Medidas Compensatórias da Demora Jurisdicional

Medidas Compensatórias da Demora Jurisdicional Alexandre Morais da Rosa...




Resenhas - Medidas Compensatórias da Demora Jurisdicional


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Paulo Silas 23/07/2014

Rápido, objetivo e direto, sem deixar de ser profundo e bastante interessante.

Tendo como cerne o direito fundamental da razoável duração do processo, elencado no inciso LXXVIII do artigo 5.º da Constituição Federal, os autores esmiúçam aquilo que não deveria ser uma celeuma, a saber, a duração do processo penal na prática do cotidiano.

Na primeira parte da obra são apresentados "os fundamentos da existência do direito de ser julgado no prazo razoável", fazendo-se um apanhado histórico em busca dos fatores que legitimam o fato de a duração razoável do processo se tratar de uma garantia, além de evidenciar tal ponto no direito comparado, em Tratados e Convenções Internacionais, bem como no sistema jurídico pátrio.

Já na segunda parte da obra, os "critérios utilizados para a determinação da violação do direito à duração razoável do processo" são demonstrados pelos autores. Aqui, diversos fatores de ordem prática são levados em conta na análise do que se justificaria, ou não, para influir na caracterização de eventual violação ao direito tema da obra.

Na última parte têm-se as propostas de soluções compensatórias para quando do não atendimento à razoável duração do processo penal nas situações em que assim ocorrer, violação esta que, infelizmente, na prática forense não se trata de situação incomum. Espécies de medidas compensatórias são narradas e sugeridas pelos autores, inclusive com a transcrição de julgados que adotaram algumas das soluções propostas, demonstrando que há a possibilidade prática de ocorrer a compensação pelo prejuízo da demora.

A questão da contrapartida exacerbada do fator "tempo" no processo também é alertada pelos autores, considerando que o termo "razoável" merece ponderação e discernimento. Se nem muito, também nem tão pouco. Ao mesmo tempo em que o acusado não merece sofrer com um processo moroso e desgastante (o que não deixa de ser uma punição contra o indivíduo), também deve ter observado o seu direito ao contraditório e a ampla defesa, o que somente é possível quando respeitadas as garantias processuais.

Livro que merece e deve ser lido. Recomendo!
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