Nu e As 1001 Nuccias 23/03/2015Pra quem não sabe, “Antologia” é um livro com vários textos reunidos em torno de um tema em comum. Podem ser apenas poéticos. Podem ser apenas contos ficcionais. Esta Antologia reúne poemas, contos e crônicas cujos temas são Amor e Morte, sendo por isso, dividido em 3 partes. A ideia central de uma Antologia é também revelar novos talentos da literatura nacional.
Vou logo dizendo que esta resenha pode ser tendenciosa, já que sou parte do elenco autoral da mesma. Pois é, você sacou bem: eu escrevi uns textos e eles fazem parte do repertório da Antologia. É a minha estréia literária.
Vou dar meu pitaco de acordo com os temas utilizados:
AMOR
Esta parte conta com 12 textos. Destes, 2 são de minha autoria, duas poesias: Dúvida e Maldita Saudade. Delas, não vou falar aqui, pois as apresento em tópicos próprios.
Todos os textos são super bem escritos. Emotivos, cheios de sentimento.
Desta parte, destaco dois textos:
“Plano B” (de Maria Eliza Soares) – conta a história de um casal idoso, já divorciado, mas com contato durante anos. Ambos apresentam doenças típicas da idade, e planejaram um duplo suicídio durante um Cruzeiro.
“Beleza” (de Taís Martins) – é uma crônica, que debate o significado atual de Beleza. A confusão certa e injusta entre Beleza e Vaidade, entre o que mostramos de nós mesmos e o que realmente somos.
MORTE
Aqui você encontra 6 textos. Contos e crônicas, bem fundamentados. O que me chama atenção é a parte reflexiva de cada texto, o que nos coloca a pensar, a filosofar.
Destaques:
“Desculpe, estou te Interrompendo” (de Débora Diniz) – um texto sobre aborto que você não consegue se decidir se é uma ficção narrada pela personagem ou se é uma crônica, uma história real. Porque, na verdade, parece ser a história de muitas meninas, todas desconhecidas, espalhadas nos 4 cantos desse planeta, de diferentes classes sociais. Faz parte das coisas corriqueiras do dia-a-dia da humanidade, que todos sabem que acontecem, mas fingem não estar acontecendo.
“Morto-vivo” (de Rafael Valore) – o conto traz uma vida cotidiana, esquecida, enfadonha, não detalhada, mas perfeitamente imaginável. No meio de tudo isso, o protagonista começa a sentir-se estranho, vermes em seu braço, dor em seus pulmões, carne apodrecendo. Você até pode pensar que tudo muda quando o protagonista conhece a bela e misteriosa vizinha ruiva de olhos azuis. Só que não. Muito bem escrito, final surpreendente. Gostei mesmo.
“Alma empalhada” (de Willian Couto) – esse conto é narrado por um marido falecido e empalhado. Lá, preso no corpo, coisas estranhas acontecem. Não sei se foi a intenção do autor, mas a meu ver é um conto bem-humorado, satírico. Sagaz.
AMOR E MORTE
Na última parte do livro, temos 7 textos, cujo tema é amor e morte unificados, entrelaçados, interligados. Temática comum? Vai achando... Os textos são todos intrigantes e me despertam saudades, temores, aflição e ternura.
Nesta parte também, há um conto de minha autoria (“Pendências”), cuja história, explicações e coisa e tal você pode encontrar acessando AQUI (em breve).
Destaques:
“Mulher” (de Rafael Valore) – conto passado numa cabana na floresta, com camponeses, fidalgos. O pai de Vidalia fez um contrato com o diabo há muitos anos, em troca de ouro. Toda filha que ‘desabrochasse’ sem votos do casamento, seria entregue ao dito cujo sem restrição. Sem restrição? Vidalia passa a noite negociando sua alma. Até a aurora do dia seguinte.
“Os amantes de Teruel” (de Rô Mierling) – Conto baseado em uma lenda espanhola. Anabel é uma camponesa que adora cavalgar, caçar, ser livre na floresta, e afirma nunca se prender a um casamento. Até conhecer Juan, o filho do ferreiro, neto do bruxo. E, enquanto o amor deles floresce, Anabel é prometida e se casa com outro. Mas seu marido viaja e seu coração não aguenta, corre de volta à floresta, lá onde Juan sempre está.
site:
http://1001nuccias.blogspot.com.br/2014/10/resenha-antologia-amor-e-morte.html