História do Olho

História do Olho Georges Bataille




Resenhas - História do Olho


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Danilo 11/01/2021

Muito além de uma historia erotica.
Pisca um olho.

Temos uma história erótica em uma leitura superficial, protagonizada por jovens, quase sem adultos e em ambientes muito nebulosos. Me parece que há uma distância de algo que se remete apenas a um pênis, o que está aqui nesse livro vai além disso também. Temos, em primeiro plano, jovens realizando fetiches "nojentos", no mínimo. Caminhando para a metade e para o final, percebemos que a história do olho não é simplesmente uma história erótica vazia.

Pisca um olho

Dentro de um objeto branco, redondo, há o sol, uma gema, o céu amarelado de algum local da Espanha, urina, leite, objetos religiosos de uma igreja, uma cavidade anal, olho de boi, um padre, testículos, ejaculação. Lágrimas em um livro que é escrito depois de diversas sessões de análise.

Quebre um ovo, fure um olho

É tudo o que está escrito acima será expelido. É a expressão de fetiches, da sexualidade, a partir de uma revelação ao final da história, a partir de experiências, muitas vezes nada agradáveis, que uma pessoa passa e internaliza de uma forma que poucos entendem.

História do Olho.
Henrique288 12/01/2021minha estante
Gostei de percorrer o seu texto




Prof. Edivaldo 08/12/2020

O olho do c...
Confesso que já tenha lido algo coisa de literatura erótica (em Hilda ou outro), mas livro como este nunca vi. Em certo sentido, o que o narrador e sua colega vivenciam é algo que extravasa os limites do bom senso. O desejo depravado pela masturbação, pelo sexo desenfreado, misturando até o profano com o sagrado, é visto de maneira mui natural pelos personagens. De certa forma, é até um tanto escandaloso para aqueles leitores mais conservadores. Não é uma leitura recomendada para menores de 18 anos, não obstante os personagens serem adolescentes. A cena com o padre, a profanação com objetos religiosos, beiram ao absurdo; o constante fetiche da personagem Simone, ao inserir o ovo, o testículo de um touro, ou o olho de um sacerdote em suas partes íntimas, deixam o leitor perplexo!
Entretanto, é uma obra bem escrita, entremeada de elementos que lembram filmes de terror, de maneira que, se quer ler até onde nos leva a loucura animalesca do ser humano...
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djoni moraes 05/12/2020

Um ciclo infinito
Eu queria mesmo era pode iniciar essa resenha (que será bem curta) com uma boa de uma gargalhada, então é isso: HAHAHA!

Este trabalho de Bataille, de cunho aparentemente autobiográfico (!!) leva ao nível do absurdo uma espécie de metafísica erótica que eu jamais tinha tido contato. Na figura do olho, um objeto que é um e, ao mesmo, tudo e todos, Bataille discute de maneira grotesca sobre nossos limites como seres humanos - até que ponto somos contidos pelo pudor, pelas próprias barreiras da mente e da moral humana, sem querer provocar desgosto pela mesma e sim uma afeição quase redentora: que bom que é assim! Um texto que com certeza sempre será, até o fim dos dias, a definição literária de "ame ou odeie" ou "8 ou 80" (e tudo bem se for qualquer uma das duas opções, só não vale ficar em cima do muro), Bataille é capaz de fazer, através da literatura, que o leitor sinta, e sinta MUITO. Afinal, não é esse o fim da literatura?
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Joao.Paulo 19/10/2020

A transcendência através da imagem
O olho aqui é um objeto volúvel, ele será encontrado como ovo, prato, testículo, olhos. O que atrai nessa ideia do olho é justamente a imagem. É um livro que parece ter mais um fascínio que busca uma força transcendental através das imagens causadas por essas situações eróticas.

Apesar de ser um livro extremamente direto acaba, em consequência da ilustração dos atos obscenos, tendo uma linguagem muito imagética e imaginativa, que plasma os personagens com os ambientes ao coloca-los em situação de êxtase. Quando os personagens vão atrás de Marcela no manicômio é evocada uma atmosfera fantástica, que entra em contraste com a escrita realista. O manicômio se torna um castelo imponente atormentado por relâmpagos em meio a uma tempestade, os personagens parecem acenar de uma distância muito remota para Marcela. Essa realização fantástica é tida por meio da imagem. Se o objeto central do livro é justamente o Olho, também é a imagem.

