AliceFonseca.25 09/04/2024
Por uma abordagem mais humana
Ao longo dos anos, tenho testemunhado de perto as inúmeras vulnerabilidades relacionadas à saúde mental em diversos ambientes/ estados, inclusive em comunidades religiosas como a igreja. Essas experiências me abalaram profundamente, a ponto de considerar desistir da psicologia diante da intensa dor emocional que me causavam.
No entanto, compreendi que desistir não resolveria nada. Em vez disso, decidi canalizar essa dor em ações concretas, como realizar palestras, escrever artigos e promover rodas de conversa, na esperança de conscientizar e prevenir problemas de saúde mental. Acredito firmemente que essas pequenas iniciativas podem contribuir significativamente para desmedicalizar a psicologia e aproximar aqueles que mais necessitam de ajuda, mesmo que seja através do boca a boca ou da leitura de artigos no qual estou me preparando para desenvolver.
Um momento marcante nessa jornada foi durante uma aula de psicanálise, quando sorteamos os temas do seminário e me deparei com o conceito de humanização da saúde. Esse tema chamou minha atenção profundamente, despertando um novo sentido de propósito e compromisso com a causa da saúde mental. Mais tarde, descobri a fenomenologia, cuja abordagem receptiva e humanizada continua a fornecer respostas às minhas perguntas sobre a saúde psíquica da população.
Mesmo reconhecendo minha própria inexperiência e limitações, estou determinado a seguir em frente e fazer o possível para colocar em prática essas ideias em prol da saúde pública brasileira. Como mencionado nos últimos capítulos do livro, é necessário transcender a individualização dos problemas de saúde mental e considerar os aspectos sociais e econômicos que contribuem para essa realidade. Caso contrário, corremos o risco de nos tornarmos meros perpetuadores do sofrimento mental em nosso país.