialmente e, no entanto, apresentam habilidades extraordinárias em outras áreas que não intelectual como, na música, pintura e no teatro. A cada caso, ele apresenta um paciente com uma habilidade específica e que nos deslumbra e emociona ao mesmo tempo, pois constatamos como o ser humano é único, maravilhoso e complexo.
O livro foi distribuído didaticamente por quatro partes, tendo cada uma os relatos de histórias de pacientes com distúrbios em comum, deixando o leitor a cada parte lida, estimulado e curioso para saber o que virá á seguir. Dessa forma também, fica mais claro o entendimento sobre as conseqüências desses distúrbios para os leigos por estarem agrupados dentro de uma mesma linha de raciocínio, o que nos permite uma análise e reflexão maior dos casos e como ainda se tem muito a aprender dessa máquina maravilhosa chamada cérebro, mas o que Sacks deixa claro nesse livro é a ligação desse fascinante órgão não só com o seu corpo e suas funções, como também, ou muito mais, com todo o seu campo emotivo e subjetivo que envolve esse ser humano.
Marquinho 03/08/2017minha estante
Excelente!


Fernanda.Eira 02/04/2020minha estante
Bom dia! Saberia me dizer se há diferença entre as edições?




Jeh 29/03/2021

Muito além de meros casos clínicos
Esse livro é esplendidamente esplêndido rsrs com toda a redundância da frase...
O teor dos casos contidos nele são o mais peculiares possível.
Mas vai muito além de simples casos clínicos de pessoas com déficits neurologicos, tão conhecidas ignorantemente por "loucas" ou "retardadas". O autor nos trás uma sensibilidade inimaginável sobres esses indivíduos e o sentimento que trazem consigo.
Nós elevando a um nível superior do "olhar" com outros "olhos" para as especificidades que há em cada um... Pois eles são seres tão humanos quanto os que se dizem "normais" e são perceptíveis ao rechaço que sofrem por serem "diferentes".
Sendo assim, só posso afirmar que este livro me tornou mais humana e certamente me influenciará positivamente em minha futura empreitada profissional. Me permitindo olhar o indivíduo como único, como um todo: um ser físico, social, espiritual e mental.

O Livro é dividido em 4 partes: Perdas, Excessos, Transportes e o Mundo dos simples.

Todos os casos são impressionantes mas os que mais me marcaram foram os 3 primeiros da 1° parte, o caso que leva o nome do livro "O Homem que confundiu sua mulher com um chapéu", " O marinheiro perdido" e "A mulher desencarnada".
Da parte 2: Witty ticcy Rayv, "A doença de Cupido" e Uma questão de identidade"
Da parte 3 não vou esquecerer jamais de "Reminiscência" e as 10 mais do cortex... Kkk e "Assasinato" que me intrigou por de mais...
E já da 4° parte "Rebecca" me arrancou lágrimas e "O artista autista" são inspiradores.

Super recomendo... 😉
Lay 05/04/2021minha estante
Gostei da visão. Quero ler, depois de ler o que você escreveu.


Jeh 05/04/2021minha estante
Eu achei um livro incrivel, extremamente sensivel e com casos extraordinários. Recomendo muito e fico feliz por te-la influenciado!




Gustavo 24/02/2021

UM EXEMPLAR DO QUE PODE UMA CIÊNCIA ROMÃNTICA
Sacks leva a cabo o conceito de Ciência romântica, apresentado por Luria. O livro divide-se em 4 partes, onde nos são apresentados diferentes casos clínicos no campo da neurologia. Na primeira parte são enfatizadas as perdas decorrentes de tais problemas neurológicos (perda de memória, tatibilidade, capacidade sensorial e outras); na segunda, os excessos são enfatizados (habilidades únicas, traços da personalidade que inflaram-se em decorrência de uma doença); na terceira, o que Sacks chamou de transportes (portais neurológicos que abriam os pacientes para experiências passadas e espirituais); na quarta e última parte, denominada o mundo dos simples, o autor nos convida a aproximarmo-nos de pessoas cujo mundo era profundamente voltado para o que é concreto, ausente de capacidade abstrata.
Em todo o livro, somos envolvidos dramaticamente aos casos relatados. Dessa interação com os personagens, resulta um deslocamento epistemológico (há importantes críticas aos paradigmas predominantes na neurociência) e uma abertura humana e espiritual.Por esse caráter, o texto extrapola ambientes acadêmicos e especializados.
Gustav.Barbosa 24/02/2021minha estante
????




Paula 08/03/2021

É um livro muito bom, cheio de reflexões muito interessantes e lotado de histórias incríveis e inacreditáveis!
Mas eu achei muito cansativo e repetitivo, tive muita dificuldade de acabar ele pq no final eu tava cansada já, acho que principalmente por causa das mil referências que ele cita o tempo todo.
Lup 10/03/2021minha estante
quem sabe um dia lerei!




Truga 11/03/2020

O livro é escrito em 1ª pessoa, um verdadeiro diário do Sacks durante o tempo que ele trabalhou como neurologista chefe em determinado hospital. Publicado em 1989-90, a grande maioria dos relatos é da década de 70 e 80. Em muitos trechos ele descreve os diálogos que teve com os pacientes, o que pensou e o que sentia na hora!
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Estrutura do livro: é dividido em 4 grandes seções, cada uma contendo algumas histórias/relatos do próprio Sacks sobre pacientes que ele atendeu ao longo da vida (ele faz muitos paralelos com a literatura, principalmente os trabalhos de Luria). Ao fim de praticamente todas as histórias, tem um trecho “pós-escrito” no qual o autor apresenta um “follow-up” do que ele relatou (as vezes passaram-se anos entre a experiência de Sacks com o paciente até a edição do livro)
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Os 2 primeiros blocos relatam casos obiviamente patológicos, ou seja, situações que apresentam claros excessos ou déficit neurológico (por N motivos) e que mais cedo ou mais tarde, o próprio paciente ou familiares notam que tem algo fisicamente errado e procuram ajuda.
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No 3º bloco, Sacks descreve casos de ‘percepção alterada’, ‘sonhos’ e que envolvam a ‘imaginação’ principalmente, e não é muito claro (nem imediatamente notável) o que está de errado fisicamente no cérebro. O último bloco relata trabalhos com pacientes com deficiências mentais (autismo, por exemplo)
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Minha percepção geral: o livro é leve, ALTAMENTE INSTIGANTE e as histórias são independentes (embora sacks faça referência aos casos já vistos no decorrer da obra). Ao final da leitura (e durante) você percebe o quanto o cérebro humano é incrível e quantas possibilidades ainda existem. São histórias reais, pessoas reais, vidas reais!
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➡️RESUMO: recomendo, leitura para distrair, dá super para ler com barulho ambiente, e apresenta várias referências para aquele papo de bar no qual você se imagina na pele daquela determinada pessoa...como é viver com uma amnésia total? Ou sem reconhecer rostos? Enfim, é ler para crer.
Fernanda.Eira 02/04/2020minha estante
Excelente! obrigada por compartilhar. Saberia dizer se há diferença de conteúdo nas distintas edições?




Leo 27/02/2020

Emocionante
O livro é uma compilação de casos clínicos. Porém, é válido ressaltar que não ocorre uma frieza técnica, sendo feita uma abordagem com empatia, por meio da qual é possível projetar as expressões faciais do médico diante de alguns transtornos exóticos.
Ana 28/02/2020minha estante
Um dos melhores livros que já li!
Boas leituras!




NYS 28/12/2011

Um livro inusitado
Qualquer pessoa se estranha com o título. Acha que é uma pegadinha e que provavelmente deve contar uma história qualquer. Tem um título grande, mas que explica tudo. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu é um livro fácil de ler, para quem tem interesse em devaneios da mente e para quem não tem também. As crônicas de um neurocirurgião e o que ele encontra em seu dia-a-dia contado de uma forma simples e carismática. São incríveis histórias realísticas com um ar da mais perfeita fantasia.

A primeira pessoa a me indicar esse livro foi um professor de Biologia que tive. Ele fez uma breve propaganda sobre ele e confesso que fiquei com vontade de lê-lo no mesmo instante. Na semana seguinte uma de minhas colegas apareceu com ele na sala. Como é um livro fácil de ler, a primeira vez que o li foi na escola mesmo, entre troca de professores e intervalos. Depois eu não consegui resistir, adquiri um. Valeu cada centavo.

Infelizmente acho que não consigo passar toda a empolgação de uma pessoa que o leu. Acho que deve-se falar com uma pessoa que tenha o livro, pois conversando, consegue-se sentir a empolgação mais do que palpável de quem leu essa e outras histórias do livro.
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skuser02844 01/03/2024

Doenças do cérebro
Um livro incrível sobre neurologia contado do ponto de vista médico. Trata-se das doenças que acometem o sistema nervoso tornando os pacientes confusos e debilitados devido a traumas ou problemas hereditários. A importância de procurar ajuda e o quanto é importante que a família acompanhe o paciente ajudando-o a se adaptar as suas novas limitações.
De início foi o título que me chamou a atenção e atiçou minha curiosidade. Entre informativo e engraçado foi mais interessante do que pude imaginar.
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Marcus 20/07/2015

Os mistérios da mente humana
Se ser "normal" já é tão difícil, um acidente ou disfunção mental pode tornar tudo muito complicado para o paciente e as pessoas que o cercam. Mas pode ser, também, que o paciente nem sequer tenha consciência de ser "diferente". E, afinal, o que é ser "normal"? Esse é o tema do neurologista inglês Oliver Sacks em O homem que confundiu sua mulher com um chapéu - e outras histórias clínicas. Lançado em 1985, o livro reúne 24 ensaios sobre casos de perda parcial ou total da memória e problemas mentais como o autismo.

Os casos são desconcertantes, como a da mulher de 27 anos e dois filhos que perdeu a consciência do próprio corpo: se estivesse sentada e fechasse os olhos, caía da cadeira. Só conseguia se mover com segurança se estivesse olhando para os pés ou para as mãos. Não tinha a capacidade de perceber o próprio corpo, sua localização no espaço, a posição de cada parte em relação às outras. Perdera a propriocepção.

Sem ser sensacionalista ou cair na armadilha do pieguismo, Sacks relata as histórias e tratamentos de pacientes que passaram por seu consultório. Como o caso da mulher de 89 anos que passou a viver uma euforia com a vida, e foi diagnosticada com "a doença do cupido", manifestação de sífilis neurológica contraída 60 anos antes. Ela pede para não ser curada, pois está feliz.

"Investigamos os problemas físicos e mentais de nossos pacientes, não os seus talentos", comenta o autor no caso da moça alienada criada pela avó. Após a morte de sua tutora, quando tudo poderia dar errado, a jovem já em tratamento se revela excelente atriz de teatro.

O neurologista e autor vive nos EUA há muitos anos. Além de grande médico e pesquisador, é excelente escritor; transforma as histórias clínicas não em curiosidades mórbidas, mas em relatos tocantes que, muitas vezes, questionam a própria ciência e instigam a reflexão. De sua vasta obra, li e recomendo muito também Um antropólogo em Marte, de 1995, que reúne mais casos clínicos extraordinários e contribui para demolir preconceitos. Você pode precisar confiar sua vida a um cirurgião, e gostaria que ele fosse um dos melhores, certo? E se soubesse que ele sofre de uma síndrome que o acomete de tiques mentais e físicos?

A obra de Sacks vem inspirando roteiristas e adaptações para o cinema. Tempo de despertar (1990), com Robin Williams e Robert De Niro, foi adaptado de seu livro lançado em 1997 que tem o mesmo título em português.

Oliver Sacks, que completou 82 anos de idade em 9 de julho, recebeu no começo deste ano a notícia de que tem apenas alguns meses de vida. Sofre com a metástase de um câncer em estágio avançado no fígado. Em 19 de fevereiro, publicou um artigo de despedida no jornal The New York Times, em que admite sentir medo, mas afirma que seu maior sentimento é de gratidão:

"Sinto-me intensamente vivo, e quero e espero, no tempo que me resta, aprofundar minhas amizades, dizer adeus aos que amo, escrever mais, viajar, se eu tiver forças, alcançar novos níveis de compreensão e entendimento."

Vale conferir a bela homenagem a Oliver Sacks feita por Maria Popova em seu site Brain Pickings.

site: www.blogbeatnik.blogspot.com
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Nena 13/02/2016

A mente humana é mesmo um labirinto. Esse livro aborda vários casos de neuropatias, dentre elas, agnosia visual e de desenvolvimento, anmésia retrógrada, propriocepção, paralisia cerebral, negligencia unilateral, afasia, síndrome de Tourette, síndrome de korsakov, anosmia, debilidade mental e autismo.
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