z..... 22/11/2018
Clássicos da Literatura em Quadrinhos (L&PM, 2016)
A edição é luxuosa, com papel de muita qualidade, encadernação legal, desenhos bonitos e anexo interessante sobre a obra, autor e situação de época.
Começa de um jeito legal, onde a aposta no Reform Club parece engraçada no debate entre Fogg e os amigos contestadores de suas proposições. Essa parte costuma ser formal na maioria das edições e curiosamente nesta, idealizada para 50 páginas, teve espaço que não imaginava - positivamente.
Acredito que se a HQ tivesse o dobro de páginas em diante seria das mais legais já idealizadas. Fala sério! Depois a corrida de Fogg vira uma corrida de atropelos na exposição do clássico, matando muitas partes legais e com excesso de texto enfadonho, ofuscando também as excelentes ilustrações.
Uma página para o salvamento de Auda? Dois quadrinhos para o ataque dos índios? O final tão mixuruco! Poxa, momentos tão instigantes da história desse jeito...
A correria freia apenas na conversa final entre Auda e Fogg, onde destaca-se o inusitado pedido de casamento. Gosto dessa passagem e a edição foi bastante literal.
Com certeza, acredito que limitaram a criatividade em que o roteirista tinha potencial para dar show, numa adaptação carismática, de encher os olhos e coração....
O anexo está legal e entre as informações destaca-se a Revolução Industrial no contexto, que estimulou o encurtamento entre as distâncias, o aperfeiçoamento dos meios de transporte (sem os quais Fogg não alcançaria suas metas), valorizou o tempo metodicamente para conquistas (como fez Fogg) e o desenvolvimento do capitalismo, onde o dinheiro ditava as regras descaradamente (como também fez Fogg em busca de seus objetivos).
Devaneios em bobagens, recordando o clássico, desejando sempre o melhor, e pensando de que forma seria, em coisas que estimo.
Vale a conferida! Eu que sou mala...