El otoño del patriarca

El otoño del patriarca Gabriel García Márquez




Resenhas - O Outono do Patriarca


32 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3


filipetv 09/02/2022

Como escrever qualquer coisa depois de publicar uma obra-prima? Basta produzir outro monumento literário. E foi exatamente isso que García Márquez fez em 1975 ao publicar "O Outono do Patriarca", romance que vinha escrevendo desde 1968, mas cuja ideia surgira dez anos antes, quando o autor morava em Caracas e presenciou a derrubada do ditador venezuelano Pérez Jiménez.

Dividido em seis capítulos, a obra é o encontro do real maravilhoso consagrado em "Cem Anos de Solidão" com o fluxo de consciência típico de autores como Virginia Woolf e James Joyce, duas das influências literárias do colombiano. Por isso, "O Outono do Patriarca" é um livro que demanda total atenção, pois os eventos são narrados de forma torrencial, sem parágrafos e quase sem pontos finais. Além disso, a pessoa do discurso muda constantemente, da primeira para a segunda, em seguida para a terceira, sem qualquer ordem, o que às vezes é marcado simplesmente por um vocativo.

O fato de, mesmo com todas essas características aparentemente caóticas, a estrutura narrativa ser claramente perceptível faz dessa obra o monumento literário que mencionei no início. Os capítulos começam com a descrição do leito de morte do general Zacarías Alvarado, um ditator que viveu entre 107 e 232 anos e que governou uma nação fictícia caribenha por mais de um século com mão de ferro. E, a partir de uma referência visual, a narrativa retrocede para nos revelar momentos da vida dessa figura grotesca.

Fruto de uma pesquisa intensa sobre a vida dos ditadores latino-americanos (e olha que essa lista é farta), "O Outono do Patriarca" reúne aspectos dessas figuras em seu personagem principal, mergulhando em sua personalidade, relacionamentos pessoais e, principalmente, a forma como lida com o poder.
comentários(0)comente



J. W. Murta 02/11/2021

Respira e vai.
Intenso sem pausa sem vírgula sem ponto, praticamente sem parágrafo. Só Gabriel Garcia Marques pra escrever algo tão intenso e verdadeiro.
comentários(0)comente



Aline330 16/10/2021

Cansativo, difícil de focar por conta da falta de pontuação final. Bem diferente de "crônica de uma morte anunciada", único que eu já tinha lido do autor - e amado. Mesmo assim, confesso que tem várias partes interessantes e faz refletir bastante sobre o que é o poder.
comentários(0)comente



bardo 13/06/2021

Caleidoscópico e claustrofóbico são bons adjetivos para definir esse romance, escrito logo após Cem Anos de Solidão e radicalmente diferente deste. Inclusive eu recomendaria que leitores recentes de Cem Anos leiam outros romances do autor antes de se aventurar com este já que a diferença de estilos provavelmente prejudicará e muito a experiência. O que temos aqui é uma alegoria as mais diversas ditaduras sul-americanas e ao exercício do poder de um modo geral.
Extremamente simbólico e alegórico, algumas cenas e pontos remetem a lendas como por exemplo a do Rei Pescador do Ciclo Arturiano, o que intensifica o aspecto de reinado mítico e descolado da realidade que permeia todo o romance. Ao mesmo tempo os fatos narrados, a opulência da corte, já que o protagonista é ao mesmo tempo um homem e cultuado como um deus ou assim se enxerga, nos remetem a fatos muito reais ocorridos no Continente. Um romance extremamente complexo, mas que dada a sua estrutura, um longo monólogo sem pontuação onde as diferentes vozes se revezam e em dados pontos não se sabe ao certo quem está falando podem incomodar e desanimar o leitor menos persistente. Ao mesmo tempo tempo tal recurso demonstra a genialidade de Gabriel pois nos remete a mente confusa e transtornada de um ancião beirando os 200 anos de vida.
comentários(0)comente



Ana 30/04/2021

Um ancião solitário no poder
A história foi se arrastando, sem pontos, um assunto emendando no outro, o que antes era x, agora é y e, de repente, me vi comendo mosca, sem entender o que de fato estava acontecendo. E assim fui, seguindo sem fôlego até a última palavra do livro. Em suma: achei O Outono do Patriarca bem confuso e cansativo.
comentários(0)comente



Fernanda 04/04/2021

A solidão do poder
Mais um livro genial desse mestre latino americano.
Um homem com mais de 200 anos recordando sua vida de ditador solitário através de uma narrativa que vai e volta no tempo. Uma história sobre ditadura e sofrimento de um povo preso a um déspota que poderia ter acontecido em qualquer país do nosso continente, não fosse por aquela pitada de mágica que existe em todos os livros de Garcia Márquez.
Mais uma de suas histórias que capta a essência solitária do ser humano.
comentários(0)comente



Mel 05/08/2020

Refém
Para mergulhar nesta obra, você precisa aceitar que será refém. Não só pela temática, que te aborda do jeito que você estiver, mas pela experiência literária que Gabriel García Márquez proporciona.