Como se sabe, para Bataille, o erotismo é transgressão. Essa transgressão é encontrada justamente na identificação possibilitadora das imagens, como é dado no final do livro, no capítulo das reminiscências (apesar de esse conceito já ter sido explorado por Jung), não à toa o céu é visto de forma claramente cosmológica em vários momentos após o orgasmo, o que evoca uma ideia de unidade com o universo. A busca aqui é por deformar as imagens o máximo possível, para que se possa extrair um ''significado'' (não necessariamente objetivo) através de uma experiência transcendental que essas imagens possam representar. Barthes diz que(texto presente como posfácio para a edição da companhia das letas.) as deformações volúveis do olho se dão não só em um plano metonímico, quando se usa o ovo para se referir ao olho, por exemplo, mas também no sentido poético, quando, com o passar da narrativa, ao em vez de se furar um olho se fura um ovo e vice-versa. Ou seja, a escrita vai cada vez mais deformando a ação que se tem com o objeto e a descrição deste, partindo de um plano concreto e abstraindo o máximo possível ao seu decorrer.

A transcendência está, justamente, na quebra do narrador, que se torna autobiográfico no último capítulo, quando o processo de transcendência trazido pela modificação das imagens possibilita uma leitura mística do autor autobiográfico por si mesmo. Odeio trazer a biografia do autor para uma crítica, acho que a obra deve ser anisada por si, mas é algo que justamente aconteceu com Bataille em seu processo de escrita. Não se trata de um simples e ridículo expurgar de demônios, que ficam presos nas páginas dos livros para nunca mais serem encostados, mas de, por meio dessa deformação da própria história, que se torna totalmente diferente da realidade (artificial), conseguir lidar com seus problemas, vendo-os por uma perspectiva diferente, que provoca uma experiência transcendental pelas imagens que se tornaram.

Não é necessário compreender tudo objetivamente, o mais importante é experienciar isso. No entanto, temos a objetivação dessa experiência nas reminiscências. Sabemos, por esforço do narrador, que a correlação entre os objetos olho, ovo, urina etc. se dão pela figura de seu pai, que era cego e paralítico, essa fascinação pela imagem não teria surgido justamente pelo fato de seu pai ser cego e capaz de provocar imagens mentais tão fortes no narrador? A loucura também esta presente na obsessão por Marcela (que é relembrada chorando urina quando o protagonista vê a vulva de Simone). Enfim, de alguma forma ou outra, tudo pode ser correlacionado nesse último capítulo que, com um esforço corajoso, ''desvenda'' o livro em seu nível mais básico e óbvio, mas a simples tomada de consciência analítica do narrador já é espantosa no desdobrar que causa.
Erica 19/10/2020minha estante
Tem como ler por esse app?




Monica 26/08/2020

Leitura complexa
O texto é bem complexo, que as vezes incomoda.
Para alguns acredito que vale pesquisar um pouco sobra a obra antes para que possa aproveitar melhor a leitura.
É interessante a partir do momento que você compreende a perspectiva do autor.
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Diogo 12/08/2020

História do Olho, só me vinha na cabeça a citação de Shakespeare: "a vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, e sem sentido algum"; e O Cão Andaluz (1929), qual minha surpresa quando Bataille cita ao final do livro a forma como o olho é retratado neste curta, deixando evidente uma forte influência do surrealista Buñuel.

O livro conta as aventuras sexuais de um casal, eventualmente, com a participação de outros personagens. O texto é escrito de forma bem direta, realista até, mas a narrativa e ambientação tem algo de onírico e surrealista. O sexo é abordado de forma a naturalizar o grotesco e o sádico - e o prazer fica relegado ao segundo plano -, em uma busca incessante por preencher de um vazio, por sentido e sublimação. As descrições e os sentimentos do protagonista/narrador são bem angustiantes. Ao mesmo tempo, eles estão sempre em fuga e procurando mecanismos de defesa para as fragilidades da vida.

