O dia seguinte

O dia seguinte Rhidian Brook




Resenhas - O Dia Seguinte


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Ane 16/08/2020

Uma proposta interessante sobre a vida no pós-guerra. Geralmente, todo mundo fala sobre o durante, mas ninguém fala muito sobre o depois da guerra... Como recomeçar? Se reerguer em meio a um país destruído. Se reerguer depois de perder alguém que ama. Se reerguer quando sente a própria mente devastatada. O Dia Seguinte se trata disso. Achei a premissa e a descrição ótimas. No entanto, tenho que admitir que não atingiu minhas expectativas, os personagens não me cativaram, a narrativa não me prendeu ou comoveu. Apesar disso, cada pessoa tem uma perspectiva e a história não deixa de ter seu valor.
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Luciana 02/04/2016

Muito Bom
O Dia Seguinte é um livro para quem gosta de romances históricos, rico em descrições sobre o tempo e o ambiente me sentir ao ler o livro dentro do cenário pós guerra mundial. Esse é um romance que envolve politica, drama e muita história. No começo achei meio confuso a apresentação dos personagens, mas depois compreendi como se tivesse convivido com eles. Vale a pena ler e tirar suas próprias conclusões e aprendizados.
MarcusASBarr 20/11/2023minha estante
Excelente comentário... estou iniciando e já me sinto absorvido pelo clima que começa a tomar forma.




@fabio_entre.livros 28/04/2019

Sobre consequências
“Não há inocentes; apenas diferentes graus de responsabilidade”. Assim raciocina Lisbeth Salander, protagonista de Stieg Larsson em sua aclamada trilogia Millennium. Tal filosofia parece aplicar-se também aos personagens de “O dia seguinte”, um romance sobre dor e ressentimento, culpa e perdão. Parcialmente inspirado numa situação verdadeira vivida pelo avô do autor, o livro retrata a Alemanha derrotada e em ruínas do pós-guerra, ao mesmo tempo em que apresenta personagens amargurados cujas vidas estão igualmente arruinadas pelos horrores e perdas sofridas nesse episódio atroz da História.
Enquanto lia este livro, pensei muito em “Toda luz que não podemos ver”, de Anthony Doerr, pois há certa similaridade entre as histórias, embora retratem cenários e épocas distintos. Ambos são textos sensíveis que retratam a desolação e tensão de uma nação ocupada em decorrência de guerra; ainda assim, os dois livros apresentam a possibilidade de resgate de valores humanos que estão acima de fronteiras territoriais ou culturais. O diferencial de “O dia seguinte” está no fato de que isso é obtido tanto pelo altruísmo e empatia do coronel Lewis quanto pela trama de adultério que floresce entre Rachael e Lubert, cada qual inicialmente guardando mágoas do “povo do outro” – Rachael por ter o filho morto durante um ataque alemão; Lubert por perder a esposa num bombardeio orquestrado pelos Aliados.
Em termos de pesquisa histórica, Rhidian Brook fez um ótimo trabalho neste livro, registrando detalhes suficientes para que o leitor visualize as imagens descritas e imerja no contexto atribulado da época, sem, contudo, deixar o texto tornar-se maçante ou arrastado. Outro ponto muito interessante é a riqueza de referências literárias; alguns dos meus livros favoritos ou que pretendo ler são citados ao longo da obra, como: “E o vento levou”, “As viagens de Gulliver”, “A montanha mágica” e “Alice no País das Maravilhas”.
Em relação à trama em si, os personagens foram tão bem construídos quanto possível, desenvolvendo uma boa análise psicológica de suas ações e anseios, medos e incertezas. Nesse aspecto, merecem destaque o trio de protagonistas e também Ozi, o pequeno líder dos “selvagens”, grupo de crianças órfãs que vagueia pelos destroços de Hamburgo à procura de abrigo e comida.
Como pontos negativos, aponto duas atitudes da editora Intrínseca: primeiro, esse título nacional, que achei bem insignificante se comparado ao original “The aftermath” (uma tradução literal com algo como “As consequências” seria muito mais instigante). Outro problema foi a falta de notas de rodapé para as falas em alemão. Em alguns casos era possível deduzir o significado pelo contexto, especialmente em diálogos, mas em outros era preciso pausar a leitura e recorrer ao Google Tradutor.
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Raffafust 27/10/2014

