A Evolução de Calpúrnia Tate

A Evolução de Calpúrnia Tate Jacqueline Kelly




Resenhas - A Evolução de Calpúrnia Tate


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l i n a 05/06/2015

Feminista em 1889?
Callie Vee, uma mocinha de 11 anos que conseguiu alterar a minha forma de ver a ciência. Vivendo em um século ao qual as mulheres não tinham quase opção nenhuma a não ser casar e procriar, Callie, decide que não quer isso para o seu futuro quando se aproxima do seu Avô e conhece a ciência. Logo de cara, a jovem se apaixona por este universo e se vê tentada a virar uma cientista de verdade.
A única menina entre 6 irmãos, Callie vira a "marionete" da mãe... estando QUASE na fase de conhecer garotos e ser obrigada a seguir um futuro nada tentador.
Nascida e criada no Texas, Callie prova que uma boa feminista não tem idade, e que tamanho não mede sabedoria,
Realmente evoluí com este livro!
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Fernanda 28/04/2015

Resenha: A evolução de Calpúrnia Tate
CONFIRA A RESENHA NO BLOG:

site: http://www.segredosemlivros.com/2015/04/resenha-evolucao-de-calpurnia-tate.html
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Marcos 23/04/2015

Resenha dupla feita por mim e pelo Luke Duarte para o Capa & Título
Olá, leitores!

Hoje temos mas uma resenha dupla no blog e a primeira dos dois resenhistas do C&T! \o/ Preparados para saber o que achamos da leitura de A Evolução de Calpúrnia Tate? Então confira os comentários do Marcos em azul e os do Luke em verde.

Estamos na cidade do Texas em 1889 e vamos conhecer a história de Calpúrnia Tate, mais conhecida como Callie. Ela é uma menina de doze-anos-e-meio, muito inteligente e que ama conhecer coisas novas. Sua vida andava monótona até investir em uma amizade com seu avô, o Capitão Tate, que os outros irmãos dela têm certo receio de se aproximarem. Essa amizade frutificará ainda mais quando os dois têm a suspeita de descobrir uma nova espécime e juntos vão ter a esperança para realizar um sonho do avô há muito tempo.

Callie é uma garota muito observadora. Ela adora a vida no campo e adora ficar horas observando os animais e plantas da fazenda de sua família, onde mora. Como é a única menina entre seis irmãos, ela está o tempo todo sendo educada para ser uma dama, com aulas de costura, postura e culinária, coisas que ela odeia. Até que um dia, observando os gafanhotos do jardim, ela começa a se questionar o motivo de alguns serem pequenos e verdes e outros amarelos e grandes. Quando descobre, corre para contar ao seu avô, um naturalista aposentado que vive com seus experimentos num quarto no fundos da fazenda.

É quando ambos começam juntos a explorar o local e a anotar suas descobertas científicas. Porém, um belo dia, eles descobrem uma espécie que não conseguem identificar em seus livros de taxonomia. Desconfiando ser uma espécie nova, nunca antes descrita pela ciência, eles submetem-na para análise da Sociedade Americana de Botânica e ficam na ansiedade de sua nova descoberta.

Calpúrnia é uma garota que me surpreendeu muito ao ler sua história. Ela é bem madura pra idade dela, mas a sua essência da infância continua ali intacta. Sua curiosidade faz questionar tudo ao seu redor e até mesmo sobre situações da sua vida. Ela começa a ter um sonho de ser cientista no futuro, mas naquela pra começar, mulher que ia para faculdade levava a fama de solteira, o que a mãe de Callie jamais aceitaria. Isso começa incomodar a menina, a amizade com o avô é um dos consolos para ela enfrentar o dia a dia de lições como cozinhar e costurar, coisas que ela detesta.

Callie Vee, como é chamada, é uma das minhas protagonistas favoritas que já li. Ela é corajosa, a frente do seu tempo, ama os irmãos e gosta de fazer aquilo que lhe agrada e não o que os outros lhe impõem. Seu carisma e sua sinceridade me cativaram já na primeira página do livro. A relação dela com o seu avô é o ponto alto da história, fazendo com que desperte em si sua vocação científica.

A história tem o teor sobre biologia em seu plano de fundo, mas só no começo que há o uso de nomenclaturas científicas. O propósito do livro, que é a descoberta dos dois de uma nova espécie se perde um pouco no decorrer da história, e retoma um pouco mais pra frente.

A teoria da evolução das espécies é uma das principais temáticas do livro. É muito interessante ver a maneira como o livro, que àquela época tinha sido recém lançado, era polêmico e abolido de todas as bibliotecas. Logo no começo, Callie tenta ler o que Darwin falou ao mundo, mas é extremamente proibida de até mesmo citar o seu nome. É quando ela recorre ao seu avô que tem um exemplar e lhe empresta. O início de cada capítulo contém um quote do livro.

Confesso que o livro não me prendeu, acredito que a bagagem de biologia ficou enfadonha no começo ~Marcos vai me matar por ser biólogo rs~ e depois os acontecimentos com a protagonista não me fisgaram. Ou seja, a leitura não foi nenhum pouco fluida.

Nesse ponto, terei que discordar do Luke, mas o entendo perfeitamente rs. Como biólogo e extremo admirador da obra de Charles Darwin, o livro foi um prato cheio para mim. A maneira como a história era cruzada com elementos do método científico, a descrição das espécies, as regras de nomenclatura biológica citadas no texto, foram um deleite. Sei que, para quem não tem familiaridade com a temática, a leitura pode ficar um pouco arrastada em alguns momentos, mas, para mim, foi algo incrível e nunca antes visto em uma história de ficção.


Esse livro é para os fãs do gênero juvenil. Uma história de uma menina que começa aprender sobre o mundo e como ele funciona – naquela época. Sua curiosidade aguçada faz com que tenha ânimo para entrar em mundo particular, com diversão garantida.

