Eclipse

Eclipse John Banville




Resenhas - Eclipse


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Lili 23/10/2023

Eclipse
É o primeiro livro de uma trilogia, o segundo é:" Sudário" e o terceiro "Luz Antiga". John Banville já foi prêmio Nobel de literatura, escreve de maneira poética com muita sensibilidade. Gostei muito!
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Bruno Malini 06/06/2023

Lento e melancólico
Livro bem melancólico e lento, monólogo de um protagonista preso ao passado e seus próprios fantasmas.
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Rodrigo Scarabelli 14/05/2022

Memórias e buscas por si
Livro intrigante, onde o protagonista mergulha em um misto de memórias e impressões fantasmáticas, num anseio incerto por algo de si mesmo que escapa, se dissipa, etéreo.

Busca por reconexões consigo mesmo mas também com a filha, com quem tem relação difícil e afastada, além da esposa, condescendente com a necessidade de isolamento do protagonista e mergulho no passado.

Bem escrito, desconcertante, subjetivo, prende o leitor nos estranhamentos do presente imiscuídos com memórias familiares e fantasmagorias produzidas nessa junção.

Final dolorido, irremediável. Penso como seguirá essa história no próximo livro, "Sudário", que certamente lerei.
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Paulo Sousa 22/05/2019

trilogia sudário 1 - eclipse
Título lido: Eclipse
Título original: Eclipse
Autor: John Banville
Tradução: Celso Mauro Paciornik
Editora: Globo (Selo Biblioteca Azul)
Lançamento: 2000
Esta edição: 2014
Páginas: 240
Classificação: 3/5
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"no centro de tudo há uma ausência, um espaço vazio onde um dia houve alguma coisa, ou alguém, que se Removeu. embora as páginas não estejam numeradas, é claro, estou convencido de que faltam algumas: descartadas, destruídas - ou roubadas?" (pág 232).
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john banville é o mestre do saudosismo. só li dois livros dele (o outro foi "o mar"), mas lendo as sinopses dos outros volumes da "trilogia sudário", é bem fácil entrever que o personagem de Eclipse, o primeiro dos três, é um homem fadado à perdição e a ser corroído pela memória e pelo tempo.
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aliás, um dos grandes atrativos de Eclipse é justamente o fato de não acontecer nada em grande parte da obra. não existem reviravoltas ou inovações narrativas; não aparecem truques estilísticos ou personagens com atitudes e falas marcantes. com exceção de um único acontecimento violento surgido quase no final do livro, o restante da história desenrola-se com vagar, concentrada nos dilemas do personagem principal e narrador, Alexander Cleave.
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Alexander Cleave é um ator experiente e famoso que, em uma noite, no palco, passa pelo pior pesadelo de qualquer artista: subitamente paralisa e esquece as suas falas, precisando lidar com as risadas da plateia e com o pânico dos seus colegas de peça, até abandonar o palco de forma repentina (o mesmo se dá em "a humilhação, com o Simon Axler de Roth). tal fato o leva a reconsiderar a sua vida. ele decide retornar para a casa em que passou boa parte da infância, em uma tentativa de reconectar a criança com o homem e encontrar o sentido da própria existência ou, nas suas próprias palavras, ?colocar de volta o trem nos trilhos?.
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na casa da infância, passado e presente passam a conviver de forma abrupta, alternando-se nas recordações do narrador. Para viabilizar a construção da narrativa, John Banville abusa do recurso da fantasmagoria, vendo fantasmas e sendo acossado pela memória de eventos passados, o que aproxima o livro, em muitos momentos, de A volta do parafuso, de Henry James, um livro que particularmente não gostei. o presente aparece de forma mais vigorosa através das intervenções da sua mulher, Lydia, que lhe acompanha nesta jornada ao passado, mesmo sem ter sido convidada para tanto. não é uma coincidência que, irritada pelo desejo constante do marido de retomar o passado, Lydia algumas vezes lhe diga ?Você é seu próprio fantasma?.
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Eclipse não é uma leitura fácil. ele demora um pouco para se render ao leitor, que se distrai com as idas e vindas do texto e, como a história é excessivamente estática, corre o risco de perder as chaves de interpretação do narrador distribuídas ao longo do texto. no entanto, ultrapassado este momento inicial de relativa incompreensão, o leitor que seguir adiante logo entenderá os pensamentos de Alexander Cleaver. entrará na sua pele e vivenciará as suas dúvidas e indecisões. preso em um passado que não o larga e lança sombras sobre o seu presente, o narrador é alguém tão humano como qualquer um dos seus leitores, e talvez esta seja a característica que mais incomoda em Banville: a sensação de que, um dia, o leitor vivenciará as mesmas dúvidas de Alexander Cleaver e, no meio deste grande palco que se chama vida, esquecerá o que está fazendo sobre ele e não lembrará mais o motivo pelo qual está vivo. somos criaturas feitas de passado e de fantasmas.
Paulo Sousa 10/05/2022minha estante
@jed aqui




Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Primeiro Da Trilogia
O irlandês John Banville é considerado um dos mais brilhantes escritores contemporâneos. Sua escrita elaborada é deslumbrante e em seus livros, poesia e ficção se fundem de forma inovadora e em perfeita cumplicidade.

"Eclipse", publicado em 200O, é o primeiro volume de uma trilogia da qual também fazem parte "Sudário" e "Luz Antiga". Seu protagonista, Alexander Cleave, é um famoso ator que acabou de sofrer um colapso nervoso em cena. Com a carreira arruinada, o casamento por um fio e uma filha problemática, ele resolve se isolar na casa onde passou a infância, tentando por em ordem o caos que se instaurou em sua vida.

Sufocante e heterodoxo, trata-se de um monólogo com pouquíssima ação. Nele, Cleave vagueia por corredores e salas, atormentado pelo passado e obsedado pelos seus próprios fantasmas.

Mesmo quando o dia a dia bate à sua porta, como a chegada de um circo ou um eclipse, nada consegue demovê-lo de seus devaneios. Até mesmo diante de uma morte inesperada, ele não passa de um egocêntrico que no palco não consegue atuar, mas na vida não se cansa de desempenhar o papel que considera mais apropriado.

Esse livro é apontado como o mais difícil de Banville. Com pouco menos de duzentas páginas, sua leitura é um desafio. Contudo, se você desejar um caminho menos pedregoso, fique com "O Mar", considerado sua obra-prima.

"Os autores trágicos estão errados, não há grandeza no sofrimento." (Alex Cleave)
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Daniel 16/09/2014

Eclipse na alma
O escritor irlandês John Banville brinda o leitor com mais uma dose de literatura de primeira qualidade.


Eclipse inicia uma trilogia que se completa com Sudário e Luz Antiga. Neste livro o leitor acompanha as memórias e reflexões do narrador Alexander Cleave.


A trama é algo tão tênue que é difícil tentar elaborar uma sinopse ou dizer do que trata o enredo. Mas as sensações que este provoca desconforto, claustrofobia, desencanto são duradouras. Provavelmente alguns leitores poderão achar a coisa toda meio vaga e enfadonha, ou ainda deprimente demais um homem maduro em crise, praticamente sozinho numa casa desolada, que acredita em fantasmas - mas a chave para apreciação aqui é a prosa de Banville, sempre bem escrita, reflexiva e cheia de belas imagens.


Um livro muito triste. Achei que autor se saiu melhor com os extraordinários O Mar e Luz Antiga, todos com temáticas semelhantes, mas com resultados mais consistentes.
Arsenio Meira 17/09/2014minha estante
É difícil mesmo resenhar esse romance, Daniel, mas o ponto principal você evocou: a poesia que reina na prosa do Banville. É um livro cinzento, quase palpável de tão angustiante. Eu gostei mais, exceto em relação ao romance Mar; este sim, para mim, seu melhor romance.




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