Carlos Padilha 05/02/2022
Propaganda enganosa
É fato deveras conhecido que a forma rigorosa como a Alemanha foi punida pelos termos do Tratado de Versalhes foi um dos elementos chave que levaram à deflagração da 2a Guerra Mundial. Ao ler o livro, meu objetivo era entender melhor esses termos e por que caminhos se chegou a eles.
Porém, o livro não chega sequer perto disso, se ocupando quase por inteiro à descrição da batalha de egos e à falta de organização e objetividade da Conferência de Paris, que teve como produto final a redação do Tratado.
A opção do autor, de apresentar os assuntos discutidos por uma classificação temática criada por ele, ao invés de por uma sequência cronológica, torna a leitura extremamente confusa, inclusive porque alguns assuntos são repetidos sob mais de um de seus "temas".
Em boa parte do livro, são apresentadas as discussões sobre as fronteiras de países na região dos Balcãs, Grécia, Turquia e outros. Assunto relevante, mas fora do foco principal, a questão da Alemanha, que acaba sendo mostrada de forma quase secundária.
Outro problema é que, tendo o livro sido escrito poucos anos depois do evento, o autor assume que todos os dignitários mencionados são amplamente conhecidos pelos leitores, o que, evidentemente, não é verdade para o leitor médio, mais de um século após os eventos.
Em resumo, o livro passa muito longe do que imaginei que se propusesse a apresentar.