A força das coisas

A força das coisas Simone de Beauvoir




Resenhas - A força das coisas


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Caronte 15/07/2016

Força, Simone
O que li dela até agora foi A força das coisas. Até onde sei esse livro faz parte da autobiografia dela, que são três ao todo (Memórias de uma moça bem-comportada; A força da idade; A força das coisas... é, comecei pelo último).

Esse especificamente vai trazer uma Simone mais madura, já desfrutando da fama de intelectual francesa. Deixa pegar minhas anotações de quando li:

Ele começa num contexto de final da Segunda Guerra Mundial, a França pós ocupação pelos alemães: todos pra baixo, com fome, destruição, medo de a qualquer momento voltar o conflito, as descobertas dos podres na guerra... dos campos de concentração , das bombas sobre o Japão.

Então, vem algo quase como um diário de viagem, Espanha, Portugal, Norte do continente africano, Itália, China, Alemanha, USA... Tem também um panorama cultural, com músicas (ela gostava de jazz, uia), filmes, livros, peças de teatro tanto as dela quanto as do Sartre (acho que esqueci de mencionar que foram casados).

Teve uns drinques com vários escritores como Hemingway, Albert Camus, Jorge Amado, sim, o nosso Jorge, que serviu até de guia turístico quando ela veio pro Brasil \o/, e foi bizarro vê que com os poucos meses que ela passou aqui já entendeu umas coisas... foi estranho.

Para ler o texto completo: Blog Parágrafos Para Grifos. \o/

site: http://paragrafosparagrifos.blogspot.com.br/2016/04/simone-de-beauvoir.html
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Malu 10/09/2015

"Não se nasce mulher, torna-se mulher"
A Força das Coisas é a terceira parte da trilogia escrita por Simone de Beauvoir. Essa trilogia foi escrita em forma de diário e por isso se torna tão especial e intimista.

As duas primeiras partes são "Memórias de Uma Moça Bem Comportada" que aborda sua infância e juventude, e "A Força da Idade" que aborda sua carreira e experiência intelectual.

Simone de Beauvoir escreveu também um outro livro de memórias, chamado A Cerimônia do Adeus, onde se despede do grande amor de sua vida, Sartre.

"A Força das Coisas", é um livro complexo de ler porque dá detalhes de vários momentos históricos, várias guerras e você precisa muitas vezes recorrer à pesquisas para se situar. Mas, principalmente é envolvente porque é uma forma de estar próxima de alguém que você admira mesmo que essa pessoa não viva mais. Você não precisa interpretar alguma ideia que ela queira passar através de um personagem fictício. Simone de Beauvoir é clara em suas ideias e opiniões e não tem vergonha também de demonstrar seus momentos de fraqueza e dissabores. Seu medo da velhice e suas limitações decorrentes e morte iminente.

Algo que me chamou muita atenção nesse livro é que o nome de Simone de Beauvoiur sempre esteve relacionado ao movimento feminista. Ela defendia sim uma posição importante da mulher na sociedade e incentivava as mulheres a ter mais atitude para buscar direitos iguais e a participar da produção científica, contribuir para a sociedade num papel além de mãe e esposa. Ela foi um grande modelo para o movimento feminista. Mas, ao mesmo tempo não compartilhava do extremismo de algumas ideias desse movimento. Por exemplo: Deixou bem claro no livro que passou vários anos sendo sustentada por Jean-Paul Sartre, e que inclusive lavava suas roupas. Como ela mesma falou, ser independente não é ser orgulhosa. Se ela tinha a opção de ficar sem trabalhar e poder se dedicar à escrever seus livros, pois ele ganhava muito bem para sustentar os dois, então por que ela se sacrificaria só pra mostrar que não "dependia" dele? O que importava é que ela tinha as reservas dela e a qualquer momento, poderia deixar de ser sustentada por Sartre. Ou seja, não dependia dele. Apenas, aceitava uma ajuda para viver com mais qualidade de vida, fazendo o que ela gostava. Como também não se sentia humilhada por lavar as roupas dele.

Eu passei a admirá-la mais ainda por isso. Pois ela não se permitiu mostrar o que não era por conta de uma pressão de um movimento que cobrava dela um papel extremamente feminista. Ela se manteve fiel a quem ela era e não "se transformou" no que a sociedade esperava dela.

Outra coisa que me apaixonou no livro é que ela conta em detalhes o cotidiano que tinha ao lado de outros grandes nomes dos intelectuais franceses, detalhes dos lugares que frequentavam. Suas viagens, incluindo o Brasil e a receptividade de Jorge Amado.

É uma leitura tão envolvente e apaixonante que quando estive em Paris, fiz questão de visitar os lugares que eles frequentavam, como o "Les Deux Magots" e agora em outubro visitarei Salvador, a casa de Jorge Amado, que os hospedou.

