Lori 29/01/2015 Quando eu comecei a ler este livro, eu realmente não sabia se iria gostar da estória, me apegar aos personagens ou até torcer por eles. A própria protagonista inicia o livro se autointitulando uma vilã. De fato, eu decididamente não sabia como me sentir a respeito de várias situações aqui retratadas. Mas, apesar da trama em si não ser o tipo de estória que normalmente me atrai, confesso que não consegui colocar este livro de lado e ao final eu estava indubitavelmente torcendo pela heroína.
Que jogue a primeira pedra aquele que nunca se apaixonou pela pessoa errada. A verdade é que quando nós somos confrontados com decisões que inexoravelmente irão ferir alguém, não importa o que escolhemos... nunca haverá um certo e um errado.
“Love, in English” é a estória de uma mulher que vive a sua vida de forma audaciosa. Mas, a sua atitude despachada e despreocupada na verdade é uma fachada que esconde uma garota perdida, que embora tente agir e fazer a coisa certa, parece sempre acabar tropeçando.
A narrativa começa com Vera Miles em Londres, a caminho da Espanha. Ela tomou coragem e decidiu passar parte do seu verão ensinando inglês de conversação à um grupo de pessoas de negócios, em vez de fazer um estágio em seu curso de astronomia. Com um passado regado de sexo e drogas, e uma pele coberta de piercings e tatuagens ela já tinha se acostumado as pessoas lhe olharem com desdém. A verdade é que ela se sentia como se não pertencesse à lugar nenhum. Mas, tudo isso muda quando ela chega na Espanha e conheceu um grupo eclético de pessoas e um indisponível mas completamente irresistível espanhol.
Atrasada para pegar o ônibus, que a levaria juntos com os espanhóis e os outros anglófonos para o Resort onde eles passariam o próximo mês de suas vidas aprendendo e ensinado inglês, Vera se senta na única cadeira vaga, ao lado de um homem mais velho de terno caro e elegante. Um homem que, a pesar de não ser nem de perto o seu tipo usual, fez seu sangue ferver. Bronzeado, musculoso, com incríveis olhos escuros e exalando sexualidade e mistério, Mateo Casalles fez o corpo de Vera estremecer com apenas um olhar. Isto até ela avistar o anel em sua mão esquerda e decidir que ele definitivamente não fazia o seu tipo. Incentivados pelo coordenador do curso a conversar entre si, Vera coloca de lado a atração que sente e começa um conversa casual. O diálogo entre eles flui de forma fácil e as brincadeiras entre os dois veem de forma natural. E, ao fim das três horas de viagem, uma conexão entre eles é formada.
Com o passar dos dias, as inocentes brincadeiras de Mateo se tornaram flerte e a química entre eles começa a ficar cada dia mais difícil de negar. Tudo em Vera parecia atrair Mateo, sua vivacidade e sua ousadia. E para Vera, havia algo nele que a fazia se sentir aceita, especial, cuidada e linda. Contudo, Vera sabia que seus sentimentos não eram... adequadas – por assim dizer. Mas havia algo sobre o lugar aonde eles se encontravam que parecia atrair um ao outro. A impressão que eu tinha é que eles estavam no Big Brother, onde o seu mundo se torna só aquele lugar, com aquelas pessoas. Quando o seu universo se torna tão restrito, e você acaba passando todas as horas de seus dias com as mesmas pessoas, é difícil não criar relações de afeto ou até mesmo se apaixonar por uma pessoa que normalmente não chamaria a sua atenção fora daquele ambiente. Eu fiquei me perguntando se eles realmente se renderiam ao desejo tão evidente entre eles. E se eles assim o fizessem, será que isto duraria fora daquele universo? O que eu posso dizer é Karina Halle foi brilhante ao descrever todas as dificuldades advindas de uma estória tão delicada, dando uma incrível plausibilidade ao enredo.
Ao começar a ler este livro, achei que leria uma estória sobre traição e arrependimentos. Mas, na verdade esta é uma estória sobre amor verdadeiro, e o que você arriscaria por ele.