Kaique.Nunes 12/02/2019
Nesta obra, Kierkegaard explora psicologicamente o conceito de angústia/ansiedade como pressuposto e consequência do pecado hereditário. Não se trata de uma psicologia que procura explicar os aspectos dogmáticos do pecado e da liberdade. E sim o entendimento do dogmático e seus efeitos psicológicos no homem.
A angústia é um medo fora de foco, disperso. Kierkegaard usa o exemplo de um homem na beira de um precipício para exemplificar. Quando o homem olha para baixo, ele experimenta um medo focado de cair, mas ao mesmo tempo, o homem sente um grande impulso de se atirar intencionalmente para o precipício.
Essa experiência de dupla sensação é a ansiedade devido à nossa completa liberdade para escolher saltar ou não saltar. O mero fato de alguém ter a possibilidade e liberdade de fazer algo, mesmo as mais aterrorizantes possibilidades, desperta um imenso sentimento de angústia, uma “vertigem da liberdade”. O autor explora na escolha de Adão este estado natural da alma quando confrontada pelo abismo da liberdade. Vendo a ansiedade não como um pecado em si, mas um antecedente a este. Todas as pessoas individuais nascem com a mesma liberdade e ansiedade como resultado daquela liberdade que Adão possuía, e assim nós pecamos não porque somos pecadores, mas nos tornamos pecadores por causa do nosso salto qualitativo da liberdade para o pecado e, portanto, da pecaminosidade.
Porém, apesar de antecedente, como disse, a ansiedade não é um pecado em si, é apenas uma condição da liberdade, o homem era livre para pecar e não pecar. A queda não foi uma necessidade da criação, da mera existência. Desta forma, a ansiedade também é antecedente ao salto qualitativo da alma do homem em retorno para Aquele que a criou - um salto de volta a Deus através da fé. “Angústia é a realidade da liberdade como possibilidade antes da possibilidade”. E única solução para a angústia é a fé religiosa Naquele que “tudo é possível”.
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