viihast 01/04/2024
"Saudade sim, mas saudades com amor."
Um lindo livro para se presentear, principalmente para os que estão em processo de luto.
Era uma leitura que, pessoalmente, achei que poderia ser um pouco maçante, já que por ser espírita há alguns anos, certos assuntos já possuo certo conhecimento, mas conseguiu me surpreender positivamente e conhecimento nunca é demais, principalmente sobre espiritismo, no qual devemos sempre estudar as obras básicas.
Não é somente um livro espírita, é um livro também que retrata um pouco da psicologia, principalmente quando ela descreve as fases do luto e sintomas, é perfeito para aqueles que estão passando por essa fase tão difícil, é importante se autoconhecer e ir em busca de algo que faça essa fase passar da melhor forma possível ou amenizar a dor e a saudade. Não é um livro que ao finalizar a leitura, você vai pensar que seu luto "passou", a autora por diversas vezes, traz o tópico de procurar ajuda médica se for preciso, principalmente se seu luto se encaixar a certos sintomas, e está tudo bem procurar um profissional, não é fácil para ninguém "perder" um ente querido, mas você também pode procurar compreender que seu ente querido não morreu, e sim que foi para sua verdadeira casa, para o plano espiritual, e que estará sempre conosco e jamais irá nos abandonar.
Em alguns capítulos, houve alguns temas que nunca tinha parado para refletir, e que tornou a leitura muito mais interessante, como por exemplo, o que fazer com as roupas, pertences e até com o próprio quarto do ente querido desencarnado, a importância da prece nessas horas, a forma que devemos realizar essa prece. Foram questões que expandiram minha mente e meu conhecimento em relação a esse assunto.
Esse livro também me ajudou a superar e entender um fato que por muito tempo, achei que estava errada ou que tinha algo de errado comigo. Nunca fui de ficar triste, cair em lágrimas ou coisa parecida em velórios, muita das vezes nem participo de velórios, acredito na vida após a morte e para mim isso é o suficiente, prefiro ter a memória da pessoa encarnada, do que a memória dela ali, deitada em caixão, por isso só vou a velórios de parentes muito próximos. Por conta disso, sou muito julgada, principalmente dentro da família por não ter essa "sensibilidade" no momento do velório e do enterro, e por muito tempo, achei que tinha algo de errado comigo, mas durante a leitura pude entender melhor isso, e no final de tudo, entendi que está tudo bem ser assim, não é ser insensível ou coisa do tipo, é simplesmente crer que verei esse espírito em outro plano e que ele foi para sua verdadeira casa, então porque ficarei triste por ele/a? É lógico que a saudade fica, mas junto com ela, também ficam as boas memórias.
É um livro muito esclarecedor, de forma simples e clara, a autora passeia por importantes tópicos sobre a morte por meio de capítulos curtos e sem enrolação, direto aos tópicos propostos. Muito interessante como ela esclareceu sobre os suicidas, e como ela reconforta as mães que perderam seus amados filhos.
É de extrema importância, para que todos nós entendamos que Deus nunca desampara ninguém, nem nós encarnados, e nem os desencarnados, todos estamos sendo cuidados por ele que sabe de todas as coisas.
"Se cremos em Deus, de justiça e amor, devemos ter certeza de que Ele não desampara ninguém."
"(...) tendo a certeza de que Deus sempre fará por nós o melhor, mesmo que no momento não entendamos Suas razões! Portanto, Seja feita a Tua vontade."
"Não nos detenhamos diante da dor, por maior que ela seja. Levantemo-nos e prossigamos no trabalho, posto que, ajudando, nos ajudamos."
"(...) o amor de Deus sempre nos oferece condições de evolução, e a reencarnação, mesmo sacrificial, será a porta da regeneração."
"Tenhamos fé e esperança no futuro!"
"Lembremos sempre que Deus é bondade infinita e, portanto, não permite que Suas criaturas sofram indefinidamente, e que esse sofrimento poderá ser abreviado graças às orações sinceras e cheias de amor de todos os que buscam a felicidade."
"A morte não apaga nossas faltas. A responsabilidade pelas faltas cometidas é inevitável e intransferível. Elas permanecem em nossa consciência até que a reparemos."
"O Espiritismo propicia esperança e consolação quando oferece a certeza da continuidade infinita da vida, que é tanto mais feliz quanto melhor suportarmos as provas do presente."
"Saudade sim, mas saudades com amor."
"Sabemos que o pensamento é energia, portanto, podemos expressar nosso amor por nossos entes queridos que desencarnaram por meio do pensamento, seja no ambiente tranquilo de nosso lar, seja no ambiente de qualquer templo religioso, ou ainda diariamente, no movimento tumultuado das ruas, ou até no cemitério, em qualquer dia do ano."
"Deus nos dá muitas oportunidades para prosseguirmos em busca de nossa evolução; mas, nesse caminho, em razão de nossas opções, ainda muitas vezes pela dor, teremos uma colheita quase sempre regada de lágrimas. Mas tenhamos em mente que, após essa tempestade, o sol da esperança virá."
"A realidade da morte parece sempre muito distante, mas é bom lembrarmos que, assim que nascemos, já começamos a morrer. Cedo ou tarde, vamos morrer. E só quem aceita isso está preparado para a vida."
"(...) a perda não é permanente, é apenas transitória, um período de afastamento."