A Evolução de Calpúrnia Tate é um livro lindo, com uma mensagem incrível e que deve ser lido por todos. Vale destacar a excelente pesquisa históricocientífica da autora, que tratou as temáticas de não só a evolução das espécies, mas também as relativas ao mundo científico de forma impecável e exímia de erros. A narrativa é deliciosa e essa edição está incrível para a leitura. Recomendo a todos, sem exceção.

site: http://www.capaetitulo.com.br/2015/04/resenha-dupla-evolucao-de-calpurnia.html
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Clã 19/04/2015

Clã dos Livros - A Evolução de Calpurnia Tate
A evolução de Calpúrnia Tate, de Jacquelinse Lekky, tem uma narrativa leve e envolvente e nos conta a história de Calpúrnia Virgínia Tate, mas conhecida como Callie Vee.

A história se passa no intenso verão do Texas de 1899 na fazenda de algodão da família Tate.

Todos seguem normalmente seus dias, cada um com suas obrigações, até que a esperta e curiosa Callie, a única menina dos sete filhos, demonstra interesses contrários ao de uma jovem de boa família da época.

Aos onze anos de idade é de se esperar que as meninas desenvolvam habilidades para administrar a casa e o casamento. Mas Callie gosta mesmo da liberdade de se banhar no rio, de observar gafanhotos, sapos e as diversas plantas que encontra na fazenda.

Enquanto a melhor amiga Lula demonstra ser muito habilidosa para as atividades domésticas, Callie Vee interessa-se por livros científicos. Seu maior desejo é emprestar um livro de Charles Darwin da biblioteca distrital.


- Por favor a senhora tem um exemplar do livro do senhor Darwin?
... Ela cortou minhas asas com um olhar amargo e disse: - É lógico que não tenho. Não ia deixar uma coisa dessa na minha biblioteca! Eles têm um exemplar na biblioteca de Austin, mas eu teria de encomendá-lo pelo correio. São cinquenta centavos. Você tem cinquenta centavos?
- Não senhora -eu podia sentir que estava ficando vermelha. Nunca tinha tido cinquenta centavos na vida.
E - ela acrescentou, - eu precisaria de uma carta da sua mãe que autorizasse você a ler esse livro em particular. Você tem essa carta?
- Não senhora - respondi mortificada. Meu pescoço estava começando a coçar, um sinal que anunciava uma erupção de urticária.

A decepção foi grande, mas a curiosidade e a liberdade de estar em contato com os animais e com as plantas da fazenda acaba aproximando Callie do avô Water, o Capitão Tate, um senhor naturalista que passa os dias entre a biblioteca e o laboratório envolvido com seus experimentos.

Depois que Callie conta-lhe sobre sua frustrada visita à biblioteca distrital, um convite e um presente do avô a surpreende...

O vô alcançou a prateleira de livros. Vi o Inferno de Dante ao lado de A ciência do balonismos de ar quente. Havia Um estudo da reprodução dos mamíferos e Um tratado sobre como desenhar uma mulher nua. Ele tirou um livro coberto com um luxuoso marroquim verde e com detalhes elegantes em ouro. Lustrou-o com a manga da camisa, embora eu não visse poeira nele. Ceriomoniosamente, curvou-se e o ofereceu pra mim. Olhei pra ele. A origem das espécies. Aqui, na minha própria casa. Recebi-o com as duas mãos. Ele sorriu.
Assim começou minha relação com vovô.

Daí em diante a relação entre avô e neta é enriquecida a cada tarde. Callie registra todas as suas observações das explorações feitas com o Capitão Tate na caderneta que ganhou de Harry, o irmão preferido. Até a descoberta de uma nova espécie de planta...

Assim a autora Jacqueline Kelly nos remete aos dias de Callie. É no ano da virada do século, quando chega a primeira linha telefônica na cidade que Callie passa a questionar novas possibilidades para o seu futuro. Ser telefonista ou professora? Muito mais fácil e interessante do que aprender piano, cozinhar, costurar, bordar ou cuidar de bebês. Ou quem sabe ser uma cientista?

As relações vivenciadas com as pessoas mais próximas: o incentivador Capitão Tate, a exigente mãe, os incansáveis irmãos, a dedicada cozinheira Viola, a única amiga Lula... todas reforçam o que Callie traz dentro de si: a certeza de que sua vida só tem sentido ao dedicar-se ao mundo das ciências naturais.

Recomendo a leitura do livro.
Prepare-se para a desbravadora e independente Calpúrnia Virgínia Tate!

site: http://cladoslivros.blogspot.com.br/2015/02/resenha-evolucao-de-calpurnia-tate-de.html
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Helaina 08/04/2015

Esse é um livro doce que eu tive muito prazer em ler.
Calpúrnia é uma garota à frente de seu tempo que se vê presa em antigos costumes que mantém a mulher cuidando da casa e bem longe dos livros - a não ser que sejam livros de culinária ou costura.

Callie Vee, como gosta de ser chamada, sempre foi muito observadora e o forte calor do Texas na virada do século faz com que os insetos no quintal chamem ainda mais sua atenção. Depois de contar suas observações a seu irmão mais velho, Harry, ele a presenteia com um caderno para que ela faça anotações do que observa.

Mas nem tudo é tão simples para a pequena naturalista em uma época em que o livro de Charles Darwin, A Origem das Espécies é considerado algo absurdo e o acesso a ele é algo quase impossível, principalmente para uma menina. Que deveria estar se preocupando em aprender a ser uma boa dona de casa ao invés de estudar ciências.

No meio desse cenário, é o avô de Calpúrnia, Walter Tate, homem que passa a maior parte do tempo em seu laboratório, um barracão nos fundos da casa, quem mostra um universo totalmente novo para ela.

Esse livro fala muito da natureza e do comportamento dos animais, mas não chegou a ser maçante. Na verdade minha curiosidade só era mais saciada com cada detalhe exposto.

Ou aspecto legal do livro é que ele se passa no final de 1899 e as novidades da época para a família de Callie são várias. Só para citar temos o ventilador e a Coca Cola! Foi interessante ver a reação das pessoas a essas coisas que já fazem parte da nossa vida e nunca tivemos que imaginar como seria viver sem elas.

