Parábola do Cágado Velho

Parábola do Cágado Velho Pepetela




Resenhas - Parábola do Cágado Velho


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ig: rafamedeirosmartins 16/10/2016

Um mundo que desaba
Se um livro dependesse de uma boa capa ou um título atraente para ser lido, este iria direto para o limbo dos livros esquecidos.
Ainda bem que não é assim: Pepetela, expoente maior da literatura angolana, romanceia sobre um tacanho vilarejo que tenta se acomodar e sobreviver diante de duas realidades: um novo mundo que atrai sua jovem geração e uma guerra instalada no país.
O livro enfrenta severos temas: o desgaste entre pais e filhos, os antigos costumes que não são compreendidos pelos mais novos e a perplexidade diante de uma guerra na qual não se sabe quem são os amigos e os inimigos.
O romance é singularmente resolvido pela parábola com o cágado e a suspensão do tempo. Ótimo livro.
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Lori 03/08/2010

Parábola do Cágado Velho

Pepetela

Nova Fronteira, 2005


Admito, tenho mania de comprar livros por causa do autor, chego mesmo a nem ler sobre o que é a história. Com Cágado Velho foi assim, e quando comecei a ler e achei que ficaria perdida na história, comecei a me arrepender por ter essa mania. Mas Pepetela, novamente, me surpreendeu e fez eu ficar triste por ser um livro pequeno. O livro se mantém fiel ao que propõe, em ser uma parábola, que pro definição é uma narrativa curta com uma moral. Segundo a Wikipedia ainda é comparada erroneamente a uma fábula, o que também serviria para esse caso. Principalmente pelo tom de desconhecido que cerca, como não saber exatamente quando e onde, os significados dos nomes dos personagens principais.

A história se passa na África, pode se assumir que na Angola, país do autor. Embora o plano principal seja a vida de Ulume e sua paixão por Munakazi, não é isso que realmente importa no livro. Acaba sendo só um fio condutor. Conduz a uma história situada na guerra e suas influências na vida daqueles que não participam (nem conhecem o motivo de acontecer). Conta sobre as batalha sobre a tradição e novidades, campo e cidade, pais e filhos. O livro trata de uma nova Angola, que não chega a todos após a independência, mas quando chega não pergunta como os antigos querem que seja. Os novos querem impor sua vontade através de armas sobre aqueles que conheciam a terra bem antes.

É o que leva ao que eu mais achei interessante, que é: quem faz a guerra? Por que os grupos de soldados que aparecem para comer e levar mulheres são tão parecidos. Eles que qualificam como nossos e inimigos. Então qual grupo está certo? De que lado aquela pequena aldeia estaria se até os filhos que foram para a guerra foram para lados distintos. Eles não sabiam quais as diferenças nem quais os motivos de cada grupo, somente usavam a definição que os soldados davam para si mesmo e para os outros. Depois de um tempo Ulume define todos como inimigos desde que carregue uma arma. Já que todos fazem o mal a eles, são inimigos. Não seria assim toda guerra na essência?

Uma crítica que eu tenho para fazer é o fato de que não houve uma real tradução do livro. Como os países têm a mesma língua criam que era fácil de compreender, o que mostrou ser uma grande falha. Por que o livro tem diversas expressões angolanas que brasileiros não fazem idéia, principalmente por que ele usa de diversas tribos africanas. E não vai ser um glossário com vinte palavras que vai resolver esse problema. O livro é compreensível, contudo você somente percebe o que realmente significa certas palavras depois de ler toda a frase. Isso atrapalha um pouco o livro, embora não seja um empecilho para apreciar o livro.

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http://depoisdaultimapagina.wordpress.com/
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