As Confissões Luteranas

As Confissões Luteranas Günther Gassmann




Resenhas - As Confissões Luteranas


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Benito.Holz 13/05/2015

CONFISSÃO PARA A LIBERDADE - Um caminhar pelas nuance-as da Reforma Protestante.
- Günther Gassmann é ex-diretor da Comissão de Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra, e professor visitante do Seminário Teológico Luterano de Gettysburg, Pensilvânia, EUA.
- Scott Hendrix é professor da Reforma no Seminário Teológico de Princeton, EUA.
Esta obra de Güenther Gassmann e Scott Hendrix oferece uma importante contribuição para uma visão sistematizada, de senso crítico e conciso sobre a Reforma protestante. Bem como o desenvolvimento histórico, político e teológico das Confissões Luteranas. Desta forma, oferecem uma introdução acessível ao leitor.
O livro é organizado em sete capítulos, que ao final de cada seção, apresenta questões para o debate. Possibilitando a reflexão nos conteúdos e uma leitura que, não demanda que se seja um especialista na área ou acadêmico.
Gassmann e Hendrix iniciam sua reflexão abordando o contexto histórico da Reforma. Destacando as mudanças paradigmáticas que, promovem profundas rupturas no processo cultural-sociedade-política, religioso-igreja e teológico.
Todos os entraves e tensões vivenciais que propulsionam o desenvolvimento do luteranismo. Primeiramente na sua definição como movimento. Após a expansão da Reforma Protestante e sua consolidação como tal. Neste sentido, a obra pode ser definida em três seções:
1 - Contexto histórico, cuja construção teve como base um processo político que, abala toda estrutura de organização social medieval, que estava firmada na interligação entre estado e igreja, poder temporal e espiritual. Os autores expõem que:
Na sociedade há aceleradas transformações, e a Reforma está neste contexto, onde cidades se expandem; população ascendente na migração do campo para as vilas e cidades. O processo da Reforma acontece de forma democrática. O que favorece a adesão. A revolução reflete no campo do entusiasmo popular, por conta das ideias de Lutero na noção da liberdade cristã e na exigência de direitos para si como cristãos e súditos.
A Igreja no período medieval enfrentara algumas tentativas de reformar o sacerdócio e administração da igreja. Onde, difundira-se uma máfia na ocupação de cargos eclesiásticos pelos ricos e nobres. A prática da simonia (indulgências) toma conta do cotidiano das pessoas. Vale ressaltar o notável crescimento da piedade durante o período medieval. Com expansão das ordens monásticas. A religião tornou-se algo muito evidente na vida comunitária dos leigos. A Reforma causa uma revolução na igreja e entre o clero.
O período teológico na idade média foi muito rico. Devido ao fato da escolástica que, possibilitou a criação de muitas universidades por toda Europa. Neste período, a teologia escolástica experimentou uma diversidade de escolas de pensamento. Sendo contestada pelo movimento do humanismo cristão, que dedicam especial atenção no retorno às fontes, em especial a Bíblia (nos originais, hebraico e grego) e os escritos patrísticos - numa dedicação acadêmica à piedade popular (Teologia Popular). Na teologia da reforma percebe-se uma nova concepção de penitência e certeza de perdão.
Este é o pano de fundo para o surgimento e compilação das Confissões Luteranas.
2 - Contextos teológicos, comunitáriedade e vida cristã, a nova teologia evangélica surge desse conflito entre escolástica, prática da igreja, humanismo cristão no retorno as fontes, teologia da humildade e teologia popular.
O cerne da Reforma ressalta a certeza do perdão divino, a todos que se arrependiam de seus pecados e confiavam somente em Jesus Cristo, como caminho para salvação. Uma redescoberta da mensagem do Evangelho, para uma igreja que se distanciara de seu foco. A teologia evangélica é uma teologia prática a ser proclamada e vivida e não debatida.
Gassmann e Hendrix destacam que: A redescoberta desse centro - com a liberdade, o consolo e a certeza que ele acarreta - constituía o objetivo da Reforma e de sua teologia. Nisso, dedicam os capítulos centrais (três a seis) demonstrando como sucedeu a estruturação da fé. No retorno as fontes, define-se a Escritura, a tradição e a confissão como norma. Molduradas pela Lei e Evangelho. Sua base é estabelecida na Trindade e na justificação. Permeando a comunidade cristã, que congrega e experimenta o servir de Deus nos Sacramentos, na ordem dos ministérios, como na própria natureza da igreja.
Destacam que: essa comunitáriedade prepara e enviam as pessoas, a testemunharem a vida cristã, na igreja e no mundo, sendo confrontadas com o pecado, desafiadas às boas obras pela santificação recebida do próprio Cristo. Num caminhar em direção à eternidade.
3 - Atualização das Confissões e seu papel, os autores finalizam seu trabalho atualizando o significado das Confissões. A expansão do luteranismo a todos os continentes. O novo paradigma da humanidade, que desafia as vicissitudes das Confissões Luteranas a exporem o seu papel no paradigma holístico ecumênico e pluralista. Perpassando pelo papel orientador e de cunho a preservar as convicções doutrinais e pastorais fundamentais da Reforma.
Salientam a função de harmonizar os vínculos de comunhão mundial das igrejas luteranas, num mútuo compromisso ecumênico das mesmas. Viabilizando o serviço e o testemunho comum dessas igrejas em resposta aos desafios do nosso tempo e do mundo.
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