Analuz 02/02/2022
Ao olhar "Horrostör" de relance, você muito provavelmente pensará que é um catálogo da Tok&Stok, da Ikea ou que se trata de uma revista de decoração. Mas se observar atentamente, o visual escandivavo e organizado já demonstra alguns elementos bizarros, coisa que se evidencia mais ainda no verso do livro.
Esta obra de Grady Hendrix é ambientada na loja de móveis e decoração Orsk, a qual tem sofrido leves ataques durante as noites. Após vidros quebrados, produtos sujos, dentre outras coisas, o gerente Basil escala duas funcionárias para fazerem companhia a ele em um turno extra, com o intuito de descobrir quem é o engraçadinho por trás destes pequenos atos de vandalismo que têm causado tanta dor de cabeça.
Nossa protagonista é a funcionária Amy, que, para a sua infelicidade, é escalada para esta inusitada missão. A princípio, Amy não é nada heroica, muito pelo contrário. Trata-se de uma garota comum que preza pela lei do mínimo esforço e que nunca se dedica realmente a nada, o que a torna uma pessoa malsucedida em tudo, além de uma empregada abaixo da média. Em consequência a isso, obviamente a moça se encontra infeliz com seu emprego e, para piorar, também está pendurada em dívidas! Desesperada para pagar o aluguel, Amy topa esta loucura de turno extra, crente que nada de mais acontecerá e que ela poderá seguir sua vida normalmente quando o dia raiar. Mas, para a desgraça da jovem, isso aqui é um livro de terror, né...
Pela capa e pela história, fica claro que temos aqui uma história de terror. Mais especificamente, este livro é claramente do subgênero slasher e se parece em muitos aspectos com os bons filmes dos anos 80 e 90 (e também possuem uma boa pitada da fase inicial de Supernatural). Apesar desta classificação principal, devo dizer que o livro tem uma boa dose de humor, que é pontualmente aplicada nas cenas certas.
Ainda que o plot seja chamativo, uma coisa que me desmotivou em relação à leitura foi os personagens. É lógico que basta você assistir um filme slasher para saber que o foco nunca é a construção de personagens, mas a perseguição em si. Mas, sendo eu uma leitora que preza por esta construção, tive uma leve decepção, não vou negar.
No todo, acho que "Horrostör" é um livro que chama muita atenção pelo visual, e isso acaba sendo mais envolvente que a própria história apresentada. Mas ainda assim foi uma experiência legal de leitura.
Em relação ao livro enquanto produto, uma coisa que se destaca é o projeto gráfico, pois a publicação não parece uma peça comercial apenas em seu exterior. As páginas internas são repletas de imagens dos móveis encontrados na Orsk e, à medida que a história avança, as ilustrações podem ficar bem cabulosas!
Só é uma pena que ainda não exista esse material publicado no Brasil, pois cá entre nós: esse livro exala a energia da editora Darkside, né? Tanto pelo projeto quando pelo enredo!
site: https://youtube.com/c/AnaluzMarinho