spoiler visualizarMarian 14/04/2022
Um completo disserviço, disserviço de ler.
Posso começar falando que o prefácio é a parte mais excitante do livro inteiro, está mais cheio de poesia e euforia carnal do que no livro inteiro, apenas com aquela descrição da vontade de viver a vida em suas completas experiências.
"O sexo deve ser misturado com lágrimas, risos, palavras, promessas, cenas, ciúme, inveja, todos os condimentos do medo, da viagem ao estrangeiro, novos rostos, romances, histórias, sonhos, fantasias, música, dança, ópio, vinho."
O primeiro conto é desagradável, é sim, uma forma bastante real e eficaz de ilustrar a posição do homem na sociedade, é forte, é repugnante, e é real.
Não existem outros pontos positivos a se citar, o resto de tudo aquilo soa como uma fanfic MUITO mal escrita, finais completamente broxantes, tais quais as transas muito ruins, homens famintos e sedentos, completamente sem charme (o que é até bastante verídico kk) e mulheres sem personalidade, chatas, com desejos até certo ponto, embebidas de esteriótipos já dotados, e principalmente, em 1977, não em 1877.
Um esteriótipo não só das personagens femininas, mas também, de homens já marginalizados na época, africanos e sul-americanos, em 1977 é um disserviço ENORME perpetuar o tipo de pensamento que homens de tais nacionalidades são famintos, ferozes, animalescos, bestias, que seja a descrição pobre e precária de criatividade, toda essa farfalha soa como um grande fetiche da autora, soa como as fantasias mais profundas da mente dela, completamente limitado de pensamento crítico, totalmente fora da realidade, e também, como se estivesse escondendo isso atrás de uma proposta, de uma premissa interessante, como se tudo aquilo visasse servir a alguém aparte dela, ou seja, o HOMEM rico e velho para quem escrevem os contos.
"Ele tinha pavor de estrangeiros, em particular de sul-americanos, de negros e de cubanos. Ouvira falar do extraordinário vigor sexual dessa gente e achava que se a mulher caísse nas mãos de um deles jamais retornaria a casa."
É basicamente um feminismo branco, celebrado e aplaudido dentro de um público feminino branco e PARA um público feminino branco, um grande exemplo da dominação branca estando sempre atrás de o que comer, eles querem consumir, e não importa as consequências.