Eu adorei acompanhar a evolução da Calpúrnia. Narrado em primeira pessoa pela própria menina, pude sentir a revolta dela quando era tratada diferente dos seus irmãos homens e sua empolgação com o relacionamento com o avô ficando cada vez mais próximos à medida que um mundo novo e empolgante se abria diante de seus olhos.

Vi em alguns blogs parceiros da editora Única que há intenção por parte da mesma publicar o segundo livro da série “The Curious World of Calpurnia Tate” ainda no primeiro semestre de 2015. Mas para quem não gosta de séries não precisa se preocupar. Apesar do gostinho de “quero mais” é perfeitamente possível ler esse livro sem o compromisso de ler o próximo.


site: http://hipercriativa.blogspot.com.br/2015/02/resenha-evolucao-de-calpurnia-tate.html
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 06/04/2015

Extraordinário
Será uma resenha repleta de trechos do livro, já que me apaixonei por ele, colocando-o na lista dos melhores que já li e de favoritos.

"Havia um tesouro vivo sob nosso teto, e nenhum dos meus irmãos conseguia vê-lo." (página 120)

Tudo começou num verão extremamente quente no Texas, no ano de 1899. O calor excessivo obrigava as famílias a reorganizarem suas rotinas e mudarem seus horários; entre essas famílias, estava a de Calpúrnia Virgínia Tate, uma curiosa garota de 11 anos. Calpúrnia era a filha do meio entre sete irmãos, a única garota.

Calpúrnia percebeu que havia dois tipos de gafanhotos em seu quintal: amarelos e verdes, e que os amarelos eram bem maiores que os verdes. Intrigada, começou a tentar desvendar o motivo dessa diferença de tamanho, mas nenhum dos seus irmãos nem seus pais sabiam lhe ajudar. Calpúrnia tomou coragem e foi falar com seu avô, ele tinha fama de mal-humorado e passava muito tempo sozinho, mas se interessava pela natureza e por livros, tinha até um laboratório.

Sua conversa com seu avô foi melhor do que ela esperava, de forma que a garota voltou a procurá-lo mais vezes. E Calpúrnia descobriu um mundo novo e encantador, aquele "velho rabugento" que ficava enfurnado na biblioteca era um tesouro vivo! Em seu tempo livre, Calpúrnia passou a acompanhá-lo em suas pesquisas, ajudando-o a coletar espécies, fazendo anotações, entre outras coisas.

No livro, acompanhamos mais ou menos seis meses da vida de Calpúrnia, de sua evolução. Ela ficou fascinada com tudo o que podia descobrir com seu avô, passou a respirar ciência. Mas o restante de sua família não apoiava muito suas pesquisas com ele, especialmente sua mãe, que fazia o possível para que a garota fizesse as coisas que as outras garotas da época faziam, coisas que não interessavam nem um pouco à Calpúrnia.

"Minha mãe tinha tido uma filha em sete tentativas. Suspeito que eu não era exatamente o que ela havia planejado, uma filha delicada para ajudá-la a enfrentar a maré alta da energia turbulenta dos meninos, que sempre ameaçava inundar a casa. Não tinha passado pela minha cabeça que ela desejara uma aliada, e não havia conseguido uma. Bom, eu não gostava de conversar sobre moldes, receitas nem de servir chá na sala de visitas. Isso fazia de mim uma egoísta? Fazia de mim uma pessoa estranha? Pior de tudo, fazia de mim uma decepção? Provavelmente, eu poderia viver com o fato de me considerarem egoísta ou estranha, mais uma decepção?! Isso era outro assunto, algo bem mais difícil." (página 221)

Essa resistência de sua família trazia sofrimento para a menina, que não se conformava em ter um futuro como o das mulheres que conhecia; Calpúrnia queria ser uma cientista, mas se sentia em conflito, pois amava muito a sua família. A garota estava numa idade complicada, em que muitas mudanças acontecem, ela estava deixando a infância despreocupada e tentando entender o mundo dos adultos e encontrar seu lugar nele. É uma fase difícil, onde, muitas vezes, não temos poder suficiente para impor nossas vontades e sofremos intensamente pelo que nos acontece.

"Encostei-me contra a parede e fiquei ali, vazia, por um bom tempo. Vazia de tudo. Eu era apenas um recipiente prático de serviços úteis, esperando para ser completado com receitas de cozinha e tricô." (página 253)

O papel da mulher na sociedade é algo bastante questionado por Calpúrnia na história, afinal de contas, é a sua vida que estão tentando moldar, são os seus sonhos que estão em jogo.

"- A mãe está ameaçando fazer com que eu aprenda um prato novo por semana. Talvez não seja tão ruim, mas a gente leva horas para fazer e em quinze minutos não tem mais nada. Aí a gente varre a cozinha, esfrega o balcão e tem de começar tudo de novo, sem um minuto de descanso. O que se ganha com isso? Como é que Viloa aguenta?
- É tudo o que ela sabe fazer - ele disse. - E quando tudo o que você sabe é aquilo, fica fácil suportar." (página 182)

" - Por que eu tenho de tomar conta dos bebês? Porque eu não posso levar mensagens? Por que eu não posso ganhar dinheiro?
- Porque você é menina - disse Lamar alarmado, farejando possível perigo.
- E o que isso quer dizer?
- Meninas não são pagas - caçoou Lamar. - Meninas não votam e não são pagas. Meninas ficam em casa." (página 229)

A formação dada à garota e aos demais alunos é algo questionado algumas vezes pelo avô de Calpúrnia, a escola se interessava mais em moldar comportamentos do que em transmitir conhecimentos.

