Bia 08/11/2014Resenha: Graham"Nunca julgue um livro pela capa."
Esse ditado se aplica em muitos livros. Alguns as capas são horrendas, e a história perfeita. Outros, totalmente o oposto.
Ao visitar o blog parceiro Geração Leitura, me deparei com uma capa perfeita. Sem ao menos ler a sinopse, já queria aquele livro na minha estante... Então li a sinopse, o release e descubro que, além de parecer se tratar de uma história perfeita, o livro é 100% "made in Brazil".
Assim, cheguei a conclusão de que, não teria somente o livro na minha estante, mas o nome do autor estaria na minha página de parceiros. E com a ajuda do Dri, consegui atingir meu objetivo.
E sabe, as vezes julgar um livro pela capa pode ter um resultado maravilhoso.
"Será que acreditariam se lhes dissesse: sou Peter Graham e sou um caçador de vampiros?"
Peter Graham é um frio e calculista caçador de vampiros.
Estamos nos dias atuais, e descobrimos que realmente vampiros existem, porém não brilham na luz do dia e não são nenhum pouco românticos.
Eles matam, sugam o sangue de suas vítimas e até deixam vestígios de sua existência, mas são poucos que creem. E Peter as mata com prazer. Odeia completamente esses seres.
Tudo bem até ai. Existem centenas de caçadores que amam matar vampiros, sendo eles bonzinhos ou não. Mas acontece, que Peter demonstra ter motivos para odiá-los tanto. E qual seria o motivo para tamanho ódio?
O autor consegue deixar "algo" no ar, que nos deixa totalmente curiosos. Assim, passei a analisar o protagonista: jovem, completamente sozinho, extremamente rancoroso.
Desejei saber sobre seu passado. E, como se ouvisse meu pedido, o autor começa então a intercalar o presente com o passado de Peter.
E é nos tempos de um passado não muito distante que descobrimos um Peter totalmente diferente...
Cheio de sonhos, divertido, rodeado pela família e amigos, e incrivelmente cético. Não acredita, em hipótese alguma na existência de vampiros.
"Cadê aquele garoto alegre e cheio de sonhos que você era quando te conheci?"
O que teria acontecido?
E foi a partir daí que comecei a criar hipóteses. Porém, em cada página, eu eliminava uma, e na metade do livro finalmente desisti de criá-las.
Uma montanha russa de emoções... As caçadas de Peter sempre repletas de ação. A construção dos vampiros por parte do autor, totalmente instigante. Fiquei completamente fascinada pela história.
E quando pensei que iria chegar a monotonia, descobre-se novos elementos: os lobisomens. A ação aumenta ainda mais com a entrada destes na trama. Personagens do passado voltam ao presente temperando ainda mais o enredo, e as peças começam a se encaixarem.
As dúvidas são esclarecidas, e a cada linha eu me mantinha mais e mais maravilhada.
Por outro lado, o livro não é somente ação.
Peter foi um personagem que coloquei debaixo das asas. Eu fiquei totalmente envolvida com a carga de circunstâncias que ele teve de enfrentar.
A primeira delas, o medo em revelar sua opção sexual para sua família. Fugindo totalmente dos clichês, o caçador, o super-herói, é gay. E esse fato foi um grande diferencial, já que na maioria das vezes, o homossexualismo é remetido à sensibilidade, fragilidade e até mesmo ao lado cômico.
E este foi o primeiro livro que li onde o protagonista é gay.
O livro retrata a fundo tudo sobre o personagem, inclusive os relacionamentos amorosos. Me perguntaram se me senti incomodada, e se consegui me colocar dentro da história.
"Eu encarei John e senti como se seu olhar azul me penetrasse... Ele não era como um vampiro - apenas um corpo morto possuído por um demônio. Ele era quente e seus olhos azuis possuíam um brilho, possuíam uma alma."
Me senti incomodada pela frieza que o Peter do presente colocou em sua vida. Esse foi meu grande incômodo. E sim, eu mergulhei na história. O romance entre Peter e Jordan é realmente lindo e inspirador... suspiros infinitos por Jordan.
Me arrepiei quando li a cena da capa. Sim, eu afirmo que tem ela no livro, pelo menos eu senti a cena, pois eu estava lá, dentro da história.
Preciso terminar essa resenha, mas antes, tenho que falar dos personagens secundários.
Todos muito bem construídos.
Liliam tão perfeita, tão real... Patrick, irmão de Peter, tão cruelmente comum.
Livro mais que recomendado!
E termino finalmente, dizendo que Peter é totalmente diferente de nós. Afinal, ele é um caçador de vampiros.
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