No livro, há uma constante aproximação entre o sexo, a violência e a morte. E o autor faz uso de várias figuras de linguagem para tornar o texto surpreendentemente poético. Ao final do livro, ele elabora paralelos com a história de vida dele, o que deixou a leitura muito interessante.

A edição da Companhia das Letras, em capa dura, ainda conta com três análises essenciais para uma compreensão mais ampla da obra.
Emanuell K. 15/08/2020minha estante
Um livro que eu achei bem difícil!




juanito 06/08/2020

Chocante é pouco.
Difícil, nojento, repulsivo, horrendo.
Eu simplesmente amei. 10/10
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Michelle347 02/07/2020

Pior livro que já li
Sem duvida é o pior livro que já li na vida.
É sujo, deprimente, depressivo.
Li até o final porque me recusava a acreditar que todos os fatos relatados ficariam impunes, mas fiquei extremamente decepcionada.
Não vale a pena ler!!!
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Zkymicx 13/06/2020

Por sugestão de seu analista, o bibliotecário Bataille junta seus sonhos, taras, tabus e desejos num manuscrito com conteúdo surreal, perturbador, violento e catártico. Contra família, padres, igrejas, moral, História do Olho é um romance de formação molestado. De uma floresta escura ao sol que cega, envolvimento de cu, olho, ovo, lua e testículos.
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Paula 28/05/2020

literatura erótica
Nunca havia lido nada igual. Um pouco forte as vezes, mas por isso mesmo impactante.
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Oseas.Carlos 26/05/2020

Georges Bataille
Antropologia, filosofia, sociologia e arte. Repleto de erotismo e transgressão ao sagrado, essa ficção, retratada de forma autobiográfica, apesar de não declarada nesse contexto, expõe personagens repletos de desejos sexuais e violência.
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Rafa 24/05/2020

No que eu estava me metendo?
Li este livro, pois fiquei curioso com a sinopse, e realmente a bizarrice da história te prende...
Tudo de fato parece sem nexo e causa um tremendo mal-estar. No final há textos explicativos chatos e maçantes que acabei lendo superficialmente, pois queria tirar aquela história (obra de uma mente doente) da minha cabeça.
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Anderson916 14/05/2020

Interessante!
Lembra muito o Marquês de Sade.

Recomendo amargamente que leia e saborei esse incrível livro.
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Julio.Gurgel 03/05/2020

Obsceno, repugnante, fascinante
A História do Olho trata da bestialidade dos desejos sem aparas, da experimentação e da liberdade extrema de corpo e espírito. É uma teia de cheiros, fluidos e sadismos de toda espécie que vai gerando uma repugnância crescente no leitor - o que, obviamente, provoca mais e mais interesse, como se fôssemos moscas que pousam em excrementos.

Ah, ao final da história, as notas do próprio autor explicando os elementos do livro esclarecem muitas das metáforas apresentadas, todas elas muito conectadas à sua própria história de vida.
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Eduardo 30/04/2020

Livro dificílimo de resenhar. Causa uma enorme impressão no leitor, não só pela sexualidade exacerbada e pelo chocante das imagens de violência, mas também por essa capacidade de criar relações entre as imagens que usa (olho, ovo, culhões, anus, mijo, esperma, sangue, via-láctea, ...) trazendo a impressão mesmo de uma liberdade de escrita muito grande, que vai desvelando o que aprendemos em sociedade a reprimir.
Uma outra coisa interessante do livro é que na mesma medida em que ele causa impressões fortes é difícil de racionalizar elas. Fiquei com impressões de que o livro está dialogando o tempo todo com conceitos da psicanálise, mas não saberia dizer se ele faz isso de maneira estrita às teorias de Freud ou se mesmo com relação a elas ele faz desvios.
Falando ainda de impressões, sinto que foi uma experiência de leitura bem próxima do que é assistir um filme como O Cão Andaluz, de Buñuel.
A apresentação de Elaine Robert Moraes ajuda muito a sugerir algumas chaves de leitura para o livro. O apêndice com outros textos críticos já me parece algo mais voltado para quem realmente quer se aprofundar em como foi a recepção desse texto. As ilustrações, incluindo a foto de capa, não parecem reduzir ou apenas reafirmar o que é dito no livro, mas justamente investir nessa capacidade de fazer associações livres, como o próprio texto.
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