"Um microscópio era uma coisa rara e valiosa. Não tínhamos microscópios na escola. Eu podia apostar que estava olhando para o único que havia entre Austin e San Antônio.
- Nós não temos nenhum na escola, vovô.
Aquilo fez com que ele parasse. - É mesmo? Não entendo o sistema moderno de educação de jeito nenhum.
- Nem eu. Temos de aprender a costurar, tricotar e bordar. Em Comportamento, eles fazem a gente andar em volta da sala com um livro na cabeça.
Vovô disse: - Acho que ler o livro de verdade é um jeito muito mais eficiente de absorvê-lo." (página 121)

Me identifiquei com algumas situações vividas pela garota e com sua família, tenho uma família pouco menor do que a dela, de forma que sua relação com os irmãos foi algo que me cativou. Harry era o mais velho, vê-lo deixando de ser uma criança como os demais e se tornando um adulto, era algo complicado para Calpúrnia, também vivi isso com um de meus irmãos mais velhos.

"Eu nunca tinha pensado em Harry como um adulto. Meus irmãos e eu sempre tínhamos sido crianças juntos, mas pela maneira como disse a palavra, eu soube que naquele segundo ele tinha atravessado alguma fronteira invisível para uma terra diferente, e nunca mais voltaria para nosso bando infantil." (página 98 e 99)

De todos os irmãos de Calpúrnia, Travis, de 10 anos, foi o que mais gostei. Ele tinha um bom coração e uma inocência encantadora, além de super fofo e apaixonado por animais. Foi ele quem protagonizou a cena que mais me emocionou no livro, me fazendo ficar com lágrimas nos olhos. Tem razão de a Calpúrnia sentir a necessidade de protegê-lo, mais um ponto onde me identifiquei, também já quis proteger um irmão menor.

"Ele parecia um pintinho recém-nascido: molhado, inseguro e sujeito a danos. Como é que eu conseguiria protegê-lo de um coração partido?" (página 167)

Calpúrnia é uma personagem inesquecível: por sua curiosidade, sua inteligência e também por seu bom humor.

"Considerávamos os vagalumes uma dádiva e as formigas uma praga, mas, pela primeira vez me ocorreu por que tinha de haver uma distinção. Todas elas não passavam de criaturas que tentavam sobreviver à estiagem, assim como nós. Pensei que Viola deveria desistir e deixá-las em paz, mas reconsiderei depois de descobrir que a pimenta do reino na salada de ovos não era pimenta coisa nenhuma". (páginas 14 e 15)

"Um dia eu teria todos os livros do mundo, prateleiras e mais prateleiras deles. Viveria em uma torre de livros. Leria o dia todo e comeria pêssegos. E, se algum jovem cavaleiro de armadura ousasse vir gritando em seu cavalo branco, me pedindo que soltasse o cabelo, eu o bombardearia com caroços de pêssego até que fosse para casa." (página 25)

Cada capítulo começa com uma citação do livro "A origem das espécies" de Charles Darwin.
Veio um marcador de páginas no livro, mas ainda não tive coragem de destacá-lo da orelha para usar.

Quis ler A evolução de Calpúrnia Tate por ter achado a sinopse interessante, além de ter gostado do título, mas o que me encantou inicialmente foi a capa linda, o livro é tão bonito! A diagramação da Única está muito boa, com margens, espaçamento entre as linhas e tamanho das letras grandes; as páginas são amareladas e tem uma textura porosa.

A evolução de Calpúrnia Tate se tornou um dos meus livro favoritos por combinar vários fatores: a escrita maravilhosa da autora, que fala de temas complexos e/ou comuns como o papel da mulher, a vida em família, o mundo científico e a passagem da infância para a adolescência de forma tão bonita e leve; o fato de a história se passar em outro século também trouxe um toque mais especial para a trama.

Sempre que alguém me pedia uma sugestão de leitura, independente da idade da pessoa, eu indicava o livro Extraordinário, da R. J. Palacio, agora passarei a indicar o livro da Jacqueline Kelly também, pois é tão extraordinário e perfeito quanto o da R. J. Palacio. August e Calpúrnia são igualmente encantadores! A evolução de Calpúrnia Tate pode ser um companheiro para crianças em idade escolar, despertando o gosto delas pela ciência, assim como pode tocar quem procura uma história sobre famílias ou apenas uma história divertida e bonita.

"Ele disse: - A lição de hoje é a seguinte: é melhor viajar com esperança no coração do que chegar em segurança. Você entende?
- Não senhor.
- Significa que temos de comemorar o fracasso de hoje, porque é um sinal claro de que nossa viagem de descobertas ainda não terminou. O dia em que o experimento der certo será o dia em que ela termina. E eu acredito, inevitavelmente, que a tristeza de terminar supera a celebração do sucesso." (página 266)

- É curioso - eu disse -, que as meninas tenham de ser bonitas. Na Natureza são os meninos que precisam ser bonitos. Veja o cardeal. Veja o pavão. Por que é que com a gente é tão diferente?" (página 335)

Espero ter conseguido mostrar para vocês o quanto A evolução de Calpúrnia Tate é incrível e maravilhoso, bonito por dentro e por fora, totalmente recomendado por mim. Agora, imaginem a minha alegria quando eu estava fuçando no Goodreads (espécie de Skoob internacional) e descobri que a autora escreveu mais um livro sobre a Calpúrnia!!! Pelo que li na sinopse, nesse segundo, o fofo do Travis vai aparecer um pouco mais. É claro que já estou doida por "The Curious World of Calpurnia Tate", ainda mais com a capa linda que ele tem.

* Tem promoção valendo 1 exemplar do livro no blog, inscrições até 02/05/2015.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2015/04/resenha-premiada-livro-evolucao-de.html
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@cheiade9h 01/04/2015

Que livro mais gostoso que é esse A Evolução de Calpúrnia Tate! Aliás, e que personagem mais fofa, esperta e fora do seu tempo.

Callie é a única menina entre seis irmãos, por tanto há uma pressão em cima dela pra ser a melhor na cozinha, no bordado, em cuidar de crianças, etc. Só que Callie não quer isso, ela quer observar a natureza e escrever sobre ela na sua nova caderneta. E isso chama atenção do seu avô, que vive trancado em seu laboratório no fundo da casa dos seus pais. E uma relação improvável entre Callie e seu avô começa, improvável porque esse senhor é um velhinho bem fechado e na dele, mas com Callie isso muda, ele finalmente achou alguém para dividir seus conhecimentos de ciência.

