Navio Negreiro

Navio Negreiro Cesar Bravo




Resenhas - Navio Negreiro


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Sr. Machado 07/10/2016

“Navio Negreiro” e o terror da justiça em uma novela visceral de Cesar Bravo
Navio Negreiro se passa dentro de um presídio e tem como foco dois personagens: Santos, um dos presidiários e Manfredini, um dos policiais. Além desses personagens, a trama tem um cenário – um espaço do presídio – muito importante para seu desenvolvimento. Trata-se da cela em que Santos cumpria sua sentença. Digo cumpria, no passado, pelo fato do personagem ser morto logo no começo da história. Manfredini é o responsável pela morte de Santos, morte essa que acaba trazendo uma espécie de maldição para sua cela (por um motivo que você terá que ler para descobrir). A partir disto coisas terríveis começam a acontecer na cela e Manfredini se torna a figura principal da narrativa, tendo seu desenvolvimento diretamente afetado pelo que aconteceu no presídio. Paro de falar sobre o que a história se trata por aqui para não estragar sua experiência de leitura.

Navio Negreiro impressiona e eu explico o porquê disso. Embora seja uma novela – tipo breve de narrativa –, todos os elementos são bem desenvolvidos. Aqui eu gostaria de usar como exemplo a morte de Santos, primeira cena da história e uma das mais marcantes. Toda a violência da cena é contada em detalhes, tudo é exposto de forma que o leitor consiga imaginar aquilo por completo e, mesmo assim, a cena é concisa. Talvez a maior qualidade de Navio Negreiro seja essa: contar tudo em detalhes para que o leitor possa ficar com as imagens na mente e ainda assim manter a estrutura concisa que uma novela exige.

Outro ponto que destaco na narrativa é a questão da justiça e a forma como ela é abordada. A justiça às vezes falha. Ás vezes… É a frase que temos na capa, um subtítulo que indica uma das características que será bem desenvolvida durante a história. Em Navio Negreiro a justiça é cruel, pesada e surpreendente, criando assim todo o terror que envolve a obra. É exatamente essa justiça bem aplicada que torna a narrativa tão interessante. A novela acaba levando o leitor a refletir sobre as consequências que qualquer ato carrega, mostrando que aquilo que você pensou que poderia ficar para traz pode muito bem voltar para tirar satisfação.

Cesar Bravo prova mais uma vez ser um mestre do gênero, entregando uma obra que satisfaz do começo ao fim. O autor consegue – com muita competência – fazer tudo que um fã de terror espera; sua história é tensa e extremamente violenta, assusta por sua crueza. Algumas pessoas escrevem terror, mas poucas conseguem caminhar na linha tênue do gore como Cesar Bravo. Se em Além da Carne os contos demonstraram seu talento para o terror insano e visceral, Navio Negreiro prova de vez sua capacidade em desenvolver suas maiores características em diferentes formatos.

Espero que o pouco que pude compartilhar tenha sido o suficiente para pelo menos despertar seu interesse. O livro está disponível na Amazon por um ótimo preço para que você possa tirar sua própria conclusão. Dê uma chance para um autor nacional que escreve terror do mais alto nível. Leia, compartilhe comigo essa experiência. Tenho certeza que ainda vamos falar muito sobre Cesar Bravo e suas histórias.

site: http://bit.ly/CBNavioNegreiro
Cesar Bravo 13/10/2016minha estante
Valeu, Sr. Machado! Ler suas impressões é sempre um prazer. Resenha incrível, suas palavras alçaram essa novela a outro patamar ?
Abração




Marselle Urman 19/02/2016

Criativo como de costume
Em mais uma estória curta e brutal, um escroque chamado Manfredini ( talvez o pior filho da puta em uma longa série deles que já saiu da pena do César Bravo) cava sua própria cova...e um pouco além disso.
Antes disso ele prova um pouco do próprio veneno de "feitor", de uma forma que dá ao leitor um gostinho de que ele não ganhou mais do que mereceu.

O livro é cheio de cenas fortes ( não recomendo pra quem é de "mimimi") e muito bom.

Agora vem a crítica (que não é específica desse livro): Concedo a licença poética ao estilo Nelson Rodrigues / boca do lixo no qual o autor contextualiza seus terrores, mas acho que já passou da hora de dar uma maneirada nesse machismo...Toda garota adolescente é uma ninfetinha provocante, toda jovem universitária dá para o patrão, toda senhora é uma pobre sofredora sem auto estima carola de igreja e, na opinião do seu marido escroto, uma megera arrombada. De toda forma elas todas são majoritariamente decorativas e sem expressão no enredo.
Vamos dar uma mudada nesse cenário, meu amigo?


SP, 18/02/2016
Cesar Bravo 21/02/2016minha estante
Olá, Marselle! Bom ver você por aqui. Agradeço (como sempre) seus apontamentos e opinião sincera. Que bom que continua comigo.
Sobre suas críticas, bem, como você sabe, um livro tem muito do contexto do escritor (e de quando a obra foi escrita). Nas obras que você leu, sobretudo em 'Navio Negreiro', eu estava cercado por esse tipo de gentalha, rs. Sou um opositor do machismo e de qualquer outro "ismo", o que escrevo é uma crítica azeda a esses valores desprezíveis.
Mas se te deixa mais animada, teremos novidades surpreendentes em breve!
Forte abraço.




Samuel Simões 19/10/2015

Extremamente forte e absurdo
Um bom conto, porém extremamente forte..com cenas absurdas e muito sangue. Leitura muito rápida e fluida..

Cesar Bravo 24/10/2015minha estante
Hehehehe, objetivo alcançado.

Obrigado por ler.




