Grandes Contos

Grandes Contos H. P. Lovecraft




Resenhas - Os Melhores Contos de H. P. Lovecraft


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Rubens 10/11/2020

O conto mais brisado foi o da Busca Onírica por Kadath, e o melhor foi A Cor que Caiu do Espaço. O livro reúne vários contos do escritor publicados entre 1917 a 1935. Dente as tantas palavras até então desconhecidas por mim, a mais bonita foi Onírico, tanto pelo som, quanto pelo significado.
Jose Ricardo 20/12/2023minha estante
Eu pensei o mesmo, disse que H.P tava sobre efeito de alguma droga kkkkk, mas foi massa.




Thaisa 26/08/2020

Como uma das antologias brasileiras mais conhecidas do horror cósmico, "Os Melhores Contos de H. P. Lovecraft" reúne 19 contos do autor.
Algo que me fez gostar bastante dessa edição é como ela é capaz de misturar os textos escritos por ele: eles trazem propostas diversas, criados em décadas distintas, de tamanhos e níveis de fama diferentes. Além de possuir as narrativas mais icônicas de Lovecraft, o livro também conta com histórias mais curtas e menos conhecidas, como "Celephais", "O Que a Lua Traz Consigo" e "Os Outros Deuses", assim como a longa "A Busca Onírica por Kadath". Esses contos fazem parte de um grupo de histórias lovecraftianas interligadas chamado "Ciclo dos Sonhos".
Também gostaria de dar destaque à introdução da obra, "H. P. Lovecraft e o moderno conto de terror", de Guilherme da S. Braga, que dá uma breve explicação sobre como a escrita e os temas abordados por Lovecraft caracterizaram um importante passo no gênero do horror, também dando ao leitor um panorama histórico da vida do autor.
Muitos dos meus contos favoritos podem ser encontrados nessa edição, como "Ar Frio", "Um Sussurro nas Trevas" e "A Cor Que Caiu do Espaço".
A única coisa que eu, particularmente, achei que faltou nesta antologia é o contexto de "O Assombro das Trevas", que segue, inesperadamente, um conto que não pertence à Lovecraft: "O Errante das Estrelas", conto de Robert Bloch (mais conhecido por sua obra "Psicose"). Bloch o escreveu em homenagem à Lovecraft, contando, inclusive, com a sua presença como um dos personagens. E é por isso que Howard, por sua vez, dedicou "O Assombro das Trevas" à Robert - sendo este o último conto escrito por Lovecraft.
Do mais, o compilado de histórias de H. P. Lovecraft funciona bem aqui - o que é sempre difícil é ter que lidar com o contraste entre a parte estética e inteligente das suas obras de terror e ficção científica, e os preconceitos presentes constantemente, devido à visões deturpadas que o escritor tinha da sociedade.

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Marcio Garcia 05/05/2020

O Estilo Lovecraft de Ser
O estilo de escrever de HP Lovecraft definitivamente não me cativou. Muita hipérbole, muitos adjetivos desnecessários, repetições. Sempre o momento, ou a visão, ou o cheiro, ou a sensação, ou as memórias são as mais blasfemas que uma mente humana poderia suportar sem entregar-se à loucura. As estruturas são sempre ciclópicas. Quase todos os contos poderiam ser resumidos em poucas páginas, mas se arrastam por infindáveis momentos de tédio. Terror é praticamente inexistente. Há um pouco de suspense, mas sempre muito leve. E realmente encontramos várias passagens bem preconceituosas. Tudo bem que tudo isso que faz com que Lovecraft seja diferente de tudo originalmente, mas cansa muito. No entanto, a mitologia criada por ele e seu entrelaçamento é bem interessante, sendo inspiração para diversos filmes e games. Enfim, acredito que não mais tocarei em nenhum conto de Lovecraft pelos próximos éons.
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Zé Walderico 28/03/2020

Genuíno e refinado
Sempre fui curioso em ler algo no terreno do terror e comecei por um dos grandes mestres, Lovecraft montou simplesmente uma teia onde vários contos se comunicam de forma sutil e onde as histórias parecem cartas que recebemos na vida real, adorei o livro, mesmo tendo demorado meses para terminá-lo, as histórias são criativas e únicas.
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Thais.Dias 23/02/2020