Tão bom quando pegamos um livro que nos desperta, nos coloca dentro da história e a cada página lida estamos ali, vivendo com o autor sua história, respirando os ares de uma guerra que assassinou milhões e que durou 12 anos!
Em " O dia seguinte" a família do Coronel britânico Lewis está se mudando para Alemanha, no pós guerra russos invadiram o país terminando a guerra de Hitler mas estupraram várias alemãs e deixaram um rastro de ódio. Os ingleses chegam para reconstruir outras partes, incluindo a educação do país. Famílias alemãs tinham que sair de suas casas para dar lugar para família inglesas indo para um alojamento. Na casa em questão Lubert é um viúvo que era arquiteto e morava com a filha Frieda e três empregados, com a casa sendo escolhida como moradia da família do Coronel Lewis ele se prepara para sair.
A esposa do coronel é uma mulher linda e rancorosa, Rachael perdeu seu filho mais velho na guerra, uma bomba alemã explodiu próximo ao garoto e ela nunca se refez da dor. Edmund, o mais novo, está de mudança com ela , e assim como seu pai não vê os alemães como os culpados, mas sim uma parcela do povo.
Diferente de todas as regras, Lewis pede para Lubert não saia da casa já que há espaço suficiente para todos, Lubert aceita . Rachael não entende como o marido pode ainda ter compaixão com essa gente, que ela abomina e acredita que atrocidades tem que ser pagas na mesma moeda.
Em mundo onde Hitler exterminou judeus, russos estupravam alemãs para vingar-se quando ganharam a Guerra e os ingleses prendiam os culpados, Lubert será investigado se teve alguma participação no nazismo, se comprovado será preso, se inocente poderá voltar a exercer sua profissão.
São relatos de alemães graduados e tão vítimas de Hitler quanto qualquer um pois eram obrigados a seguirem ordens , passando fome e tendo que trabalhar em profissões que não as suas , Brook, nos dá de presente uma história precisa, onde baseada em fatos reais ou não , sabemos que aconteceu com alguém, que a dor de muitos foi sentida, de ambos os lados, e no livro não há inocentes e culpados mas pessoas de duas nacionalidades que tiveram suas famílias separadas ou a perda de um ente querido para guerra.

O impossível ocorre, e Rachael vai ver que nem todo alemão não vale nada. E no final , qualquer pessoa pode perceber que a esperança acontece quando menos esperamos tê-la. Sensacional, do início ao fim.
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Jacqueline 06/11/2014

Um retrato pungente do pós guerra
Rhidian Brook é um premiado autor de ficção, roteiros para televisão e cinema. Seu primeiro romance, The Testimony of Taliesin Jones, recebeu diversos prêmios, entre eles o Somerset Maugham Award.

Como eu tenho mania de ler os agradecimentos antes de iniciar minha leitura, fiquei ainda mais empolgada ao saber que o autor se inspirou em uma situação real para compor o enredo.
Tentei não manter nenhuma expectativa quanto a leitura, e dessa vez funcionou. Fui surpreendida com uma trama emocionante, dramática na medida certa, e com personagens memoráveis e perfeitamente caracterizados.

"Nem sempre é possível julgar um livro pela capa, Ed. Algumas vezes...o mal dentro de alguém...está enterrado bem fundo" (pág.168)

É Setembro de 1946, e a cidade de Hamburgo, agora ocupada por britânicos, começa a juntar seus destroços pós-guerra. O coronel Lewis Morgan - governador de Pinneberg - deve escolher uma mansão em um bairro rico de Hamburgo, e expulsar seu antigo proprietário alemão. Contrariando as regras, ele decide permitir que o antigo morador, Lubert, e sua filha Frieda, de 15 anos, dividam as acomodações. Sua esposa Rachael, ainda em luto pela morte do filho mais velho, não aceita muito bem o acordo. Frieda, que perdeu a mãe no bombardeio, se mostra bastante hostil à presença dos britânicos em sua casa.
Vivendo sob o mesmo teto, as duas famílias irão aprender que apesar de estarem em lados opostos da guerra, certos sentimentos e o sofrimento são universais.

"Alemão bom é alemão morto" (pág.32)

Eu nunca havia lido nada sobre o período pós-guerra, de modo que o livro serviu como uma verdadeira aula sobre o assunto, o que sempre é bem vindo.
O autor nos transporta diretamente para as ruínas de uma Alemanha que tenta a todo custo se reerguer em meio ao caos e destruição, que dizimou a vida de muitos. Após a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, o país foi dividido em quatro zonas (zona francesa, zona estadunidense, zona britânica e zona soviética), sendo cada país vitorioso, responsável pela desnazificação do povo derrotado. Os cidadãos alemães eram submetidos a responderem o Fragebogen, uma espécie de questionário que os liberava para trabalharem, viajarem, e não serem julgados por associação ao nazismo.

O incrível é a maneira como Brook leva o leitor a pensar sobre o outro lado: os alemães sofrendo as consequências da guerra, e lutando por sua sobrevivência. Como a repercussão do Holocausto é bem maior, confesso que até o momento eu nunca tinha me questionado sobre a reconstrução da Alemanha.
Somos confrontados com o sentimento de compaixão por um povo que levava a culpa por todas as atrocidades cometidas por Hitler, e eram julgados sem a menor chance de defesa. Na mente de alguns, todos os alemães eram maus, e deveriam pagar pelos pecados do líder nazista.

"(...)Se não fosse a guerra, o coronel Morgan poderia estar levando uma bela vida em algum lugar da Inglaterra ou de Gales. Não sei. Se não fosse a guerra, o coronel Morgan poderia ter passado mais tempo com a família. Se não fosse a guerra, ele não teria perdido um filho e depois tentado permanecer tão ocupado e trabalhando tanto para não precisar pensar nisso. Embora esteja lá. Em seu coração." (pág.213)
O cenário é devastador e melancólico. Famílias tentam seguir em frente apesar das perdas, casais tentam recomeçar seus relacionamentos, homens e mulheres buscam nos escombros qualquer indício
de seus familiares desaparecidos, milhares de pessoas sofrem com a fome, mendigam algo para que possam trocar por comida. Definitivamente, este é um livro que te fará sentir, pensar, se indignar, e questionar.
Rhidian utiliza uma sensibilidade ímpar para explorar as feridas de cada personagem, e trazer à tona seus sentimentos aprisionados. E o autor capta perfeitamente a miríade de sentimentos que se chocam: amor e ódio, compaixão e repulsão, culpa e traição, luto e agradecimento.
As personagens são controversas, e a convivência na mesma casa é cada vez mais conturbada. Os relacionamentos parecem se mover acima de uma mina terrestre: cada palavra, ou ação, desencadeavam uma variedade de reações. As divergências são apenas o pano de fundo de um enredo grandioso, que combina brilhantemente os elementos ficcionais aos fatos históricos.

A narrativa em terceira pessoa conferiu uma profundidade maior a trama. A imparcialidade do narrador deixa uma brecha para que o leitor escolha um personagem para quem torcer. O coronel Lewis foi de longe o personagem mais marcante para mim. Me identifiquei instantaneamente com a sua bondade, e a sua capacidade de sempre enxergar o lado bom das pessoas.
A única reclamação que eu tenho a fazer, é sobre a quantidade de palavras no idioma alemão que não foram traduzidas. Li o livro inteiro com o google tradutor a disposição no meu celular.

O Dia Seguinte traz um retrato pungente e humano, sobre as marcas profundas deixadas pela guerra. Não me surpreenderia se fosse considerado um clássico daqui a alguns anos. Até o momento, melhor leitura do ano. Recomendo.

site: www.mybooklit.com
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@aangeladani 08/02/2017

Boa trama, merecia mais páginas
Trata-se de uma história de época, tendo a 2ª Guerra Mundial como pano de fundo (e eu particularmente adoro essas tramas com cenário histórico! É muito bom "viajar no tempo", imaginando cada cena, a época e tal). Narrativa em terceira pessoa, construída de forma clara, objetiva e dinâmica, que foi aumentando meu interesse e curiosidade a cada capítulo. Bem elaborada, a ideia central do livro é muito interessante; porém, achei que a trama foi pouco desenvolvida, ficando acelerada demais em alguns pontos que mereciam ter sido mais trabalhados, e eu gostaria de ter lido mais sobre os personagens e sobre o desenrolar de cada um (mesmo que isso custasse mais páginas ao livro). Ainda assim, eu gostei e fiquei contente por ter adquirido (por apenas R$ 10,00), já que tive a sorte de ter em mãos uma história bem boa.
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Nota: 3/5 (bom)
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#citação : "Nem sempre é possível julgar um livro pela capa, Ed. Algumas vezes... o mal dentro de alguém está enterrado bem fundo."
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Hester1 03/09/2019

Não gostei muito.
Alcione13 04/09/2019minha estante
Pq não??


Hester1 05/09/2019minha estante
Difícil dizer, foi uma série de fatores. A inglesa insegura, a garota alemã rebelde.
Já li outros que falavam da Alemanha Pós-Guerra e falavam da situação em geral, não das inseguranças e arrogância das pessoas.


Alcione13 05/09/2019minha estante
Eu tenho o que me sugeriu. Está na lista. Tão logo a ressaca suma,lerei


Hester1 05/09/2019minha estante
Tenho estas ressacas às vezes. Costumo pegar um romancezinho bem leve, ai acho ele cretino e a ressaca passa, pois dá uma vontade de ler algo decente. :-)))


Alcione13 05/09/2019minha estante
Ameeeeeei!! Hahaha
Eu já costumo fazer demais isso e a ler gêneros que odeio como policial. Aí fico com ódio do assassino perseguir só o detetive que desisto.


Hester1 06/09/2019minha estante
Você não gosta de policial????


Alcione13 06/09/2019minha estante
Odeio. eu gosto quando o assassino não tem nenhuma rixa com o policial porque fica um pouco repetitivo essa história de perseguição




MarcusASBarr 12/12/2023

Em tempos difíceis como o que vivemos "O dia seguinte" deixa claro que nada se aprendeu em relação a convivência ao longo da existência humana. O saldo dos inúmeros conflitos ainda não são suficientes para expor o quão devastador são para o planeta, a fauna e a flora ameaçadas, a nossa própria existência.
Os temas abordados são atuais, apresentam o legado da guerra: vidas destroçadas, corrupção, paranóia, paisagens que montam um cenário desalentador. E é o que vemos hoje nos noticiários. Supostos "líderes" arregimentado a ferro e fogo pessoas para a marcha do terror... o que se ganha com a cultura da guerra?
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Marisa Aziliero 19/01/2015

Os seis últimos livros que havia lido eram sobre guerra. Cada um com seu encanto, sua história particular, mas o tema central "guerra" estava em todos. O Dia Seguinte, ganhei em uma promoção da Editora Intrínseca, quando o peguei da minha fila de livros-esperando-para-serem-lidos e fui ler a sinopse, pensei em colocá-lo por último e ler os outros antes. O outros seis livros que li sobre o tema eram ótimos, adorei as leituras, mas quando você fica muito em um tipo de gênero só, chega a cansar. Mas mesmo assim peguei e comecei a ler.

A história do livro é baseada em uma história real, vivenciada pelo avô do autor, e que eu só descobri após terminar a leitura do livro e que me surpreendeu bastante. O Romance escrito por Rhidian trás vários temas que nos permite deixar de lado os julgamentos e condenações e pensar "e se eu estivesse no lugar dele/dela faria o mesmo?".

Leia a resenha completa no blog: http://pensamentostraduzidosem-palavras.blogspot.com.br/2015/01/o-dia-seguinte-rhidian-brook.html
lacyalmeidamart 23/07/2015minha estante
Comprei o livro O Dia Seguinte, pela capa e por não ter lido nada sobre a pós guerra, achei muito interessante e real, afinal as guerras sempre são movidas pelo governo, o povo tem pouca ou nenhuma oportunidade de decisão. Este livro deixa claro q uma Nação não é composta só de pessoas boas ou más, a realidade é q hoje o alemão é vitorioso,., foram praticadas muitas atrocidades, mas nem todos eram a favor, o certo é q os q não apoiavam sofreram muito. Em uma guerra todos perdem, todos sofrem. Gostei muito deste livro, vou procurar outro sobre esta guerra, pois só se fala no massacre dos judeus q foi um horror. Se vc tiver alguma indicação pode me enviar pelo face Lacy Almeida Martins. Obrigada.




Julia G 05/03/2015

O dia seguinte
Pós Guerra. Por mais que me esforce, não consigo lembrar de ter lido algum livro que tratasse disso. As leituras sobre essa época da História sempre me fascinaram, mas algo que retrate esse ponto específico, logo após o fim da Guerra, ainda não tinha feito parte de minhas leituras. Por isso – e pela capa simples e linda –, eu logo iniciei a leitura de O dia seguinte, de Rhidian Brook.

Logo nas primeiras páginas, me vi mergulhada no enredo. Lewis Morgan, apesar de ser um oficial do exército Inglês que participou da Guerra, diferentemente da maioria das pessoas, não se deixou endurecer por ela, e conseguia ver nos alemães não uma nação que se achava superior, mas um povo derrotado pela Guerra e, agora, pela fome e pelo frio de um inverno rigoroso. Essa sensibilidade no protagonista foi colocada pelo autor de maneira sensível, realista. E por essa característica ele aceitou, na casa requisitada para que sua família viesse morar, que o antigo morador, alemão, permanecesse nela.

"(...) Era muito mais fácil derrubar do que construir: uma cidade erguida ao longo de milênios podia ser arrasada em um dia; a vida de um homem, encerrada em um segundo. Nos anos por vir, Edmund e os filhos dele saberiam os nomes de aviões, tanques, batalhas e invasões e lembrariam-se facilmente das atrocidades da época, dos nomes daqueles que as haviam cometido. Mas algum deles seria capaz de recordar o nome de um único reparador de fissuras ou consertador de paredes quebradas?" (p.251)

A escrita usada por Brook no livro tem uma polidez que mostra, delicadamente, que também daquele lado da Guerra existiam pessoas que não a desejavam e, mesmo assim, sofriam as consequências dela. Impressionou-me a forma como em menos de 300 páginas o autor conseguiu ilustrar tantos contextos diferentes – os selvagens órfãos, famílias alemãs, a fome, os destroços do que foi uma cidade e a necessidade de reconstrução.

Mais do que isso, o autor conseguiu se aprofundar nos personagens centrais, sempre com olhar em terceira pessoa, e demonstrou sua destruição interna causada também pela Guerra. Porque pessoas deixaram de viver, e mesmo aqueles que continuaram vivos tiveram a vida suspensa para que um ou outro fosse ao campo de batalha, sem saber se iria voltar. É o caso, por exemplo, do casamento de Lewis e Rachel que, depois de tantos anos afastados, não sabiam mais como ser um casal. Ou de Frieda e Lubert, que também não conseguiam ser filha e pai.

"(...) Era nesse legado – mais do que nas ruínas, na destruição material ou nas atrocidades – em que Lubert mais pensava: a ruptura e a reorganização de relacionamentos que um dia haviam parecido inquebráveis, um milhão de amantes perdendo os amores de suas vidas e tendo de recomeçar."

De alguma forma, eu sentia por quais caminhos o livro levaria os personagens. Muita coisa deixou de ser surpresa durante a leitura em virtude disso, mas nem por seu brilho ficou ofuscado. Pelo contrário, eu me sentia ainda mais atraída para as páginas, porque ao tempo que eu via com antecedência o problema, não conseguia imaginar a solução. E, da mesma forma como se deu durante toda a narração, a solução foi bonita, singela e doce.

O Dia Seguinte é um livro bonito, que não se diferencia por um ponto alto ou grandes acontecimentos, mas pelo fato de ser simples e verdadeiro, e tratar de uma realidade que, espero, nunca venha a se repetir em nossa História.


site: http://conjuntodaobra.blogspot.com.br/2014/11/o-dia-seguinte-rhidian-brook.html
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@retratodaleitora 26/04/2015

Um romance lindo e bem escrito.

O Dia Seguinte tem como cenário a Alemanha recém-derrotada e agora ocupada pelos britânicos.
Enquanto outros soldados tratam os alemães como se fossem monstros, o coronel Lewis os trata com igualdade e faz de tudo para ter uma boa convivência com eles. Nem todos os alemães foram seguidores do Führer e ele tenta provar isso.
Acaba então permitindo que os inquilinos da mansão requisitada para ele continuem morando ali, junto dele e de sua família, que não vê a dezessete meses, desde o enterro de seu filho mais velho que morreu durante um ataque aéreo alemão. Agora ele precisa estreitar os laços com sua mulher e seu filho Edmund.

Rachel ainda sofre com a perda de seu filho mais velho e não pode sequer imaginar ter que conviver com aquela gente. Assim como os colegas de Lewis não entende a generosidade do seu marido.

Lubert e Frieda, pai e filha, tiveram sua permanência na mansão concedida e enquanto ele não pode acreditar em tamanha sorte sua filha demonstra toda sua hostilidade aos novos moradores.

Nesse ambiente cheio de confrontos, tensão e carregado de emoções acompanhamos a difícil convivência de duas famílias abaladas pelos ataques de ambos os lados. Rachel perdeu um filho, Lubert perdeu sua mulher.

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"Nem sempre é possível julgar um livro pela capa, Ed. Algumas vezes... o mal dentro de alguém... está enterrado bem fundo." (Página 168)

A narrativa em terceira pessoa é dividida em diversos pontos de vista o que é maravilhoso já que temos personagens secundários incríveis e podemos acompanhar o que lhes acontece. Se em um momento pai e filha estão discutindo sobre a permanência em casa e aceitar ou não uma oferta de paz; em outro uma criança pede esmolas, sem ter o que comer e onde dormir.

Os personagens foram bem construídos e os diálogos também. As descrições de ambiente, comportamento e fisionomia foram incrivelmente belas e poéticas, conseguindo nos fazer imaginar cada cena em nossa cabeça.

"_A Fera está aqui. Eu vi. Berti viu. Dietmar viu. Com seu pelo negro como o casaco requintado de uma dama. E aqueles dentes como teclas de piano. Precisamos matá-la. Se não fizermos isso, quem fará? Os ingleses? Os ianques? Os russos? Os franceses? Nenhum deles o fará, porque estão ocupados demais procurando outras coisas. Eles querem isso e aquilo. São como cachorros brigando por um osso sem carne. Temos de agir por conta própria. Pegar a Fera antes que ela nos pegue. Então tudo será melhor. (Página 11)


A carga dramática não foi tão grande como eu imaginava e em algumas partes eu sentia que o autor já não sabia o que fazer com os personagens e algumas passagens foram desnecessárias. Ainda assim a escrita de Rhidian Brook é muito boa e a história é linda.

O final não foi como eu esperava e cheguei a achar que estavam faltando páginas em meu exemplar mas é aceitável já que ele nos dá folha branca para imaginarmos nosso próprio desfecho para o livro.

Recomendo fortemente para quem gosta de romances que se passam na Alemanha e em cenários pós-guerra.

site: http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/2015/04/o-dia-seguinte-rhidian-brook.html
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Mirian 08/07/2015

Romance objetivo porém sensivel
O Dia Seguinte com certeza é um livro que me surpreendeu positivamente. Lembro que quando o comprei não dava muito por ele. Mas sou fascinada por livros que são ambientados na Segunda Guerra, então, optei por levá-lo comigo. E foi a melhor coisa que eu fiz. O livro tem uma narrativa muito boa e é muito bem escrito. O coronel Lewis, com sua bondade que faz as vezes de uma ingenuidade irritante, me deixou com vontade de tê-lo conhecido pessoalmente. Achei um livro objetivo, que resolve bem suas tramas no final, sem deixar pontas soltas. Este livro realmente mexeu comigo e após finaliza-lo passei horas repassando os acontecimentos e o comportamento dos personagens. Só acho que alguns acontecimentos podiam ser mostrados ou mais detalhados, mas nada que interfira na qualidade da história. Gostei muito e indico para pessoas que gostam de livros que se passam na segunda guerra, romances mais maduros e drama.
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C_R 14/03/2016