Então essa parceria começa a se desenvolver, entre Callie e seu avô. Pesquisa, observação na natureza, insetos, animais. Mais tempo Callie ficava com ele, menos tempo tinha para aprender o que "uma mulher de verdade" da época deveria estar aprendendo. Mas mais aprendia sobre a ciência e nas entrelinhas, sobre como ser uma boa pessoa.

Eu particularmente gosto muito de narrativas infantis falando sobre os problemas que se tem no mundo familiar e comunitário. Acredito que me toque mais, ler num ponto de vista infantil, sendo mais ingênuo. Callie não quer ser igual a todas as meninas, que precisam ser boas em bordar e cozinhar, ela quer fazer o que bem entender sem precisar que seus pais tenham já pronto o seu futuro. Ela era uma feminista sem se dominar feminista HAUEHAUEHAUE
"Ninguém me perguntou se eu queria alguma coisa. Eu, porém, era perfeitamente capaz de pegar meu próprio bolo. Com certeza era, sendo uma menina forte e saudável."
Outra coisa boa na narrativa foi que a autora entrou mesmo no ano 1899, porque acompanhamos a chegada do telegrafo, da Coca Cola, de como era a organização familiar da época (os casamentos arranjados, a função do homem e da mulher na família). Tudo isso no ponto de vista da Callie.

Gostei muito da edição da Única, que caprichou no espaçamento do livro, além da narrativa ser bem fluída, passava ainda mais rápido por conta do espaçamento. E não posso esquecer de elogiar a capa, adorei!

Indico a leitura pra todos, para conhecer o bom humor e esperteza de Callie nos anos 1899. É uma leitura que tira risadas mas também nos dá uma grande noção de como era a vida nessa época (sem recorrer aos livros de história) e nos incomoda.
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Mila 18/01/2015

A evolução de Calpúrnia Tate
Primeiro livro do ano e preciso dizer que valeu muito a pena. A Evolução de Calpúrnia Tate se passa em Texas no ano de 1889 e conta a história de uma garotinha de onze anos chamada Calpúrnia, mas carinhosamente de Callie. Possui seis irmãos, sendo ela a única menina no meio deles. Seus pais vivem bem e possuem empregados para os afazeres.
Callie não se considera normal se comparada as outras meninas. Não gosta de tricotar, nem de comprar vestidos caros, nem de aprender a cozinhar, ou seja, nada que a obrigue a ser mais dona de casa e mais fútil. Ela gosta mesmo é de diversão e seu instinto curioso a leva a muitas perguntas sobre a vida e aí que seu avô entra na história.
Em um belo dia, Callie estava observando a grama e reparou que havia gafanhotos diferentes pulando em seu quintal. Ficou muito instigada com aquilo e foi procurar seu irmão mais velho, Harry, para perguntar porque existem gafanhotos de cores diferentes, e ele respondeu que não sabia, mas lhe entrega de presente uma caderneta onde ela poderia anotar todas as coisas curiosas que quisesse. Harry insiste para Callie ir procurar o avô para responder tal pergunta, e ela vai, mesmo temendo que seu avô a mandasse embora do laboratório.
"Um dia eu teria todos os livros do mundo, prateleiras e mais prateleiras deles. Viveria em uma torre de livros. Leria o dia todo e comeria pêssegos. E, se algum jovem cavaleiro de armadura ousasse vir gritando em seu cavalo branco, me pedindo que soltasse o cabelo, eu o bombardearia com caroços de pêssego até que fosse para casa."pág 25
Callie começa então a passar muito tempo com seu avô, trocando, por desobediência, as tarefas domésticas e com isso seus pais se veem obrigados a dar um sermão por conta disso.
Motivos para ler:
1- Fala muito sobre a infância do século 19.
2- Descreve como as mulheres deveriam se comportar e o que deveriam aprender para conseguirem um ótimo marido no século 19.
3- Callie tem uma caderneta de anotações.
4- Cita sobre a invenção da Coca-Cola e como Callie e seus irmãos se sentiram tomando pela primeira vez.
5- Fala sobre os laços de família.
6- Descreve um pouco sobre como os casamentos eram arranjados.
7- Callie ama livros.
8- Relata a chegada de um telégrafo na cidade.
9- A capa é incrível.
10- Mostra Callie em uma questão muito importante: fazer o que a sociedade impõe ou fazer o que ama?
11- Mostra uma linda lição: dar valor aos pequenos prazeres da vida
"É impressionante o que se pode ver, apenas ficando sentado em silêncio e observando."pág 45
O livro nos trás uma refletiva maravilhosa sobre a vida: sobre os detalhes! O que Callie me deixou foi que devemos sempre nos encantar com as pequenas coisas pois essas sim são grandiosas. Já falei aqui em alguns posts que amo essa simplicidade, principalmente da natureza, pois tudo sempre se encaixa por mais torto que esteja. Uma lição para a vida toda:uma criança com uma alma leve, feliz e curiosa, e claro, apreciadora das coisas simples e lindas da vida.

site: www.chaeamor.com
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Kely Cássia 12/12/2014