"Quanto mais se retirava do mundo ao redor, mais maravilhosos se tornavam seus sonhos; e teria sido fútil tentar descrevê-los no papel. Kuranes não era moderno e não pensava como outros que também escreviam. Enquanto estes se esforçavam para despir a vida de suas míticas vestes bordadas e mostrar em nua fealdade a coisa suja que é a realidade, Kuranes buscava somente a beleza. Quando a verdade e a experiência falhavam em revelá-la, ele a buscava na fantasia e na ilusão, e a encontrava em sua própria soleira, em meio às memórias nebulosas de histórias e sonhos da infância."
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Guilherme Amaro 26/04/2018

Os Melhores Contos de H.P. Lovercraft
Os melhores contos de H.P Lovercraft, (2015), publicado pela editora Hedra, 2015, contém 742 páginas.

Howard Phillips Lovercraft (1890-1937), americano de Providence. Aos três anos aprendeu a ler, aos seis anos escreveu seu primeiro conto. Infelizmente Lovecraft teve uma vida conturbada, marcada por perdas e obsessões, pensamentos suicidas, sentimentos de racismo em relação aos imigrantes e todas suas obras publicadas somente tiveram o devido prestígio e reconhecimento anos após o seu falecimento.

Na minha opinião foi o melhor escritor de terror de todos os tempos, utiliza uma linguagem de reflexão, instiga o leitor a sentir o terror e a agonia dos personagens. Lovecraft utiliza magistralmente o mundo da mitologia, ficção científica, fantasia, criação de seres monstruosos, "terror cósmico", demônios, loucura, resgata um passado distante de civilizações antigas e esquecidas. Retrata seres alienígenas que já habitavam o planeta sem o mínimo sinal dos seres humanos, na qual não tem importância na vastidão do universo.
Nas histórias de Lovercraft, os protagonistas, além do gosto pela arte e o intelecto, são geralmente homens que possuem um apego, uma ligação ou uma atração forte pelo passado, especialmente o da Nova Inglaterra, região dos EUA que foi pontovde imigração dos primeiros colonizadores britânicos e do qual Lovercraft era descendente.

" A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido." H.P. Lovercraft

Dagon (1917): Um conto curto com apenas 5 páginas. Na guerra um navegador foi capturado por inimigos navais e foi largado a deriva e preso em uma estranha ilha recém surgida do fundo do mar.
" Não entenda minha dependência por morfina como uma fraqueza ou uma perversão. Quando o senhor ler essas páginas rebuscadas às pressas poderá entender, a minha ânsia pelo esquecimento ou morte."

Navio Branco (1919): Faroleiro que seguiu a profissão dos seus ancestrais, embarca em um navio branco em uma aventura de terras desconhecidas pelo homem, aguçando a curiosidade pelo desconhecido, provocando algo que não pode ser provocado..
" Porém, ainda mais deslumbrante do que a sabedoria dos anciões e a sabedoria dos livros é a sabedoria do oceano."

Os Gatos de Ulthar (1920): A pequena vila de Ulthar, e uma lei que proíbe de matar gatos, mostra todo o processo de isso ter acontecido, a história é de um casal de idosos que cometem esses assassinatos.
"O gato é um felino críptico e afeito a coisas estranhas, invisível ao homem. É a alma do antigo Egito e o guardião de histórias vindas de cidades esquecidas. É parente dos senhores da floresta e herdeiros dos segredos da África antiga e sinistra. A Esfinge é sua obra prima, e os gatos falam a língua dela; mas eles são ainda mais antigos do que a Esfinge, e lembram do que ela esqueceu".

Celephaïs (1920): Um homem Kuranes sonha com a cidade na qual nasceu Celephaïs e decidiu encontrá-la. se envolve profundamente e procura formas dos sonhos se tornem realidades.
"Poucas pessoas conhecem as maravilhas que as histórias e visões da infância são capazes de revelar, pois quando ainda crianças escutamos e sonhamos, pensamos meros pensamentos incompletos, e uma vez adultos tentamos relembrar, sentimo-nos prosaicos e embotados pelo veneno da vida."