Um livro belíssimo! Super recomendadíssimo!
O tema do livro é sobre a ocupação inglesa na Alemanha no pós Segunda Guerra Mundial. A forma como o autor descreve as situações vividas tanto pelos ingleses quanto pelos alemães, e alguns poloneses refugiados é brilhante. O livro foi baseado em fatos históricos, com detalhes do horror da guerra que só quem viveu, pode compreender que em uma guerra não há vencedores e vencidos, há apenas os que morrem e os que sobrevivem. Aqueles que se vangloriam sobre sair vencedor de uma guerra, na certa nunca esteve em um campo de batalha.
Para quem conhece e gosta de história, vai gostar dos fatos narrados nesse livro, fatos esse que não são que não aprendemos na escola. Para aqueles que não gostam de história, uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o horror da guerra e ter uma opinião mais embasada quando for discutir o tema, já que a maioria das pessoas forma suas opiniões sobre "achismos" ou "fulano falou".
Decidi não colocar tags do livro nessa resenha, como habitualmente faço por um simples motivo: alguns livros merecem não precisam de tags para incentivar a leitura, o simples tema e o fato de alguém recomendar já é um incentivo.
Portanto, deixo vocês leitores na curiosidade e espero que minhas palavras tenham a poder de incentivá-los a ler esse livro! É um livro que deve ser lido por adolescentes, jovens, adultos... enfim, o livro que além de ser um romance, traz muito conhecimento.

site: http://colecionandoromances.blogspot.com.br/
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Biblioteca Álvaro Guerra 31/01/2024

O coronel Lewis Morgan esteve tão imerso na guerra que não encontrou tempo de lamentar a morte do filho mais velho .Nomeado governador de Pinneberg , na destruída Hamburgo agora ocupada pelos britânicos , e finalmente na companhia de sua esposa , Rachel , e do filho, Edmund, após dezessete meses de separação ,Lewis deve se mudar para uma grandiosa mansão art dêco ás margens do rio Elba e expulsar os antigos proprietários alemães . Mas , contrariando as regras da época , insiste em que o viúvo , Lubert , um arquiteto de vasta cultura , e sua filha , Frieda , permaneçam em sua casa .

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788580575927
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cris.leal 30/06/2017

A Segunda Guerra como pano de fundo...
Após a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, os vencedores dividiram seu território em zonas de ocupação. Na parte que coube aos britânicos, foram distribuídos folhetos com as seguintes instruções: "Você deve manter-se afastado dos alemães. Você não deve andar com eles ou apertar suas mãos ou visitar suas casas".

Em 1946, o Coronel Lewis Morgan chega neste mundo de edifícios destruídos e espíritos quebrados, encarregado da reconstrução e desnazificação no distrito controlado pelos britânicos.

Para que se estabelecesse, foi requisitada para o Coronel uma bela casa, nas margens do rio Elba, onde ele passaria a viver em companhia da esposa Rachael, e do filho, Edmund. A requisição das melhores casas era comum, e ao tomar posse o oficial deveria expulsar os antigos proprietários alemães. Entretanto, diferentemente dos demais, Lewis não via os alemães como inimigos, mas sim como um povo duplamente esmagado: primeiro por Hitler e, em seguida, pelos aliados. E, por isso, permitiu que o dono, o ex-arquiteto Herr Lubert, e sua filha, Frieda, permanecessem e dividissem a residência com ele.

O problema é que nem Rachael nem Frieda concordavam com essa aproximação, e logo fica evidente que a casa do Elba se transformará num local onde os preconceitos serão testados, as emoções despertadas e pontos de vista alterados.

Algumas expressões e frases em alemão, sem as respectivas traduções e o fim um tantinho apressado da história, são os únicos pontos negativos que encontrei no livro de Rhidian Brook. No geral, é uma leitura envolvente que pondera questões de decência, culpa e perdão, em um mundo devastado pela guerra.


site: http://www.newsdacris.com.br/2015/01/eu-li-o-dia-seguinte.html
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