História do Olho

História do Olho Georges Bataille




Resenhas - História do Olho


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livrosmortificados 30/03/2024

"Deitei-me então na grama, o crânio apoiado numa pedra lisa e os olhos abertos sobre a Via Láctea, estranho rombo de esperma astral e de urina celeste cavado na caixa craniana das constelações; aquela fenda aberta no topo do céu, aparentemente formada por vapores de amoníaco brilhando na imensidão ? no espaço vazio onde se dilaceram como um grito de galo em pleno silêncio ?, refletia no infinito as imagens simétricas de um ovo, de um olho furado ou do meu crânio deslumbrado, aderido à pedra. Repugnante, o absurdo grito do galo coincidia com a minha vida: quer dizer, nesse momento eu era o Cardeal, devido à fenda, à cor vermelha, aos gritos dissonantes que ele provocara dentro do armário e, também, porque os galos são degolados...
Para os outros, o universo parece honesto. Parece honesto para as pessoas de bem porque elas têm os olhos castrados. É por isso que temem a obscenidade"
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Gabriel 05/03/2024

A obra mais genial já escrita
É a terceira vez que leio e nunca me canso, é simplesmente a obra mais genial já escrita.
Tem livros que são tão fora da caixa que é impossível escrever algo que se aproxime minimamente de tamanha grandiosidade, é o caso do morro dos ventos uivantes, Pedro Paramo, o apanhador no campo de centeio e claro, historia do olho.
Simplesmente TUDO nesse livro é milimetricamente bem pensado, por trás de cada frase existe uma metáfora que pode ser trabalhada com infinitas possibilidades de análise. A linguagem é crua e direta. É interessante perceber o quanto a violência esta presente em todos os meios, não só na ação das personagens, más na escrita e no próprio meio deles, as descrições da natureza por exemplo são extremamente precisas nesse sentido, mostrando a sincronia entre a violência da tempestade, da ventania, dos trovões e raios em harmonia com as ações violentas das personagens. Inclusive, essa relação entre a escrita e a ação da narrativa me lembra muito o cortiço do Aluisio Azevedo, no qual a linguagem com palavras que remetem a brutalidade e escatologia também estão em harmonia com a brutalidade da estória.
Ainda para além de toda devassidão, a prosa do Bataille é linda beirando as vezes a poesia com descrições cósmicas.
História do olho é uma obra única que marcou todo o século XX e influenciou diversos filósofos, com uma narrativa que para mim, melhor sintetizou tudo que os surrealista propuseram, é a combinação perfeita entre o surrealismo, a psicanálise, o erotismo a dor e a transgressão, fazendo o exercício do autor em pensar o sexo, a violência e a morte, através da natureza dos excessos.
Sempre que termino automaticamente me vem a vontade de voltar ao inicio e reler tudo novamente, é uma obra que ainda vou ler muitas vezes.
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pirocadeperuca 12/02/2024

Releitura
A edição da cosac naify, que li primeiro parece mais completa, mais explicativa, possui mais textos do que essa. O prefácio da Eliane, nessa edição, se encontra ao final, o que achei melhor, afinal, de que adianta ler um texto explicando uma obra que voce ainda nao leu
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Lucas1429 02/02/2024

O moralismo se retém à curiosidade
Em 1928, Georges Bataille publicou a exegese de sua própria existência até ali: a do homem assolado por um desejo arbitrário. A edição primitiva de sua primeira obra, esta, é a identificação da própria aversão íntima que precisava ser transcrita, segundo indicação de seu terapeuta, para a tentativa de desvio da desgastante rotina lasciva que praticava.

A retórica é simplória; o narrador, entremeado à autobiografia batailliana, é um adolescente na descoberta sexual despudorada ao lado de uma companheira igualmente devassa. Simone e ele, no viés dos anti-pudicos, objetivam ironizar a convenção literária, versada na dispersão das mentes libertinas, direcionando o leitor para situações gráficas e não menos instigantes de um processo coletivo não-tradicional.

Ademais, o olho, a centralização titular, é o elemento da observação dos atos e da fruição do orifício anal. O sexo é discorrido para atestar-se como apogeu máximo de ambos amigos e de suas vidas bestiais - também para quem os vê, pais passivos, colegas abismados; e para quem faz, um sem número de corpos hedonistas.

Contrariado às castrações sintomáticas da sociedade quanto aos processos e excessos do físico, o texto, e seus pares presentes, de pouco desenvolvimento exterior desatrelado às consumações, como um Sade contemporâneo, no agir, no narrar, é a incursão à dimensão pornográfica; dela, à transgressão da vida exemplar de todo e qualquer civil comum.
olivromefisgou 26/02/2024minha estante
Que resenha rebuscada ?


olivromefisgou 26/02/2024minha estante
Só sei que o prato de leite não sai da minha cabeça :x




duca nascente 31/01/2024

Definitivamente o livro mais angustiante que eu já li em toda a minha vida, é bizarro como esse livro é profundo em tantos sentidos
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Robertaaaa 27/09/2023

Queria ler essa obra há algum tempo, porém não tinha nenhuma iniciativa. Entretanto, certo dia - já nesse ano - sonhei que estava sentada no banco de alguma universidade conversando com Bataille sobre a sua obra e, inclusive, durante esse momento Lacan apareceu para conversar sobre a obra de Bataille também.