Calpúrnia Virgínia Tate tem onze anos e é a única menina entre 7 irmãos. Ela vive com seus pais, irmãos e avô no calor de Fentress, no Texas. Seu avô é uma figura amedrontadora, e não liga muito para os netos, até que um dia Callie Vee, como é carinhosamente chamada pela família, cria coragem e lhe pergunta porque os gafanhotos amarelos são maiores que os verdes. Walter, seu avô, a incita a pensar e procurar a resposta sozinha. Depois que ela descobre, e contra pra ele, uma linda relação entre os dois começa, em busca de espécimes de animais e plantas, e quem sabe descobrir uma nova espécie.
Callie começa a gostar de ser naturalista com o avô, e começa a querer ser cientista quando crescer. Mas é 1899, e as mulheres tem que aprender a cuidar da casa, e só. Logo ela se vê obrigada a cozinhar, costurar, e chega a ser engraçado seu drama em não querer fazer isso. O que é totalmente compreensível, porque afinal, uma garota não pode ser o que quer pelo simples fato de ser uma garota ? Vovô Walter é meio desligado dos netos, e mal sabe o nome deles, e é fofo como ele começa a gostar de Calpúrnia.
No começo é meio maçante, e parado, e acabei achando que o livro seria ruim. Mas resolvi que leria mais um pouco, e sem ver comecei a gostar da estória, e quando fui perceber já estava na metade do livro. Pela sinopse parece que não tem muita coisa pra acontecer, mas os fatos vão sendo revelados durante o livro, e narrados em primeira pessoa pela Calpúrnia, o que pode fazer-nos achar que será um livro infantil, pelo fato dela ter 11 anos, mas não vi nenhum problema nisso, e muitas vezes ri dela.
Cada capítulo é iniciado com alguma frase do livro de Darwin, A Origem das Espécies, que é o que move todo e enredo.
É sem dúvida um livro muito gostoso de ler, que além de tudo, nos mostra um pouco da realidade do século XVIII. Só o que me incomodou um pouco foi o fato da autora ter abordado a virada de 1899 pra 1900 como a virada do século, já que o século XX começou em 1901. Mas não chegou a me atrapalhar a leitura, e recomendo o livro a todas as idades, muito bom.
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Andressa1007 06/12/2014

A Evolução de Cálpurnia Tate
Em agosto desse ano a Única Editora lançou o livro A Evolução de Cálpurnia Tate de Jacqueline Kelly. Logo que eu tomei conhecimento desse lançamento fiquei encantada pela capa e quis saber mais sobre a história pelos blogs literários. No entanto, raramente eu dou chance para livros de ficção infanto-juvenil e para que algum me chame a atenção têm que ter algo mais relacionado com a minha própria personalidade e/ou história.

Aí é que entra o por quê de eu ter gostado tanto das premissas da evolução de Calpúrnia: ela inicia uma relação mágica e instrutiva ao fazer amizade com o avô e, ao ganhar de presente do irmão mais velho uma caderneta, um novo mundo se abre para ela, onde tudo o que descobre na natureza pode ganhar seu espaço próprio dentro daquele pequeno pedaço de papel. Eu tive o privilégio de ter um dos melhores avôs maternos que alguém pode ter e sempre que uma história envolve um diário/caderneta/livro de segredos absolutos eu fico empolgada! Então que me identifiquei muito com essa menina de "onze e três quartos, praticamente doze" anos.

Essa tal evolução vai acontecer num espaço de tempo de seis meses, dentre os quais as principais datas comemorativas daquele ano também se passam: o aniversário dela e de alguns dos seus irmãos, o Natal e a virada do século XX. Se por um lado Cálpurnia se debruça diante de Darwin e sua seleção natural, por outro o mundo recebe os primeiros sinais do desenvolvimento com a tal da linha telefônica. Enquanto ela descobre ser uma naturalista em desenvolvimento junto das orientações de seu avô, também se dá conta que sua natureza feminina impõe uma série de regras que nada têm a ver com sua personalidade.

Cálpurnia, aos onze anos, não sabe muito o que quer ser ou fazer no futuro, mas sabe que não quer passar seus dias diante de bolos e tortas, bordados e costuras, casa/filhos/marido. Elas quer ser algo parecido com um cientista! Ela quer desbravar a natureza e imprimir seu nome em uma grande descoberta! Mas ela também não quer ser abandonada, quer continuar tendo os privilégios de ser a única irmã favorita do irmão mais velho e a única neta favorita de seu avô. Quer ganhar seu próprio dinheiro como a telefonista da cidade e não quer passar horas diante de um piano que não consegue tocar muito bem, apesar de todos os esforços de uma mãe dedicada que quer preparar a única filha para ser uma bela debutante.

Um dos pontos mais positivos da trajetória de Callie são as coisas que seu avô lhe mostrava nas entrelinhas, ele não estava apenas ensinando noções científicas, estava valorizando os sentimentos e as vontades de uma menina que não encontrava entendimento em outras relações familiares. Estava dando noções éticas que ela precisava receber em algum momento com alguém mais próximo, fazendo com que uma amizade verdadeira e construtiva pudesse nascer entre eles. Quantos de nós tivemos a chance de um relacionamento assim na infância? E quantos souberam valorizar?

Ao ler a história de Callie Vee o que se sente no final é uma enorme compaixão e ao mesmo tempo uma espécie de "graças a Deus!" por não estarmos mais em uma época em que meninas com diversas qualidades não eram devidamente incentivadas. Hoje podemos escolher o que seremos, o que faremos, e qual a profissão do nosso futuro; quase nunca pensamos que no passado diversas mulheres, quando ainda eram nada mais que crianças, já podiam notar que o futuro não seria algo tão brilhante. Muito do que não era permitido em tal sociedade já é perfeitamente natural e aceitável em nossa época e talvez por isso quase não nos damos conta de que no passado só era possível sonhar, como Callie, com as melhores possibilidades da vida.

A autora foi muito feliz em relacionar cada capítulo do livro com um trecho de A Origem das Espécies de Darwin e é preciso também aqui elogiar a beleza da edição, com páginas cheias de detalhes, uma ótima diagramação, uma capa que dá pistas do que Cálpurnia vai encontrar em sua trajetória e um marcador de páginas personalizado que pode ser destacado na contra-capa. Espero que tenham curtido e se interessado pelo livro, é o tipo de presente que eu daria a uma irmã mais nova e que eu gostaria de ter lido naquela idade. :)

site: http://vandabooksetreasures.blogspot.com.br/2014/12/resenha-evolucao-de-calpurnia-tate-de.html
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stsluciano 15/10/2014

Narrativa cativante
No livro somo apresentados ao ambiente familiar de Calpúrnia, única menina em um conjunto de sete irmãos, sendo exatamente a filha do meio, com três irmãos mais velhos, e três mais novos. Seu avô, Capitão Tate, é um veterano de guerra que conseguira prosperar com uma beneficiadora de algodão, dando à sua família uma boa condição de vida, e o que permitira com que se recolhesse mais cedo, deixando os negócios nas mãos do único filho e passando a se dedicar à sua verdadeira paixão: a ciência e a investigação da natureza.

