Os Vencedores

Os Vencedores Ayrton Centeno




Resenhas - Os Vencedores


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Juliana 24/10/2022

Necessário
Livro maravilhoso, leitura fluída e atraente. Muito importante neste momento que vivemos. Quem não conhece sua história está fadado a reviver os erros do passado.
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alex santos 03/12/2017

Obrigatório
Leitura fluente e fácil do tenebroso período da ditadura militar. Onde estão os vencedores que enfrentaram a ditadura?
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Marcos Pinto 05/12/2014

Aprendendo o passado para entender o presente
A ditadura militar é um assunto extenso e, para muitos, até mesmo chato. Porém, para ler Os Vencedores, eu recomendo que você afaste da mente as lembranças de algumas aulas de história ruins que você possa ter tido e abra seu pensamento. E, claro, leia sem pensar nas políticas partidárias modernas, pois o presente é infinitamente diferente do passado.

Como dito na sinopse, o livro Os Vencedores é uma obra jornalística e não tem uma intenção política partidária, apesar de qualquer ato jornalístico ser político. Nele, conhecemos a luta de diversos ícones no período mais negro da história brasileira e vemos como foi necessário, até mesmo, a população recorrer a grupos paramilitares para fazer valer seus direitos.

Quantas figuras políticas atuais você imagina que foram perseguidas pela ditadura? Quantos intelectuais ou músicos de sucesso? Se você pensou em apenas alguns, está completamente enganado. Eu também estava, ao menos antes de ler essa obra. Boa parte dos atuais vencedores nas eleições lutou bravamente contra as algemas da ditadura que assolou nosso país.

“Quem perdeu, ganhou. Nas últimas duas décadas, os perdedores de ontem têm governado o Brasil. Primeiro um ex-exilado, depois um ex-preso político e, finalmente, uma mulher, ex-presa política e torturada. Quem ganhou, perdeu” (p. 17).


Obviamente não poderei mencionar todas as pessoas apresentadas no livro, mas falarei de algumas que se destacaram no passado e também no presente, mesmo que no momento atual seja de modo negativo. Além disso, tentarei fazer uma ambientação sobre o período, apesar de só ser capaz de entendê-lo por completo após a leitura de um material amplo como a obra.

O primeiro fato que precisamos ter em mente é: a ditadura foi muito pior do que imaginamos. Os presos políticos sofreram torturas inimagináveis e alguns não conseguiram escapar com vida. Choques, surras e tortura psicológica eram práticas comuns para tentar retirar confissões daqueles que lutavam pela liberdade. Ou, até mesmo, para que confessassem “crimes” que não cometeram.

Diante de tais afrontas, muitos grupos se organizaram militarmente para lutar de igual para igual com aqueles que diziam estar salvando o país. A luta foi árdua, tanto na cidade quanto na mata, e envolveu membros de diversos seguimentos da sociedade: músicos, políticos e principalmente estudantes que sonhavam em mudar a realidade.

“Quando relembra aquele aniversário distante, Carlos Alberto não fala de bolo, velas e festa. Nunca antes daquele 25 de agosto de 1961 havia ido às ruas para desafiar a polícia. Queria convocar os estudantes para defender a posse do vice eleito” (p. 133).


Dentre os quase heróis mencionados no livro, os que mais me chamaram a atenção foram exatamente Lula, Dilma e José Dirceu. As lutas enfrentadas por eles foram dolorosas e certamente deixaram marcas. Eles chegaram ao ponto de serem considerados terroristas pela ferocidade de sua luta e tornaram-se, ao lado de muitos outros, essenciais para a volta da democracia. Contudo, por outro lado, no presente as coisas se inverteram. Muitos os têm como vilões. Eu mesmo confesso que fiquei com a sensação nostálgica. Se eles ainda mantivessem o mesmo espírito aguerrido quando chegaram ao poder, certamente as coisas seriam diferentes Mas as pessoas mudam... E muitas vezes para pior.

E por falar em mudança, através do livro também percebemos uma mudança grandiosa, mas em um partido político. Antes chamado de MDB, este partido era de oposição aos militares; ele lutou, mesmo que legalmente, contra os disparates do governo e tentou aumentar a liberdade da população. Hoje o partido se chama PMDB. O nome pouco mudou, mas a índole... Bem, quanto a essa há muito para se questionar.

Para mim esta foi a principal importância da presente obra: além de abrir o passado para uma visão mais ampla, me ajudou a perceber o presente de uma forma mais consciente. Para entender-se o porquê do presente ser tão ruim, é necessário esclarecer melhor o passado. Até porque lá foi onde tudo começou.

“A primeira imagem enquadra dezenas de jovens correndo pela calçada. Estão fugindo. Ouve-se tiros e um matraquear de metralhadora. Da bruna no fundo destaca-se um veículo militar” (p. 167).


Além da qualidade da obra, essa tem outro enorme diferencial: o livro não é difícil; Ayrton Centeno transmite todos os seus estudos com uma linguagem bem simples e direta, fazendo com que a leitura flua de uma maneira rápida, apesar das muitas páginas. A quantidade de fotos e propagandas da época apresentadas no livro também torna a leitura mais suave e enriquecedora.

A leitura da obra me acrescentou muito em conhecimento sobre o nosso passado e também em visão crítica sobre o nosso presente. Exatamente por isso aconselho a leitura dessa obra para todos. Mesmo que você não goste de obras do gênero, leia; afinal, conhecimento nunca é demais. Além disso, é raro encontrar um material tão completo e com uma linguagem tão simples.

Repito: leiam; vocês não irão se arrepender.

site: http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2014/12/resenha-os-vencedores.html
Thiago 09/11/2015minha estante
Eu deveria escrever uma resenha, mas creio que a sua representa exatamente o que queria transmitir, que esta obra não deveria ser vista como algo proselitista, mas sim, histórica, e nem cheguei a metade mas a vejo como um filme, elucidando muito bem sobre a historia do país e como as pessoas mudam no decorrer do tempo. Este livro foi o pontapé para que eu começasse a buscara assuntos e livros ligados a política de alguma forma para elucidar o que muitos não procuram saber, se informar, baseando-se apenas em redes sociais.

Eu trabalho nos correios em Rio Verde Goiás, e se me permite, ocorreu que um cliente enviou uma carta a Brasília pedindo o retorno da Ditadura militar informando que já havia se informado muito sobre o assunto e acreditava que aquela época tudo era melhor e o mesmo me sugeriu ler nas redes sociais,,, eu ri na hora e disse a ele que eu não me informo em redes sociais, prefiro ler em livros de cunho histórico e imparciais, justamente como esta obra extremamente esclarecedora. Informei a ele ainda que, se hoje você ainda tem a liberdade de questionar publicamente ou formalmente sobre o governo, mas que se fosse na época da ditadura, provavelmente alguém leria sua carta, procuraria você pelo endereço e em no mais tardar, em uma semana, sua família estaria morta e enterrada sabe Deus onde.

Muitas pessoas da chamada extrema direita, ou que não possuam posição alguma, deveriam ler este livro.

Parabéns pela resenha.




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