Fernando Nery 29/05/2016
Talentosa desde a adolescência
Olá, Ávidos Leitores!
Quando adquiri o exemplar de "Jack & Alice", de Jane Austen, sabia que o conto foi escrito em sua fase adolescente. Ouvi rumores que seria uma obra publicada somente para agradar os fãs de Austen, visto que ela não se encontra suficientemente amadurecida.
Tendo em mente essas informações, comecei minha leitura cheio de preconceitos. Minha motivação era conhecer as características de sua escrita em início de carreira, e depois, ler seus livros para perceber traços de sua evolução.
Fui imensamente surpreendido. Descobri que Jane Austen nasceu como autora. Seu talento é notório desde sua adolescência. O conto curto de apenas 76 páginas, que pode ser devorado em menos de 15 minutos, deixa os leitores perplexos diante da sabedoria da autora.
Jane Austen demonstra maestria, e por meio de sutis ironias conduz seus leitores a uma reflexão profunda sobre alguns males da sociedade. Tudo, que ela narra, tem um toque de humor sofisticado e inteligente que impressiona os mais qualificados fãs. Trata-se de uma obra cult.
A história começa com um baile de máscaras para comemorar o aniversário do sr. Johnson. Antes de narrar os acontecimentos ocorridos na festa, Jane apresenta os personagens de sua obra, esboçando seus defeitos. Depois, prossegue falando das fantasias dos convidados. Evidencia-se que as máscaras simbolizam os defeitos mais proeminentes de cada um. Por exemplo, uma senhorita fantasiava-se de Inveja, sua maior falha.
Durante os festejos, os personagens tiram suas máscaras e enchem a cara de bebida. Todos necessitaram ser carregados para retornar a seus lares. Podemos afirmar que, depois da festa, a história começa de verdade. Durante três meses, o baile de máscaras rendeu muito assuntos entre os moradores da aldeia de Pammydiddle. Para satisfazer uma curiosidade, o nome da aldeia significa Cidade da Farsa.
Dentre os assuntos, o mais comentado foi Charles Adams, por causa de sua beleza, riqueza e vaidade.
Alice surge como protagonista, e manisfesta sua paixão por Adams. A donzela seria a figura perfeita de mulher, se não fosse dada a bebedeiras.
Nesse segundo momento da narrativa, as ações e os diálogos dos personagens trazem à tona as piores deformações do ser humano: inveja, hipocrisia e falsidade. Alice partilha suas impressões dos acontecimentos com Lady Willliams, uma viúva que se expressa de maneira confusa.
De maneira inesperada, surge uma personagem que atende pelo nome de Lucy, vinda de outra localidade visando o amor de Adams. Pequenas surpresas ocorrem com o desenrolar do enredo, inclusive o assassinato de um dos personagens. Entretanto, a surpresa maior acontece no final do conto. Confesso que ri e imaginei a Jovem Austen gargalhando ao pensar na reação de seus leitores. Encontro-me rindo até agora. Jane Austen é Jane Austen sempre. Seu conhecimento sobre psicologia, tendo como destaque o lado mais sombrio da humanidade, desperta o fascínio de quem lê sua obra. Lamento ter nascido diante de sua época. Seria um prazer enorme entabular diálogos com essa figura irônica e inteligente.
Embora, o conto se desenvolva de maneira coerente, ele nos deixa uma pergunta: Quem é Jack? O titulo da obra é "Jack & Alice", porém não aparece nenhum Jack em suas páginas. Pesquisei na internet e outros leitores faziam o mesmo questionamento. Ninguém tinha uma resposta.
Além de dar CINCO ESTRELAS no Skoob, favoritei o livro.
Espero que vocês tenham gostado dessa resenha, não deixem de comentar.
Abraços e até breve.
site: http://filosofodoslivros.blogspot.com.br/2016/05/resenha-jack-alice-de-jane-austen.html