Roberto 06/06/2021
John Reed, jornalista membro do Partido Comunista dos Estados Unidos, estava na Rússia para cobrir os eventos inaugurados com a derrubada do Kzarismo e a instauração do Governo Provisório quando explodiu a fase mais radical da Revolução Russa, que foi a Revolução Bolchevique.
O livro relata a insatisfação da população russa com o Governo Provisório, pelo seu caráter conciliador que, na verdade, seguia os ditames da burguesia e dos latifundiários do país. Narra os avanços e refluxos do processo revolucionário, os embates políticos na assembleia dos sovietes, em que se destacam os discursos vivazes e eloquentes de Lenin e Trotski, a oposição da Duma Municipal de Petrogrado, que congregava principalmente as forças reacionárias e os partidos socialistas não soviéticos que apostavam na conciliação, e a custosa formação do bloco que aglutinou os parco proletariado russo com a volumosa massa de camponeses do país, o que foi decisivo para a vitória da Revolução, após o período da Guerra Civil.
A narrativa de tirar o fôlego de John Reed, aliada à disponibilização de inúmeros documentos do período, dá a tônica do livro e torna sua leitura muito agradável. Além disso, a importância histórica do evento histórico tratado aqui, que por ter ocorrido em um país periférico e semifeudal influenciou diversos movimentos revolucionários na América Latina, além de fomentar o desenvolvimento da perspectiva descolonial em nosso continente, sem falar da drástica mudança ocorrida nos países desenvolvidos a partir de então, fazem valer e muito a leitura do livro.