Comecei a ler umas 4 vezes, até entender que as coisas não mudariam. Se eu quisesse um respiro, tinha que desviar os olhos ao invés de me ancorar em um ponto final, quase inexistente, assim como o uso de praticamente qualquer recurso gráfico para facilitar a leitura.

Recomendo este clássico, mas vá preparado. Como sempre, Gabriel García Márquez possui uma linguística, lógica, analogias e vocabulário fantásticos.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
Eloiza Cirne 16/04/2019minha estante
Eu li há muito tempo. Agora, com sua rica resenha, tenho urgência de reler


larissa dowdney 02/08/2019minha estante
belíssima resenha


Marcos.Azeredo 03/10/2019minha estante
Este eu nao li. Um dos escritores que mais gosto.




Sol 17/03/2016

Impressões recém-escritas pós-leitura
Me senti terrivelmente cansada... É um livro árduo, difícil de ler. Por isso, eu o achei muito bom, creio que o Gabo o tenha escrito com essa intenção mesmo. Interpretei que o longo outono de meu general representa não apenas a solidão do poder de um ditador em um país desconhecido, mas todos os governos totalitários da América Latina, devido a ampla margem de erro da indefinição da idade do Patriarca (de 107 a 232 anos), as mazelas sociais apresentadas e presentes no próprio protagonista (doente e analfabeto) e as alterações de narrador em alguns trechos, sem definição clara, parecendo que em certos momentos as ideias opositórias ao regime ganhavam voz.Além disso, estão escondidos na narrativa jogos de poder, fraudes, mentiras, traições, vinganças, mortes, tortura, linchamentos, execuções, sequestros e abuso do povo. A narrativa ininterrupta (seis "capítulos", pouquíssimos pontos finais e nenhum parágrafo) me pareceu um delírio moribundo, no qual lembranças importantes ocorriam muito tenuamente em meio a sensações e sentimentos banais. Porém, nas páginas finais, já com a morte à sua frente o Patriarca faz uma análise muito bonita e triste sobre sua existência e sua solidão contagiante. Aliás, nestas páginas meu coração se encheu de esperança e pareci ganhar folêgo, ansiando pelo fim do livro, assim como o povo que está em uma "eterna" repressão anseia pelo fim do governo que o oprime tanto e que o deixa tão inerte que só se atreve a entrar no palácio depois dos urubus. Afinal, segundo o Patriarca, "estes estarão sempre tão fodidos que no dia em que a merda tiver algum valor os pobres nascerão sem o cu".
Stephanie 04/06/2016minha estante
trocaria este livro?


Sol 11/06/2016minha estante
Ele não é meu =( é da minha irmã. Se você quiser entrar em contato com ela, ela está nos meus amigos com o nome de Gabi.


Stephanie 17/06/2016minha estante
obrigada! entrarei em contato :)




Firmino 11/10/2015

A solidão do poder em um só fôlego
A peculiaridade dessa obra está muito além de apenas conteúdo, digo com toda certeza, a começar pela estrutura, que faz o leitor perder o fôlego beirando a uma leitura asmática, isso por conta de que o livro, que possui 272 paginas, foi escrito em apenas um único parágrafo, em discurso indireto livre, e onde pontos continuativos são bem raros de se encontrar, o que põe a pontuação em regime a base de vírgulas vírgulas vírgulas vírgulas,,,,, e alguns pontos pra variar, ponto(.) Esse perder o fôlego entre poucos pontos e tantas virgulas, e é claro, entre as palavras, quase que escolhidas a dedo, que trouxe toda estilística, e todo lirismo que tornou a obra tão singular a meu ver, e toda essa singularidade para expressar, através de um verdadeiro poema em prosa, a solidão de um ditador que resulta de um poder desenfreado, absurdo, abusivo, como atrasar relógios a seu bel prazer, possuir qualquer mulher que bem queira, canonizar a mãe por decreto, vender o mar para pagar uma dívida externa, encomendar um eclipse solar, entre outras coisas que se limitam entre o incabível e o escandaloso, isso em uma nação que sofre das mais variáveis forma de domínio, de corrupção, de indiferença, como total manipulação da loteria, sentenciar mortes por motivos ínfimos e outras mais atrocidades bem loucas que com o passar dos anos, e muitos anos, foi o corroendo e lhe desgastando rumo a um outono repleto de traições, assassinatos de pessoas queridas, verdades dolorosas e a certeza de que o poder tinha seu preço, e agora “olhe como estou (...), clamando na solidão que não valia a pena ter vivido tantos fastos de glória se não podia evocá-los para poder ensolarar-se com eles e alimentar-se deles e continuar sobrevivendo por eles nos pântanos da velhice por que até as dores mais intensas e os instantes mais felizes de seus grandes tempos haviam escorrido sem remédio pelas torneiras da memória apesar de suas cândidas tentativas de impedi-lo com suas rolhas de papeizinhos enrolados”. Temos nesse livro uma verdadeira pictorização escrita sobre barbaridades do poder através de um grande autor e mestre do realismo mágico.
comentários(0)comente



