Magia e técnica, arte e política

Magia e técnica, arte e política Walter Benjamin




Resenhas - Obras escolhidas I


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Geovani30 16/03/2024

Sobre o ensaio Pequena História da Fotografia
Como não li a obra completa ainda, mas apenas o artigo que me seria útil no momento, comentarei sobre ele. No artigo Pequena História da Fotografia, Benjamin apresenta o conceito de Aura e demonstra seu esvaziamento ao longo das décadas iniciais da técnica fotográfica.

O processo de confecção dos daguerreótipos (1839) duravam e exigiam técnica do fotógrafo, não por acaso pintores de retrato migraram para a fotografia. No entanto, "os fotógrafos posteriores a 1880 [data em que já existiam, além do daguerreótipo, o ambrótipo (1852) e o ferrótipo (1855)] viam como sua tarefa criar a ilusão da aura [uma vez que esta estava se esvaziando] através de todos os artifícios de retoque".

Através da história da fotografia, Benjamin evidencia o processo de esvaziamento da aura, que ocorre na medida em que a técnica vai se tornando dispensável e a fotografia cada vez mais banal. "Fazer as coisas se aproximarem de nós, ou antes, das massas, é uma tendência tão apaixonada do homem contemporâneo quanto a superação do caráter único das coisas, em cada situação, através da sua reprodução". Se aproximaram tanto que hoje estão em nossas mãos e, dizem por aí, que em breve estarão a poucos centímetros dos nossos olhos. Se, por um lado, o acesso é facilitado, por outro, a aura se esvai.

E uma vez esvaziada a aura, Benjamin parece abdicar do caráter artístico da foto em função do seu papel político. Já que o caráter auratico tem se tornado irrelevante, então que a fotografia documente e evidencie os "crimes" de seu tempo, afinal, "existe em nossas cidades um só recanto que não seja o local de um crime"? Eis a proposta final do autor.
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romancejunkie 14/04/2023

O narrador
Esse livro é bom pra quem quer se aprofundar mais no mundo da escrita e plots de narrativa, é um bom texto pra começar nesse mundinho das "regras" de escrita.
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Guilherme 14/02/2023

Leitura de trabalho
Continuando as leituras de Benjamin, posso afirmar que ele foi um dos maiores pensadores do século passado. A assimilação metodológica que ele faz é muito acima da média, e suas reflexões são das mais instigantes possíveis.

Todo mundo que quer pensar comunicação, escrita e política deve ler. Seus debates sobre narrativa e tradição oral são dos melhores possíveis, assim como a questão do conceito de história. Benjamin redime o sujeito histórico, lhe devolve a voz e poder de pensar. Grande livro.
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bely 18/09/2022

Achei muito sem nexo
Ele se perdia muito no meio e depois conectava em outros textos. Muito complexo e você tem que realmente se interessar pelo assunto se não torna extremamente maçantee insuportável.
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Vanessa 06/07/2022

A obra composta por diferentes ensaios produzidos por Walter Benjamim apresenta reflexões sobre o lugar da arte no contexto histórico e quanto representação cultural. Os apêndices trazem três textos sobre brincadeiras e infância. Excelente livro para conhecer o trabalho do autor e a Escola de Frankfurt.
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vagnerrg_ 01/01/2022

Esse livro está entre os três que mais marcaram minha vida (os outros são “A metamorfose”, de Kafka, e “Sobre verdade e mentira no sentido extra moral”, de Nietzsche). É uma coletânea de textos bem diversos de Benjamin, que divagam sobre questões bem diversas entre si, mas que se conectam graças à sensibilidade de Benjamin ao falar sobre o mundo no qual ele habitava: um mundo cindido, estraçalhado, alterado, destruído pela barbárie do fascismo que tomava a Europa.

Dos textos que compõe o livro, destaco “Pequena história da fotografia” [1931], “Experiência e pobreza” [1933], “Franz Kafka. A propósito do décimo aniversário de sua morte” [1934], “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica” [1935-36], e “Sobre o conceito de história” [1940].

Os textos de Benjamin ocupam um lugar especial na minha memória porque foram os primeiros textos filosóficos que tive contato e achei que realmente havia entendido alguma coisa. Li antes da graduação em filosofia e eles determinaram muita coisa daí pra frente. Faço diversas incursões em linhas filosóficas muito diferentes entre si; me aprofundo em alguns assuntos; outras vezes busco conceitos e faço leituras temáticas; mas sempre, sempre volto a ler Benjamin.

Sobre os textos de Benjamin. São impressionantemente sensíveis. Ele consegue me dar acesso à dimensão existencial da Europa e a derrocada de um sentimento de esperança inaugurado com o sucesso da Revolução Russa de 1917. A esperança da Internacional foi sendo vilipendiada com os retrocessos da ofensiva da extrema direita até a ascensão descarada do fascismo, em especial o nazismo, regime o qual colaborou decisivamente para a morte de Benjamin, em 1940.

Outra observação importante. Esse livro eu comprei na saudosa Livraria Caetés do centro. Só quem teve o prazer de ter se perdido várias vezes entre aquelas estantes sabe do que tô falando.
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Bruna 06/04/2021

O livro é formado por vários artigos, onde o autor mostra seu conhecimento e sua opinião sobre o assunto tratado.
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Joachin 01/12/2012

Da própria constatação de que sua época era mais pobre em experiência, alegoria na qual o avanço da técnica e do progresso está associado a uma nova barbárie, Benjamin (1994, p. 115) fez desse desencanto também uma experiência, pois “(...) é hoje em dia prova de honradez confessar nossa pobreza” . A dimensão ética dos escritos de Benjamin o afasta de um pessimismo individualista e colocam na ordem do dia a importância de um saber construído por meio de choques e dos jogos com os muitos tempos da história. Dessa historiografia, escrita no intuito de romper com as grandes narrativas lineares e com a história escrita pelo homem europeu tradicional, “solene, nobre, adornado com todas as oferendas do passado” , ainda podemos extrair lições valorosas que nos fazem crer novamente na sobrevivência de narradores, pois a arte se fundiu com a vida de Benjamin na medida em que este autor falou mais sobre si mesmo do que Leskov, quando afirmou, que “ninguém morre tão pobre que não deixe alguma coisa atrás de si” (Benjamin, 1994, p. 116).
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Debora.Gauziski 29/09/2012

Referência essencial
Essa coletânea contém alguns dos clássicos ensaios de Benjamin, como Pequena História da Fotografia e A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica. Apesar de datarem do início de século XX, os textos do autor apresentam ideias muito a frente da época. Cada vez que leio, percebo nuances diferentes e reflito sobre novas questões. Cada frase parece conter um mundo de reflexões. Recomendado para estudiosos da imagem e artes e das áreas da Comunicação e História.
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Marcos Faria 26/04/2011

Não chegou a ser uma conclusão. Foi mais uma rememoração. O fato: o mundo (pelo menos o mundo acadêmico) seria bem melhor se todos os teóricos escrevessem como Walter Benjamin. Eu não me lembro há quanto tempo não lia um volume de ensaios com tanto prazer quanto Magia e técnica, arte e política, volume I das obras escolhidas publicadas pela Brasiliense (São Paulo, 1994). Benjamin consegue tornar relevante até a crítica a obras totalmente desconhecidas do leitor. E, quando analisa o cinema no clássico A obra de arte na época da sua reprodutibilidade técnica, é impossível não decalcar o seu raciocínio para as mudanças trazidas pela internet, pela digitalização, etc.

(Originalmente publicada no Almanaque: http://almanaque.wordpress.com/2011/04/02/meninos-eu-li-10/)
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Paulo 04/01/2010

O narrador
Adorei esse texto, "O narrador". Essa coisa das duas famílias de narração, uma representada pelos mercadores marinheiros e a outra pelos agricultores sedentários. Enquanto estes recontavam estórias antigas passadas de geração em geração pelos laços comunitários de determinado lugar, àqueles faziam circular estórias antigas contadas e recontadas em diversos lugares o mais longinqüos quanto fossem suas relações comerciais com outros povos. Aí, na idade média européia, essas duas tradições se condensaram nas corporações de ofício dos artesãos na figura do mestre da oficina (elemento sedentário) e do aprendiz (migrante).



O legal é que, pelo o que eu entendi, a narração – diferente do romance e da informação – é uma espécie de recipiente cujo verdadeiro conteúdo não é a estória em si, mas o ouvinte. E o narrador é o artesão desse recipiente. Porque a narração atinge a sua plenitude na relação entre o narrador e o ouvinte: sua natureza é oral e não se adequa ao indivíduo isolado. E é justamente a sobrevida da narração que depende dessa relação. O significado – que tantos críticos, assumindo uma certa pretensão de portadores de uma verdade revelada, se vangloriam em extrair dos textos – é, na narrativa, justamente o elemento mutável, não inequívoco e temporal. Isso porque nela, a autoria individual perde força absoluta diante do processo de contar e ouvir, memorizar e recontar. Como se a estrutura desse recipiente se tornasse cada vez mais sólida na medida em que uma infinidade de conteúdos – ou seja, ouvintes – a preenchessem e dela fizessem uso.



ele diz que considera que hoje há muito mais ouvintes e leitores de informações e romances do que narradores e ouvintes artesãos.



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