Tiago600 11/09/2022
Corolário de Registros
Ontologicamente, o "nada" se "nadifica". Exemplo: Marcamos um encontro com alguém, essa pessoa não comparece, estando sozinho na mesa de um bar, o nada - ou a falta da presença desse "outro" - assume uma forma, metafisicamente ganha corpo como uma ausência, e é, essa ausência que em determinado ponto mágoa, fere e oprime, não o fato desse "outro" que não veio.
Uma vez que uma foto é materializada, esse artifício talha o tempo. Direi que o tempo se "tempifica" quando analisamos uma fotografia. São elas - as fotos -, que mais que qualquer espelho, incrusta frontalmente o passar dos anos quando analisadas em retrospecto. Uma foto é uma paralisia temporal, olhando um álbum familiar podemos ter um vislumbre de como eram nossos pais e avós ainda crianças, antes de nossa existência simplória e terrena. A fotografia se insere em diversos papéis, com inúmeras facetas, inclusive, um dentre suas muitas funções, é registrar nossa própria biografia foto após foto, uma biografia que ainda não teve fim e que se mantem em constante construção, visto que não existimos porque vivemos, pelo contrário, vivemos porque existimos.