@estantedaali
16/01/2018Ruff "Deus" GhanorO livro começa narrando a chegada de Ruff Ghanor, ao ser encontrado na caverna proibida por dois acólitos e um garoto muito intrometido chamado Korin que estavam à procura de uma cabra perdida, por não falar absolutamente nada ao chegar no mosteiro e apenas repetir o que parecia ser um rosnado "Ruff", passam a chamá-lo de Garoto-Cabra.
Na caverna, Ruff fez o chão tremer e se abrir com as próprias mãos diante de Korin e dos acólitos, lutando contra uma besta. Após essa façanha, foi levado ao mosteiro onde o prior (que é um dos melhores personagens do livro, muito inteligente e com um passado muito legal) passou a treiná-lo após descobrir, através de uma mancha nas costas do garoto,, se tratar de um descendente de uma antiga linhagem de reis, os Ghanor. Conforme a lenda, seria Ruff o enviado para derrotar Zamir e pôr fim aos anos de tirania dos dragões vermelhos.
Ruff é treinado ao longo dos anos no mosteiro, desenvolvendo a parte física e espiritual, tendo ajuda de São Arnaldo. Faz amizades como Korin e amores como Áxia. Começa aí um dos primeiros problemas do livro, apesar de serem apresentados inicialmente, o autor não desenvolve nenhum dos personagens paralelos no decorrer do livro, uma pena.
Korin é um garoto curioso e intrometido, mas gostei muito do personagem. Com forte inspiração no pai, seu sonho é se tornar um dos guardas do vilarejo. Áxia é o grande amor de Ruff, um tanto quanto exagerado. A garota é injustiçada no vilarejo por sua mãe trabalhar nas noites da taverna e seu irmão ser deficiente. É chamada de bruxa por se envolver com uma senhora da floresta e passa o livro inteiro com ódio de todos e lutando por vingança.
As passagens de tempo também não são muito definidas, uma vez que Ruff chega ao mosteiro ainda criança, sabemos que ele passa sua vida treinando para o dia de enfrentar Zamir, porém não passa disto.
Gosto de dividir o livro em duas partes, antes e depois do ataque ao mosteiro. Antes do ataque ao mosteiro a história é boa, envolvente. Após o ataque se torna difícil concluir o livro, de alguma maneira o livro muda e pelo menos pra mim não agradou mais.
Ruff é endeusado o tempo todo e tudo passa a ser desculpa para que "pessoas precisam ser sacrificadas para que Ruff viva", o romance com Axia se torna bobo demais, o autor passa muito tempo em capítulos que não agregam ao percurso da trama (para quem leu o livro, o capítulo do anão Thorin e da Cidade do Pó têm uma extensão desnecessária).
Os diálogos me incomodavam muito, pois a escolha do palavreado não era nem um pouco adequada ao contexto, não me passava naturalidade, sem falar na impressão que tinha de que sempre estavam gritando uns com os outros, principalmente Korin e Ruff (e talvez estavam mesmo, tamanho era o ego de Ruff).
Posso afirmar que o final é surpreendente (pelo menos para mim foi), qual realmente é a missão de Ruff, mas ainda assim, por mais que tenha me despertado curiosidade, não é o bastante para continuar lendo os livros da série.
O maior ponto positivo do livro é que ele tem uma mapa lindo, desenhado nas primeiras páginas, particularmente gosto de acompanhar a descrição dos lugares juntamente com o mapa no decorrer do livro.
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