Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas

Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas José Saramago




Resenhas - Alabardas, Alabardas


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Leila 23/04/2024

Um “livro”, sim, entre aspas, inconcluso do Saramago. Na verdade um início de livro que algum abençoado resolveu encher de textos extras e publicar para tirar dinheiro de nós leitores fãs do autor. Confesso que li já há alguns dias e não me lembro de nada, porque é algo tão inicial que não dá pra se formar na cabeça do leitor uma história, a historia que o autor queria nos contar e que não deu tempo de escrever. Enfim, coisas que às vezes me deixa indignada. Mas simbora pra frente que a estante tá cheia!
Karolen.Susan 23/04/2024minha estante
Essa questão de ler obras incompletas que está me deixando na indecisão em ler ?Em agosto nos vemos?. Márquez pediu para que o livro nunca fosse publicado e agora tornou-se sucesso editorial?.


Leila 24/04/2024minha estante
eu já decidi não ler. Depois desse do Saramago, to fora. rs




@oikrystyan 14/03/2022

Saramago em Essência
Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas estava nas minhas prateleiras desde 2014, mas foi a guerra da Ucrânia que me finalmente ler o último rascunho do meu autor favorito: José Saramago.
Se você nunca leu nada de Saramago, por favor, não comece por aqui. O que temos aqui são apenas 42 páginas de uma história que ainda estava se preparando para levantar vôo. Porém, quando já se conhece o trabalho e a magnificência de José Saramago, ainda que seja impossível afirmar com certeza, podemos imaginar o quão alto a obra se lançaria e o quão necessária ela poderia ser, assim como todas as suas obras.
Alabardas, Alabardas nos mostra uma história ridiculamente humana. Saramago tinha o hábito de desnudar o ser humano e o colocar diante do espelho. Assim, parece ser a história de Arthur Paz Semedo, um funcionário de uma fábrica de armas que vive uma crise em seu casamento com a pacifista Felícia. Entre o que temos escrito e a anotação que Saramago fez sobre o final do livro, temos um profundo e doloroso silêncio.
Dimitri.Viana 05/02/2023minha estante
é o primeiro livro que estou lendo do José Saramago. Estou achando muito bom e muito profundo, ganhei do meu pai, que me disse que eu entenderia o sentido da história. Acho que estou entendendo kkkkkkk


@oikrystyan 05/02/2023minha estante
A escrita e a criatividade do Saramago é algo sobrenatural!! Se quiser dicas pra outro livro dele, só me falar!




"Aonde você vai Sam?" 29/12/2022

Palavras, palavras Saramago, Saramago
Por que nunca houve uma greve numa fábrica de armas?

Aliás, por que permitimos que elas (as fábricas) existam?

Saramago ia responder essas perguntas no seu livro derradeiro, mas a vida lhe faltou e a humanidade perdeu mais um pouco de humanidade, como quando uma arma deixa de ser sabotada pelo funcionário que a produz.
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Gabriel.Chiquito 13/10/2023

É uma obra incompleta, em que o autor estava trabalhando enquanto morreu. Da pra ter uma noção do que Saramago queria criticar, mas ainda está muito no início para saber onde a história deveria chegar.
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Talita.Lobo 22/09/2022

5 estrelas.. Não porque eu acho que todos deveriam ter acesso a essa leitura. Puxa... somente 42 páginas..... Mas por tudo que ela poderia ser. São poucas páginas escritas por Saramago, mas com ideias tão amarradas, com tantas críticas nas entrelinhas, com tantos enredos recém-nascidos. Não sei o que Saramago pretendia, mas uma discussão sobre a banalidade do mal me parece tão pertinente quando a proposta é analisar a indústria bélica. Analisar as oposições de posicionamento políticos no meio de uma história de amor parece de uma riqueza e entrega enormes. Criticar a indústria instrumental como um todo, a busca do lucro e do benefício individual a qualquer custo, a invisibilidade de quem não faz ideia de como essa indústria se reforça..... uau. Inacabado.... Mas sem dúvidas deixou Saramago ainda mais inesquecível.
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Luiz 16/11/2014

Por que nunca teve greve em fábrica de armas?
Nas 22 páginas inconclusas, Saramago não tem tempo de responder a esta inquietante pergunta que foi o mote para este seu projeto. Mais que o texto em si (ainda bastante incipiente - ele mal teve tempo de apresentar os personagens), chama a atenção as anotações de Saramago sobre este projeto literário (logo após o texto), que nos mostra um pouco como era o processo criativo deste gênio literário.
Resta-nos imaginar como poderia ter se desenvolvido o romance e a saudade de seu autor.
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Nina 03/06/2015

"Vai à merda”, diria ela no fim.
Assim queria José Saramago que terminasse seu livro.
Prestes a completar 5 anos de sua morte, acabo de ler a última e inacabada obra deixada pelo autor português.
"Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas" traz em suas 30 páginas a história de um funcionário de indústria bélica.

É uma pena a doença não ter dado mais tempo para o desenvolver do que seria o maior apelo de Saramago contra a guerra e a banalização da violência.
Com tão pouco, o livro já é capaz de despertar a reflexão e o contestamento sobre a verdadeira intensão do comércio armamentista.

Além dos comentários do próprio autor, a edição ainda conta com 3 ensaios que formam uma grande homenagem a um dos maiores escritores da língua portuguesa.
Principalmente para quem é fã, vale a leitura!
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Candice 29/08/2020

Um presente do mestre
Um deleite acompanhar as primeiras páginas daquele que seria o próximo livro do autor.

Saramago reforça sua genialidade com as ideias e a palavras. A forma com que construiu os personagens e a ambientação nessas poucas páginas é para poucos. São sólidos.

Você se afeiçoa, ri e se diverte com o humor tão bem pontuado e certeiro... tão eficiente e afinado. Toda vez que leio Saramago, penso "como é bom!, pelo menos um por ano...".

Voltar pra Saramago é estar em casa. Nunca decepciona.

Por isso nos envolvemos e lamentamos quando acaba - queríamos mais. Mas, felizmente, a edição é muito boa, não nos deixa na mão: traz anotações do autor sobre a obra; é como se tivéssemos acompanhando a criação e as escolhas que ele fez.

Sobre o tema, genial trazer isso à tona. A gente só pode imaginar a importância que o livro teria nas discussões, se completo. Aposto que seria referência e lembrado sempre que novos capítulos da agenda política se desenrolam no nundo. Obrigada por tanto, Saramago. ?
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regifreitas 08/02/2024

ALABARDAS, ALABARDAS, ESPINGARDAS, ESPINGARDAS (2014), José Saramago; com textos de Fernando Gómez Aguilera, Luiz Eduardo Soares, Roberto Saviano; ilustrações Günter Grass.

Com esta obra, a derradeira de José Saramago, chego ao fim do desafio de ler em ordem cronológica todos os romances do escritor português. Desafio este iniciado em junho de 2019, com a leitura de TERRA DO PECADO (1947). Foram 17 romances - 18, considerando-se este, não finalizado pelo autor - em quase cinco anos de desafio. Todos eles foram resenhados aqui neste perfil.

José Saramago estava trabalhando no livro quando veio a falecer em 2010. Ainda estava no início quando a saúde do autor começou a declinar rapidamente. Temos apenas três capítulos, um esboço do que constituiria a obra final. Muito provavelmente esses capítulos ainda passariam pela revisão do autor antes de virem a público. Mesmo assim, eles já contêm todos aqueles ingredientes que fizeram de Saramago o grande escritor que foi em vida.

O protagonista é Artur Paz Semedo, um funcionário exemplar do setor contábil de uma fábrica de armas e munições, a Produções Belona S.A. Semedo nunca questionou as ordens dos superiores, ou sequer se angustiou por conta da finalidade do que era produzido na fábrica. Muito pelo contrário, sentia até uma espécie de orgulho por seu trabalho, almejava crescer dentro da empresa e futuramente chefiar a área de armamentos pesados. Diferente de sua ex-esposa, Felícia, uma pacifista radical. Felícia não suportou ficar casada com Artur, e presenciar diariamente o alheamento do marido diante do local no qual trabalhava.

Contudo, algo irá acontecer, e os olhos e a consciência de Semedo finalmente se abrirão (?)… Infelizmente nunca saberemos como essa história terminaria.

Certamente Saramago nos conduziria por um universo intrincado, no qual as questões sociais, éticas e humanas seriam exploradas magnificamente, expostas por sua inteligência e no seu humor ácido característico. O que veio à luz de ALABARDAS…, mesmo tão pouco, prometia tanto...
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Sayonnara 29/07/2017

Super envolvente
Último e inacabado livro de José Saramago. Apresenta-nos o protagonista Artur Paz Semedo que trabalha como faturador de uma empresa produtora de armas, e tem como grande sonho profissional ser nomeado como responsável pela faturação da seção de armas pesadas.
O pontapé para este livro foi uma indagação: "por quê nunca houve uma greve numa fábrica de armamento", definiu o título na terceira tentativa e previu o final do mesmo com um sonoro "'vai à merda', proferido por ela."
Mesmo com poucas páginas produzidas, sua escrita é envolvente que quando você percebe já está querendo ler mais e mais. É um livro recheado de textos de apoio incríveis. Vale muito ler Saramago, mesmo que inacabado.
❄❄❄❄❄
📚📖❤💕
"Toda gente gosta de ser bem tratada, senhor administrador, uma boa palavra faz milagres."
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Vitor.Canestraro 01/08/2018

Imagine
Quando deparei-me que o livro terminava bruscamente ao final do começo da apresentação da trama e seus primeiros atos me senti profundamente decepcionado. Primeiro, porque a leitura de tão poucas páginas me prendeu verdadeiramente, Saramago escreve de um jeito gostoso, cada palavra flui na mente convidando-o para próxima linha. Segundo, eu queria o desenrolar da narrraiva. Entretanto, de curioso afirma-se: a narrativa em tão pouco é tão boa e abre espaço para tantas questões que imaginar centenas de meios e desfechos antes do "vá a merda" foi um presente. Obrigado Saramago.
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Ludmila.Andrade 21/11/2020

Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas - Saramago
Ele está aqui na prateleira há um tempão. Eu relutei em pegar para lê-lo por ser o último da segunda fase do meu favorito Saramago José. Seu último romance inacabado. Uma perda irreparável para humanidade.

Seu enredo gira em torno de Artur Paz Semedo, um funcionário dedicado da indústria armamentista e sua parceira radicalmente pacifista que chega a alterar seu próprio nome Berta, pela referência ao canhão alemão da primeira guerra, para Felícia. Um plano mirabolante de investigar documentos do período da guerra civil espanhola, que com toda certeza desembocaria numa grande obra. A grande questão que ronda essa criação perpassa pelo motivo pelo qual não se sabe de greves na indústria armamentista. Reflexões acerca da banalidade do mal trazidas a tona por Hannah Arendt.

Em sua segunda fase, a partir do ensaio sobre a cegueira, vivenciamos  um mergulho na natureza humana. Observamos claramente sua preocupação com a ética e os desdobramentos conjunturais a que a humanidade é submetida a medida que a modernidade se instala.

Essa edição traz ainda três textos incríveis refletindo a obra inacabada. O último, de Roberto Saviani, de doer, Eu também conheci Artur Paz Semedo. Vinculando trajetórias de sujeitos como Tim Lopes, sua obstinação, sua verdade, ao personagem principal. Esse texto nos provoca, nos coloca a pensar quão complexas são as ideias de justiça e liberdade. Quão contraditórias são as relações de poder e o prestígio social.