No começo Callie vê o avô como alguém excêntrico, mal humorado e não muito interessado na família, tanto que ela duvida que ele sequer saiba seu nome, mas conforme vai crescendo nela o interesse pela natureza ao seu redor e seus mistérios, essa barreira vai sendo derrubada, e ela inesperadamente encontra no avô um grande incentivador do pensamento científico, um verdadeiro adepto das ideias escandalosas de Darwin bem ali sob seu teto.

Eu não gostava nada de biologia na escola, então fiquei um tanto apreensivo com o quanto de ciência e afins encontraria durante a leitura e o quanto isso me faria perder o foco. Bom, o livro é bem mais sobre relações familiares, sobre a descoberta do mundo por Calpúrnia que sobre descrever filos e reinos e etecetera, então vemos nomes científicos sendo ditos esparsamente durante o texto que em nada atrapalham à narrativa. O que chamam a atenção mesmo são os questionamentos que a garota faz do alto de seus onze anos, nenhum deles gratuitos, todos potencialmente escandalosos para a época.

Calpúrnia é uma revolucionária. Em pleno século XIX ela questiona as utilidade de se aprender a tocar piano, cerzir, cozinhar, tricotar, e, num grau mais profundo, de ser apresentada à sociedade quando tiver uma idade adequada para tanto. O que os que estão à sua volta não entendem que ela vê questões muito mais práticas e importantes a se conhecer no mundo lá fora do que se preparando para ser uma boa esposa. E o fato de ser filha única só faz com que sua mãe tenha ainda mais expectativas sobre ela.

Um outro ponto que me agradou muito foi a ambientação. A propriedade da família Tate ganha vida nas palavras de Calpúrnia, e essa vida fervilha numa intensidade cada vez maior conforme ela vai aprendendo a reconhecer novas espécies. Na companhia do avô, ela conhece mamíferos, aves, insetos, vegetais, e tudo isso sem que ela deixe de ser a criança solta que é. E temos o calor. Li alguma vez em algum ligar que a vida fervilha sob o calor, e no livro isso não é diferente.

A condução da narrativa por parte da autora é perfeita. Primeiro que Calpúrnia é uma personagem carismática demais, possível demais, e que a gente acaba por se afeiçoar demais. Segundo que o livro mescla momentos de descobertas científicas com outros de pura descontração que só as relações familiares podem trazer, ainda mais quando se fala de uma família numerosa como a dela. Há assim um equilíbrio muito bem vindo e saudável, que faz com que a leitura flua com extrema naturalidade.

Mas a autora também ousa. Em se tratando dos Estados Unidos no século XIX, ainda há um forte componente racista presente na sociedade e que, não sejamos ingênuos, persiste até hoje. Em sua visão pura de criança, Calpúrnia narra passagens de preconceitos tanto de raça quanto de gênero, que vão da mulher que enganara o marido por ser mais que um oitavo negra (oi?), ou do momento em que uma das criadas da casa a repreende por ela estar fazendo um trabalho manual indigno de: uma mulher, uma branca, uma Tate.

Um dos meus momentos preferidos do livro é a primeira vez que Calpúrnia olha em um microscópio e percebe toda a vida que existe nas águas do rio onde ela se banha para amainar o calor, o que a deixa um tanto assustada, por, raciocínio dela, enquanto ela temia cobras e outros animais maiores, o lugar estava povoado de criaturas que ela sequer era capaz de ver a olho nu.

Quando um livro nos encanta não há muito o que fazer se não declará-lo favorito. É certamente uma das melhores leituras do ano. A autora encontrou o tom certo, soube conduzir os fatos e entregou um livro e tanto. É o tipo de livro que deixa uma saudade latente e um sorriso nos lábios quando nos lembramos dele. Simplesmente leiam.
Jess 24/10/2014minha estante
Essa e a primeira vez que vejo uma resenha sobre essa autora, bem nunca li nada sobre ela a narrativa dela parece ser cativante. Gostei da trama que ha nessa historia. Parabens pela resenha.




Tomo Literário 01/10/2014

A Evolução de Calpúrnia Tate
A menina Calpurnia vive com seus pais, avô e irmãos no Texas. Ela é quem narra a história do livro A Evolução de Calpúrnia Tate da escritora Jacqueline Kelly, publicado pela Única Editora em 2014. Ao longo de suas 380 páginas conhecemos a personagem através de sua narrativa.

A menina não tinha um relacionamento muito próximo de seu avô, Walter Tate. Ela o descreve, inicialmente, como um personagem obscuro. Mas, a menina que é apaixonada pela teoria naturalista começa a fazer anotações, em uma caderneta de capa vermelha, sobre tudo que vê. Com o incentivo de seu avô, de quem ela se aproxima, justamente pela curiosidade que tem sobre naturalismo, ela vai descortinando o mundo ao seu redor. Walter incentiva a neta a ler A origem das espécies de Charles Darwin.

Calpúrnia faz uma descoberta interessante e junto com o seu avô divulga para a sociedade científica.

Ao longo da narrativa a menina vai contando sobre o seu cotidiano, a relação com seus irmãos e amigos, e sua pretensão futura em se tornar uma cientista. Não podemos deixar de citar que há o dilema da época em que a história se passa, 1899. Época em que as famílias não pensavam em ver mulheres como cientistas. A de Calpúrnia não é diferente.

Tenho de confessar que esperava mais da história de Calpúrnia, muito embora seja um livro bem escrito, sem dúvida. Contudo, acreditava que poderia ter mais pontos de conflito e/ou controvérsias. Em que pese o fato de a menina viver na virada do século XIX para o século XX, senti falta de uma história mais vibrante. Isto não significa, porém, que seja uma história ruim. Valeu a pena a leitura e recomendaria que outras pessoas lessem.

O livro é a estréia de Jacqueline em romances. A autora exerceu Medicina, Direito e passou a escrever ficção. Em 2001 teve seu primeiro conto publicado.

site: http://tomoliterario.blogspot.com.br
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Karini.Couto 11/09/2014

A primeira coisa que chama a atenção em A Evolução de Calpúrnia Tate é a capa, eu achei linda e delicada, assim como a história que é intrínseca e singela ao mesmo tempo!



Calpúrnia, ou Callie, como prefere ser chamada mora com seus pais, seis irmãos, sendo três mais velhos e três mais novos e seu avô. Sua família é tranquila e aparentemente comum, a exceção de seu avô que se tranca em seu laboratório ou seria biblioteca? rs sempre buscando conhecimento em torno de ciências e afins.. O que soa um tanto quanto peculiar em uma família tão comum!

Callie nasceu em uma época em que as mulheres, não importando a idade já nascem com um propósito: aprender as tarefas do lar, saber se comportar diante das pessoas, ser submissa, boa esposa e tudo que engloba essa redoma onde mulher era vista apenas como "adereço", "empregada", entre outros; porém Callie, não consegue ser da forma como todas as meninas nascem destinadas a ser, ela tem sede por mais.. Ela é viva e destinada a grandes feitos e não apenas os afazeres simples domésticos e é a partir dessa ânsia de querer além, que surge o ímpeto de querer saber mais sobre o que o Capitão Tate (seu avô) tanto estuda em seu laboratório e as coisas começam a mudar em sua vida!



A relação entre avô e neta é simplesmente linda de se ver, pude pensar e repensar, na relação que tenho com os meus avós, ainda vivos, Graças a Deus! Só quem tem essa conexão entende o quanto um livro assim pode mexer com os nossos sentimentos, pois quando Callie demonstra curiosidade pelos feitos de seu avô eles se ligam ainda mais em um laço que vai além do parentesco, um laço que envolve amor e ciência.. Callie aprenderá coisas que jamais sonhou que pudessem existir e a forma como a autora fala sobre as teorias de Darwin não é maçante, e em momento algum desinteressante, pelo contrário deu um "Q" a mais a história.. no decorrer da leitura podemos nos deparar com momentos marcantes na história e coisas realmente interessantes.

Não posso dizer que esta seja uma leitura surpreendente, mas é uma leitura relaxante e gostosa!
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Carolina.Inthurn 06/09/2014

Cativante!
"Ah, mas dificilmente eles eram pequenos para o caçador e a caça, jogando a moeda de vida ou morte. Eu era apenas uma observadora, uma folgada. Eles estavam naquilo pra valer."

Quando recebi o material de divulgação do livro, uma coisa em especial me chamou atenção: Os que gostam de A Menina Que Roubava Livros irão simpatizar com este livro. Mas pra ser sincera, eu não gostei nada da obra de Markus Suzak... Só que mesmo assim eu solicitei esse livro, a capa é maravilhosa, a sinopse intrigante e as minhas expectativas estavam ótimas. A Evolução de Calpúrnia Tate é leve, ao mesmo tempo que é tocante. Um livro que cumpre o que promete, que ultrapassa a simplicidade como a de uma criança e transborda sentimentos.

Calpúrnia, ou Callie Vee, é uma menina do século XIX. Vocês sabem o que significa? Que ela está destinada a aprender a cozinhar, lavar, passar, costurar, ter bons modos... Destinada a ser esposa. Não é surpresa, já que naquela época as coisas eram muito machistas. Mas Callie tem uma singularidade especial, ela não se encaixa nos padrões do século. É uma menina curiosa, esperta e amorosa, conquistou a mim de uma maneira tão especial que anseio poder torná-la real.

Sua família é normal, aos padrões da época. Callie faz a ponte entre os irmãos mais velhos - Harry, Sam Houston e Lamar - e três mais novos - Travis, Sul Ross e o bebê Jim Bowie (ou JB). A autora conduziu a obra tão bem que até aos irmãos, que são vários, eu pude me apegar e ter um carinho enorme. Na casa, também mora o avô, o Capitão Tate. Mas ele vive trancado na biblioteca/laboratório estudando ciência e Darwin. Até que um dia, Callie sente curiosidade de saber mais sobre o avô e o que ele estuda.

A partir daí começa uma amizade nova e diferente, entre neta e avô. Uma coisa pura, ligada pela teoria darwinista e a Seleção Natural. Juntos, os dois saem em busca de plantas, animais, insetos... Se aventuram pela natureza estudando ciência e lendo livros. Mas Callie é uma menina, seria adequado para ela tanto conhecimento? Neste livro, não há clímax. Não que eu pudesse ter notado, e não que realmente precisasse. Acho que a autora soube manter um ritmo excelente, tanto que eu terminei a leitura rapidamente.

Eu não sou fã de A Origem das Espécies ou de Darwin. Mas é impossível não nos apegarmos ao mundo de Calpúrnia Tate, uma garotinha que ansiava por conhecimento e através da ciência, sentiu que poderia mudar seu destino. Para vocês terem uma noção, no livro nos deparamos com o surgimento dos automóveis, da Coca-cola e do telefone... Eu provavelmente esperava um final diferente, algo surpreendente. Mas acredito que ele não têm esse objetivo, é um livro em aberto. Foi uma leitura surpreendentemente leve, a capa está lindíssima (preservada a original) e o trabalho gráfico muito bom, tirando alguns erros que eu acabei notando. Em suma, é um livro que vai conquistar tanto as crianças, quanto os adultos.

"Um dia eu teria todos os livros do mundo, prateleiras e mais prateleiras deles. Viveria em um torre de livros. Leria o dia todo e comeria pêssegos. E, se algum jovem cavaleiro de armadura ousasse gritar em seu cavalo branco, me pedindo que soltasse o cabelo, eu o bombardearia com caroços de pêssego até que fosse para casa."

Para a resenha com fotos: Acesse o site Estante das Fadas ♥

site: www.estantedasfadas.com.br
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