Nesse diário ela também escreveu sobre seu relacionamento com Sartre. E, muitas vezes lendo o livro eu tinha impressão que na verdade ela sofria muito com o tipo de relação que vivia, pois os dois tinham um relacionamento aberto, onde ele se apaixonou fortemente por outra mulher. E, ela também teve alguns romances com outros homens. Mas, ficava claro que o amor e prioridade da vida dela, era Sartre. E ela largava tudo, por ele.

No final do livro ela encerra dizendo que se ela pode ter uma certeza na vida. Essa certeza é Sartre.

Realmente é uma grande mulher e um grande modelo para todas nós. E, ler o diário dela, me fez sentir sua amiga íntima e próxima de outros nomes que também admiro muito, como Sartre e Camus.

Simplesmente amei esse diário e com certeza irei ler os outros dois. Como também a despedida à Sartre.

É uma leitura enriquecedora
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Malu 10/09/2015

“Não se nasce mulher, torna-se mulher.”
A Força das Coisas é a terceira parte da trilogia escrita por Simone de Beauvoir. Essa trilogia foi escrita em forma de diário e por isso se torna tão especial e intimista.

As duas primeiras partes são "Memórias de Uma Moça Bem Comportada" que aborda sua infância e juventude, e "A Força da Idade" que aborda sua carreira e experiência intelectual.

Simone de Beauvoir escreveu também um outro livro de memórias, chamado A Cerimônia do Adeus, onde se despede do grande amor de sua vida, Sartre.

É um livro complexo porque dá detalhes de vários momentos históricos, várias guerras e você precisa muitas vezes recorrer à pesquisas para se situar. Mas, principalmente é envolvente porque é uma forma de estar próxima de alguém que você admira mesmo que essa pessoa não viva mais. Você não precisa interpretar alguma ideia que ela queira passar através de um personagem fictício. Simone de Beauvoir é clara em suas ideias e opiniões e não tem vergonha também de demonstrar seus momentos de fraqueza e dissabores. Seu medo da velhice e suas limitações decorrentes e morte iminente.

Algo que me chamou muita atenção nesse livro é que o nome de Simone de Beauvoiur sempre esteve relacionado ao movimento feminista. Ela defendia sim uma posição importante da mulher na sociedade e incentivava as mulheres a ter mais atitude para buscar direitos iguais e a participar da produção científica, contribuir para a sociedade num papel além de mãe e esposa. Ela foi um grande modelo para o movimento feminista. Mas, ao mesmo tempo não compartilhava do extremismo de algumas ideias desse movimento. Por exemplo: Deixou bem claro no livro que passou vários anos sendo sustentada por Jean-Paul Sartre, e que inclusive lavava suas roupas. Como ela mesma falou, ser independente não é ser orgulhosa. Se ela tinha a opção de ficar sem trabalhar e poder se dedicar à escrever seus livros, pois ele ganhava muito bem para sustentar os dois, então porque ela se sacrificaria só pra mostrar que não "dependia" dele? O que importava é que ela tinha as reservas dela e a qualquer momento, poderia deixar de ser sustentada por Sartre. Ou seja, não dependia dele. Apenas, aceitava uma ajuda para viver com mais qualidade de vida, fazendo o que ela gostava. Como também não se sentia humilhada por lavar as roupas dele.

Eu passei a admirá-la mais ainda por isso. Pois ela não se permitiu mostrar o que não era por conta de uma pressão de um movimento que cobrava dela um papel extremamente feminista. Ela se manteve fiel a quem ela era e não "se transformou" no que a sociedade esperava dela.

Outra coisa que me apaixonou no livro é que ela conta em detalhes o cotidiano que tinha ao lado de outros grandes nomes dos intelectuais franceses, detalhes dos lugares que frequentavam. Suas viagens, incluindo o Brasil e a receptividade de Jorge Amado.

É uma leitura tão envolvente e apaixonante que quando estive em Paris, fiz questão de visitar os lugares que eles frequentavam, como o "Les Deux Magots" e agora em outubro visitarei Salvador, a casa de Jorge Amado, que os hospedou.

Nesse diário ela também escreveu sobre seu relacionamento com Sartre. E, muitas vezes lendo o livro eu tinha impressão que na verdade ela sofria muito com o tipo de relação que vivia, pois os dois tinham um relacionamento aberto, onde ele se apaixonou fortemente por outra mulher. E, ela também teve alguns romances com outros homens. Mas, ficava claro que o amor e prioridade da vida dela, era Sartre. E ela largava tudo, por ele.

No final do livro ela encerra dizendo que se ela pode ter uma certeza na vida. Essa certeza é Sartre.

Realmente é uma grande mulher e um grande modelo para todas nós. E, ler o diário dela, me fez sentir sua amiga íntima e próxima de outros nomes que também admiro muito, como Sartre e Camus.

Simplesmente amei esse diário e com certeza irei ler os outros dois. Como também a despedida à Sartre.
É uma leitura enriquecedora
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