Uma porrada de reflexões possíveis ao estilo Saramago José ??
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Volnei 21/06/2016

Alabardas, alabardas, espingardas
Esta foi a ultima obra de Saramago que o autor deu inicio em 2009 mas não teve tempo para finaliza-la por completo. A obra da inicio contando a vida de um contador que trabalha numa fabrica de armas e resolve fazer uma investigação nas contas da empresa relacionado as suas atividades nos anos 30. Para isso ele tem o apoio de seu chefe direto. A história não é finalizada e o livro conta com alguns comentários de outros escritores


site: https://twitter.com/VolneiCampos
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Andreia Santana 03/11/2016

Um desejo derradeiro, uma mensagem necessária
Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas só tem três capítulos e ainda assim, descortina um mundo de possibilidades na mente do leitor. Que rumos essa história iria tomar? Qual seria o destino de artur paz semedo? O que ele descobriu nos arquivos da belona s.a mudaria o rumo da fábrica ou da humanidade? Nunca saberemos! Mas isso não significa que seja proibido imaginar. O barato da leitura também está na sobrevida que o leitor dá aos personagens e conflitos, para além da história contada.

O triste em Alabardas, alabardas... é que quando a história começa a engrenar, ela termina. Mas, pessoalmente, considero o livro como a oportunidade de testemunhar o desejo de um autor que tinha muito a dizer, de legar suas últimas palavras a quem estiver disposto a lê-las. E essas palavras possuem grande força, moldadas pelas crenças filosóficas humanistas que pautaram boa parte da vida e da obra de José Saramago.

Alabardas, alabardas... tinha a intenção de ser uma alegoria sobre a violência, usando como pano de fundo uma fábrica de armamentos pesados de origem milenar e que esteve envolvida, como fornecedora principal de mecanismos de destruição em massa, em boa parte das guerras travadas pela humanidade.

A indústria bélica era preocupação do escritor e o acirramento das hostilidades no mundo globalizado e desigual, temas recorrentes de seus artigos e das postagens em seu blog Cadernos de Saramago.

A história da belana s.a e de seu rastro de sangue é contada a partir de um funcionário da fábrica, artur paz semedo (em minúscula para respeitar a grafia adotada pelo autor), um homem aparentemente sem muitas ambições, metódico, burocrático e meio neurótico. Ele me lembra muito, por conta da solidão crônica e da neurose, de outros personagens icônicos de Saramago, como o escriturário Sr. José, de Todos os Nomes, ou o professor Tertuliano Máximo Afonso, de O homem duplicado.

Nos três únicos capítulos do livro conhecemos a rotina de artur, sua relação desconfortável com a ex-esposa, uma militante pacifista, e um pouco da história da belona s.a. Difícil imaginar uma fábrica que traz morte e destruição ser construída sem máculas no passado.

Após as apresentações e contextualizações, o conflito do romance seria desenvolvido a partir de uma tarefa que artur recebe do chefe supremo e herdeiro da belona s.a: fazer uma pesquisa nos arquivos da empresa, que ficam no subsolo do edifício. Não à toa esse subsolo remete a sinistras catacumbas. Daí para a frente, nunca saberemos o que acontece e só dá para imaginar os sórdidos segredos que artur desenterrou das pilhas de fichários.

Para complementar a edição póstuma do livro, três textos, assinados por Fernando Gómez Aguilera, Luis Eduardo Soares e Roberto Saviano, analisam essa intenção de romance e o inserem na bibliografia saramaguiana. Vale muito a pena ler esses artigos.

Os trechos finais, avulsos, reúnem as anotações do escritor enquanto preparava o romance e demonstram que a morte de Saramago impediu a conclusão do livro, mas não teve o poder de apagar seu legado. Esses trechos revelam ainda o medo diante da possibilidade de desaparecer antes de concluir essa última, e talvez, mais valiosa mensagem. Para seus admiradores, é bem doloroso perceber nas entrelinhas sua luta contra a debilidade provocada pela doença.

O consolo com a leitura de Alabardas, alabardas... é que, mesmo incompleta, a última mensagem de Saramago nos chega arrebatadora, desconcertante e, em tempos de renascimento de ideias totalitárias mundo afora, necessária!

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
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