Felipe 08/05/2015

Muito bom! Forte, violento e cativante
A história é muito boa, rápida e ágil. O livro é curto, fácil de ler em 1 ou 2 dias, dependendo tempo que você tem pra ler.
Possui ótimos personagens.

Cesar Bravo consegue criar uma ótima história, misturando bom humor, terror, suspense, sangue, coisas nojentas.

Uma dica: não leia a parte em que ele vai ao médico se você estiver no banheiro. Tive que parar e ler depois, hahaha, sério!

Parabéns mais uma vez ao Cesar Bravo, mais um ótimo livro. Sou fã.
Já estou ansioso para o próximo.

Cesar Bravo 26/08/2015minha estante
Grande Felipe! Cara, muito obrigado mesmo por ler, comentar e se manter fiel às minhas obras. Te devo um livro autografado (rs, mais um).




Rusbis 27/04/2015

Confiram a resenha de "Navio Negreiro" no canal literário do youtube Ler Vicia:

site: https://www.youtube.com/watch?v=CUyffawybeo
Cesar Bravo 26/08/2015minha estante
Rubens, meu amigo. Sua resenha ficou excelente, a resposta da rede foi magnífica. Não tenho ainda como lhe agradecer por todo esse empenho. Mesmo assim, agradeço, com todo meu coração sangrento!




Raul.Otuzi 19/02/2015

Uma história que se passa em um presídio. Deve ser por isso que prende o leitor até final.
Navio Negreiro conta a história de Manfredini, um guarda sádico.
É uma trama que se desenvolve de maneira envolvente, sem artimanhas fáceis.
Não leia se você espera liçõezinhas de moral.
Não leia se você quer água com açúcar.
Não leia se você tem estômago fraco.
Leia. Caso você goste de personagens bem construídas.
Leia. Caso você aprecie uma linguagem crua, visceral.
Leia. Caso você aprove a provocação, o asco, o visco.


site: www.raulotuzi.wordpress.com
Cesar Bravo 27/02/2015minha estante
Grande Raul! Sábias recomendações.
Valeu por ler e comentar por aqui. Abração parceiro!




Samuel.Calmon 29/04/2014

À Espera de Um Milagre versão Cesar Bravo
Navio Negreiro é a última obra publicada pelo autor brasileiro (e nosso parceiro) de terror, Cesar Bravo. Sendo sincero com os leitores, sinceramente não sei qual é a classificação planejada pelo autor para o livro, se ele é um romance ou um conto, já que, apesar de curto tem mais de sessenta páginas. Apesar de poucos personagens, é uma história consistente, com começo, meio e fim. O importante é: a classificação não é importante. Mais uma vez o autor mostrou que ninguém sabe fazer terror como ele no Brasil em mais uma de suas obras que, na minha opinião (e vocês podem ver isso nas minhas últimas resenhas sobre o autor), ele é uma referência desse tipo de literatura.

Boa parte da história se passa dentro de uma prisão, conta algumas das peripécias (apesar de essa ser uma péssima palavra pra eu usar sobre um livro de terror, que ela fique por aí mesmo) dos detentos atuais e antigos do estabelecimento, além da relação deles com os funcionários e dos próprios funcionários entre si. É assim que aparecem dois dos principais personagens da história, o carcereiro Manfredini e o deterno descendente de uma família que era envolvida com magia e contato com espíritos, Midnight.

Wilbor sacou um cigarro de menta do bolso da camisa suada e acendeu com seu isqueiro prata.

"Coisa de viado", pensou Manfredini que só fumava Belmont acendido com Bic.

O foco da história é a partir da morte do detento Santos, o homem que era o "negociante" entre os prisioneiros, conseguia artigos proibidos na prisão, e sua morte (provavelmente um assassinato) numa cela que já tinha antecedentes desse tipo, causa grande alvoroço dentro da prisão. Depois disso, todos começam a perceber, nessa tal cela (a difamada cela 19) alguma movimentação estranha, mesmo sem detentos ali. Sombras que apareciam nas paredes e sujeiras que ninguém conseguia limpar.

Sexo anal, sangue e sodomia. Porque esse é o cheiro que todo presídio tem.

Desconfiando do que poderia acontecer, Midnight, relembrando as tradições de suas famílias, tenta algum contato com uma possível entidade que estivesse naquele lugar (talvez devido às mortes infames que aconteceram lá). O grande problema é que esse contato é interrompido, e todos os envolvidos sofrem as consequências de tal situação. O resto da história é contando os efeitos que essa entidade trouxe para aqueles que brincam com a vida.

A verdade às vezes cheira mal, chefe.

É uma história que me fez pensar, no começo: "é a primeira vez que leio algo do Cesar que não seja sobrenatural", afinal, o começo, narrando a vida nos presídios, me fez lembrar obras como a que inspirou o filme Um Sonho de Liberdade, do Stephen King. Porém, conforme as páginas passavam, a intenção da obra foi mostrada e ela tornou-se muito interessante, principalmente na narração de todos os efeitos da maldade do homem sobre ele mesmo. É como se tudo aquilo fosse uma metáfora, o homem que faz o mal sofre o mal. Aqui se faz, aqui se paga. É esse o brilhantismo do terror do Cesar Bravo, nem sempre é pra meter medo, às vezes é pra você vomitar (o que é muito mais legal).

Com ainda mais referências à sociedades africanas (além das religiosas, representadas por Midnight) que, inclusive, dão título à obra, Navio Negreiro com certeza não é melhor texto do autor (do qual sou fã), afinal de contas, algumas de suas outras escrituras são absolutamente incríveis, no gênero de horror, mas tem seus - muitos - méritos. É uma grande obra, com simbologia e força para prender o leitor, como sempre tem.

Cabeça erguida é coisa de homem livre, não dos vermes.



site: http://coupleliterario.blogspot.com.br/
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