Depois desse sonho decidi comprar o livro. Li e gostei. Talvez a pegada surrealista de Bataille com o onírico que me fez ter iniciativa de comprar o livro tenha contribuído com essa afetividade.

Mas em suma. Está aí o relato.
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Israel68 05/09/2023

Linha de fuga
Bataille escreve esse livro por via da completa destruição, da forma que a linha de fuga deveio linha de aniquilação. De destruição completa.
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RobsBia 17/07/2023

A pornografia embebida na loucura. Fatídica. Esse livro me causou horror e angústia. Apenas ao ler sobre as referências do autor que consegui desenvolver um olhar diferente sobre a história.

O olho
O 🤬 #$%!&
O mijo
A 🤬 #$%!&
A loucura
O gozo
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Gabriel 20/06/2023

Expressão máxima do sexo, violência e morte.
É impossível colocar em palavras a grandiosidade dessa obra, no começo parece um livro erótico de cunho escatológico e sádico, como as obras de Sade, mas quando vc chega no último capítulo e percebe que é basicamente um grito de desabafo pelos traumas do Bataille, e que essa foi a forma como ele pôde exteriorizar os sentimentos, vc suspira de emoção e percebe que não é apenas um livro erótico.

Não da pra deixar de comentar sobre a forma como o autor escreve o erotismo em história do olho, a clara inspiração nas obras de Sade. É extremamente interessante esse triângulo de sexo, violência e morte que ele constrói, todos os momentos em que a morte permeia o livro durante os atos sexuais até chegar no final que é a explosão máxima do sexo, violência, escatologia, depravação, sadismo, sacrilégio, loucura e morte.

Sei que muitos não se agradam nem por ser listado como livro "erótico", por conta da tamanha perversidade aqui, mas eu acho essa literatura erótica mais voltada pra um lado sujo e depravado surreal. Não são livros eróticos só pelo lado pornográfico ou sexual como a literatura erótica contemporânea, mas tem toda uma bagagem filosófica e psicológica da qual é possível extrair inúmeros estudos, por isso acho tão fascinante.

Agora quero muito ler o livro dele sobre erotismo, estou completando fascinado por tudo que envolva o autor.
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ana 18/06/2023

Que grande loucura. li pra materia de narrativa francesa na faculdade e QUE LOUCYRA. li tudo em uma sentada e, a cada pagina, meu olho arregalava mais. até que as cenas eram tão gráficas e surreais que não tjnham maus efeito nenhum sobre mim. loucura. sei nem o que dizer, pensar ou comentar.
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Andre24 02/06/2023

É muito mais sobre o autor do que sobre uma história. Apesar de 500 apêndices; que caçam cabelo em ovo pra encontrar grandiosidade e sentido (ovo, por sinal, um dos temas do texto); ainda precisei de auxílio externo para sacar o contexto e a intenção ao ser escrito. Talvez alguém da psicologia se divirta mais resolvendo esse quebra-cabeça. A foto da capa se chama "A oração". É uma bonita ironia, parabéns a quem escolheu.
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pirocadeperuca 10/02/2023

Maravilhoso
Bataille toma Sade por inspiração, mas desenvolve um estilo completamente diferente, um estilo só seu.
o que mais me agrada são as reminiscências : a interpretação feita sobre como seus traumas influenciaram suas obsessões dá um fiozinho de humanidade ao texto.
"escrevo para apagar meu nome"
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Vitu 21/01/2023

É.
?Para Bataille, as máscaras representam "uma obscura encarnação do caos": são formas "inorgânicas" que se impõem aos rostos, não para ocultá-los, mas para acrescentar-lhes um sentido profundo.?

Eu gosto de ler livros ?chocantes? por que eles me ensinam como a mente humana é capaz de superar os seus próprios limites na falta de amarras sociais e morais. Esse livro é um exemplo disso, visto que foi escrito através de um pseudônimo do autor, que preferiu renunciar o seu mérito de escritor por receio das consequências do exposto em sua vida pessoal. A máscara de pessoa comum, assumindo o estereótipo de ?normal?, escondendo a verdadeira obscura encarnação do caos.

Não gostei das interpretações incluídas nessa edição. Me senti de frente para uma tela com respingos de tinta e várias pessoas tentando inventar significados para eles. Todas tentando entender a dualidade do personagem, explicando o que entendiam como metáforas, nada profundo que acrescentasse algo. Gostaria de uma análise psicológica, fazendo uma regressão dos relatos da infância até o homem adulto, por trás do pseudônimo.
camila 23/01/2023minha estante
você não tem vergonha de colocar aqui um livro com um cu enorme?


Vitu 25/01/2023minha estante
você não tem vergonha de falar que lê livro de sacanagem, pq eu teria?


camila 25/01/2023minha estante
na hora de ler pescador de carangueijo rei levar dedada no cu pode né




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