kiki.marino 26/12/2020
Não é uma carta de autocomiseração de, assumir erros , mas sim de amor,mágoas e amargura e um Oscar Wilde mais "profundo" não melhor, segundo ele mesmo. Tambem de analise da consciência e dos seus atos,"arruinou-se" pelas próprias mãos
Tal como seu amigo/amante ele era ainda um homem vaidoso, mesmo após seus infortúnio, escarnio,humilhação durante e após o julgamento que sofreu dos "filisteus" como chamava a socidade hipócrita da época e posterior prisão .Ainda conseguia manter sua individualidade de pensamento e consciência contra a luz da razão,religião, moral do qual apontavam sua condenação
Mesmo no fundo do poço do sofrimento e da superexposição de um escândalo ainda tinha a figura do homem escritor :genial e brilhante do qual ele utilizou a faceta para dar o seu olhar a trajetória do seu relacionamento com Lord Alfred "Bosie" ,seu idolo de barro,uma figura sombria e parasitaria que fez parte da sua vida por 4 anos.
Não era uma relação grega "pupilo mestre" puramente intelectual,mas sim de domínio e paixao ,tornou se escravo da vontade de Bosie.
Apenas humano.
Oscar acreditava no mundo visível,no belo superficial ,na arte como realidade suprema,na vaidade do seu brilhantismo intelectual
A prisão foi um ponto de virada na sua vida.
Ele que alcançou os pináculos da vida e seus prazeres,andou nos jardins ensolarados nas flores mais belas,se viu nos recantos mais sombrios e solitarios ...
Rancor ódio amor,esperança abismo.
Uma citação marcante "A superficialidade é o supremo vício "
Encontrou beleza na dor,fez dela sua arte.
Do qual surge o trecho mais interessante da carta, onde estuda a figura de Cristo e sua influência na arte universal, talvez pretensioso pois quase se compara a ele também,enfim figuras amadas e odiadas.
Oscar foi ele mesmo até o fim...
Como disse Aleksandr Kuprin no conto "Felicidade" , "o pensamento é imortal ", nenhuma prisão pode dete-la.