@apilhadathay 11/10/2010
Caixa de surpresas
Ao concluir a última linha de Ondina, tudo o que pude pensar foi "Que história de amor deliciosamente conturbada!"
Ondina (1811) é um conto de fadas da mitologia germânica - o mais adorável dos contos, para Goethe; está na literatura para maravilhar quem diz que não se surpreende com mais nada. É uma caminhada em expectativa, por uma floresta silenciosa e agourenta, onde a magia, literalmente, toma forma.
Um casal sofreu a perda da primeira filha, que foi levada pelo rio ainda bebê. Misteriosamente, uma outra menina é trazida à família do velho pescador, pelo mesmo rio: Ondina. Ela cresceu como filha adotiva do casal, sendo um personagem bastante peculiar: atrevida, forte, decidida e sem freio de língua - características com que conquistava quem cruzasse o seu caminho.
Um jovem cavaleiro perdido, Huldbrand, surge na floresta em que os pescadores e sua filha vivem. Um sentimento acaba surgindo entre ele e Ondina, da forma mais natural possível, enquanto ela o conquistava um pouco por dia, com seus encantos joviais.
Ondina é, na verdade, uma ninfa das águas, fato que só revelará ao homem amado posteriormente. Sua natureza flutua entre o belo e o maligno, no decorrer da história, especialmente quando do surgimento de histórias e familiares dela.
A história começa a mudar de rumo quando é encontrada a filha do casal, que já tem, aproximadamente a idade da filha adotiva: um sutil triângulo se esboça e leva a um final inesperado.
Fiquei maravilhada com as atitudes e amadurecimento de Ondina, e com as implicações de seu casamento com Huldbrand.
Leio e recomendo.