Carlos Eduardo Perola 08/09/2015

Um dos meus livros favoritos!
As frases e parágrafos gigantescos que García Márquez usa nesse livro dão à leitura um ritmo alucinante. Mesmo lendo mentalmente, senti no final de muitas frases uma divertida sensação de falta de ar, como se o estivesse lendo em voz alta.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Gláucia 25/04/2011

O Outono do Patriarca - Gabriel García Márquez
Um ditador de um país latino americano, com uma idade algo avançada entre 107 a 232 anos (coisas de Gabo) vive sua decrepitude e a confusão e nostalgia que essa fase carrega: suas lembranças, suas boas e más ações, relembra os velhos fantasmas, se orgulha, se envergonha, se envaidece, se arrepende e teme a proximidade da morte.
O tema é bom mas achei um pouco cansativo, não prende tanto quanto outras obras do autor.
comentários(0)comente



Érika dos Anjos 13/04/2011

Após ler os maravilhosos Cem anos de solidão e Amor nos tempos do cólera, minha próxima escolha de livro do genial Gabriel Garcia Marquéz recaiu sobre O Outono do Patriarca, que apesar de brilhar em alguns momentos, não tem todos os componentes geniais dos outros dois. Não sei se é porque lembramos muito de pessoas verídicas e histórias verdadeiras, o que não acontece com o realismo mágico de Cem anos ou o amor impossível dos tempos do cólera, ou se é porque a prolixidade de Marquez está ainda mais exacerbada neste número, que contém paginas e páginas de um mesmo parágrafo e, em determinado momento, perde a 'graça' para se tornar enfadonho.

A história conta a vida de um ditador, sem nome definido, que está há incontáveis anos no poder e começa a 'confundir' suas experiências devido ao tempo infindável de vida que o está assolando em seu próprio palácio. O ditador acredita que ainda que o dono absoluto do país, mas já vive de uma farsa programada por aqueles que tomaram as rédeas do poder e vive contando aos seus invisíveis seguidores suas proezas do passado e tudo o que já viveu até chegar àquele momento decrépito. Dentre os impropérios do seu reinado está a venda do mar que banha o país para pagar a dívida externa (em um dos diálogo mais inimagináveis do livro), uma traição digna de Júlio César e seu 'até tu Brutus, meu filho?' e uma paixão desmedida pela jovem Letícia Nazareno, que acaba tomando o pouco que ainda restava da verdadeira vida do ditador.

Obviamente, Garcia Marquez dá todo um toque pessoal à falta de carisma do protagonista, porém, acredito que ainda não foi o suficiente para que torçamos ou para que nos encantemos com o ditador. Sei que esta não é a intenção do autor ao criar este livro, mas acho que por toda falta de simpatia pelo homem, acabei não conseguindo gostar ou me apegar à obra tão importante no cenário literário do ganhador do Nobel de 82.
comentários(0)comente



flavicaldeira 29/03/2011

Vórtice
Um estilo vigoroso e particular de escrever, esse de Garcia Marquez. Dificulta um pouco a leitura mas, desse esforço resulta a sensação de se estar em um vórtice no qual, a cada momento, assume a voz ativa um personagem, assume um ponto de vista. O poder. O poder solitário, imorredouro na aparência, que se recria, que perdura. O temor, o amor das massas. Os grandes amores, os subalternos, os insignificantes. Tudo isso se percebe no turbilhão dos capítulos sem ponto, das orações sem sujeito. O violento exercício do poder, da justiça desigual, das razões de estado. Uma fábula terrível, uma patética exposição dos valores, um retrato fiel das nossas sociedades, especialmente as latino-americanas.
comentários(0)comente



32 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR