Lucas F. Maziero 03/11/2015
Primeiro de tudo, o terceiro e último volume poderia bem ter a metade de suas páginas, senão menos do que a metade, que a história continuaria envolvente e perderia seu lado maçante, ainda que não seja prolixo.
Aqui, valendo também para o primeiro e segundo volumes, há algo acerca dos nomes que me incomoda: a maioria dos nomes dos personagens são nomes-adjetivos, enquanto que a outros personagens (talvez por não serem da nobreza), possuem nomes aleatórios. Talvez seja para diferenciar a nobreza do cidadão comum, não sei, não encontro outra explicação para essa arbitrariedade.
Outra coisa também: incomodou-me bastante as inúmeras partes da interação de Fitz com Olhos-de-noite (a autora martelou muito em passagens e atitudes que o leitor já está careca de ter visto), e também sua fixação em procurar por Moli, e é sobre Moli que quero falar agora.
Não me convenceu de maneira alguma essa (posso muito bem dizer obsessão), por Moli. Tornou-se algo pobre, chato. Ora, ao meu ver, se Fitz foi capaz de percorrer meio mundo para alcançar Veracidade, ele não poderia se deslocar à procura de Moli? Uma vez que ele a amava, e que o local onde ela se encontrava deu a entender que era perto da cabana onde ele convalescia? Poder-se-á dizer que no fim talvez ele não a amasse, mas então por que essas passagens chatas em que ele a procura tanto pelo Talento?
Também, ao meu ver, foi muito ingênuo e enervante as passagens em que apareceram Panela. Não sei por que cargas-d'água ela manteve tanto mistério acerca de seus conhecimentos, tendo em vista que eram necessários. E também a suposta facilidade, depois, claro, da incompreensão de como trazer de volta à vida os Antigos. Ficou tudo uma mistura sem sentido e maçante.
E o final deixou a desejar. O leitor merecia um final mais consistente e elaborado, depois de ter enfrentado três tijolões de leitura. Mas pode ser que a autora seja adepta de um final rápido, daqueles finais que não sobram muito a contar.
Em todo caso, a história, vista como um todo, é muito boa e envolvente. E como avaliação da história como um todo, avalio este terceiro volume com quatro estrelas, apesar de que, avaliando-o separadamente, três estrelas estariam mais de acordo.