Os Outros Deuses (1921): Nas montanhas mais altas viviam os Deuses terrestres, que não queriam se misturar com os humanos, Barzai, o sábio, estudou a fundo os deuses terrestres e os Grandes Deuses. Seguido por seu discípulo, ele parte em uma jornada para escalar a montanha Hatheg-Kla em busca desses deuses terrestres.
"Às vezes, quando sentem saudades de casa, os deuses terrestres visitam os picos que outrora habitaram na calada da noite, e choram em silêncio enquanto tentam brincar como em tempos antigos nas encostas lembradas".

Ar Frio (1926): Um homem vive de aluguel numa pensão de espanhóis, o inquilino de cima revela-se um médico, e os dois fazem experimentos no quarto (laboratório) ar frio, e descobre algo aterrorizante.

O Chamado de Cthulhu (1926): Considerado o conto mais icônico de Lovecraft. Coisas estranhas acontecem com diferentes pessoas em vários lugares do mundo, revelando um horripilante monstro que as pessoas relatam sua misteriosa aparição. O protagonista Francis Wayland Thurston sobrinho de um professor que guarda documentos dessa criatura e parte para uma investigação que interliga esses casos, uma entidade desconhecida cósmica endeusada por fanáticos.Nele, Francis Wayland Thurston, executor e herdeiro de seu falecido tio George Gammell Angell, encontra uma caixa com um artefato moderno com entalhes de antigos hieróglifos e um punhado de papéis, cujo principal possuía o título “O Culto a Cthulhu”. O conto é dividido em três partes, sendo as duas primeiras os relatos encontrados do tio com o resultado de suas buscas. Já o último é um relato de um marinheiro que Francis Thurston encontra por acaso. Lovercraft começa a desenvolver um conjunto de histórias interligadas que basicamente narram que a Terra foi habitada há incontáveis milênios por raças extraterrestres e que, em breve, retornariam ao nosso planeta, e a existência da humanidade chegaria ao fim.
"Que fim terá essa história? O que emergiu pode afundar, e o que afundou pode emergir. A repulsa aguarda e sonha nas profundezas, e a decadência espalha-se pelas frágeis cidades dos homens. O momento chegará. Rezo para que, se eu não sobreviver este manuscrito, meus executores ponham a cautela antes da ousadia e cuidem para que ninguém mais lhe ponha os olhos. "

A Cor que Caiu do Espaço (1927): A história se passa em um vilarejo a oeste de Arkham vê-se ameaçado quando um meteoro cai na propriedade de um fazendeiro local e traz consigo uma estranha aberração que afeta todo o meio ambiente (flora e a fauna) da região e cria o cinzento e estéril descampado maldito onde nada cresce.

Um Sussurro nas Trevas (1930):
" Tudo o que as Criaturas Siderais desejam da humanidade é a paz e o respeito mútuo e uma troca intelectual cada vez maior. Essa última é absolutamente necessária agora que nossas invenções e dispositivos estão ampliando o nosso conhecimento e o nosso modo de agir, e tornando cada vez mais impossível a existência secreta das colônias de Criaturas Siderais neste planeta. Os alienígenas desejam conhecer a humanidade mais a fundo e instruir alguns dos líderes filosóficos e científicos da humanidade em relação a sua raça. "

A Sombra de Innsmouth (1931): Única obra publicada por Lovecraft em vida. Innsmouth é um antigo vilarejo portuário com muitas construções, praticamente ausente de vida e abandonado, no passado uma "grande epidemia matou mais da metade da população" um lugar isolado por pântanos e córregos, economia voltada para refinaria e um excelente local para pescas de peixes e lagostas, os moradores são peculiares e observadores de sentir arrepios. Visitantes relataram que forasteiros não eram bem-vindos, e muitos desapareceram sem deixar vestígios, também há diversos rumores de criaturas sobrenaturais.
Mesmo com todas essas informações, era um atrativo a mais para o protagonista, os moradores de uma cidade vizinha tentavam sem sucesso convencê-lo a desistir da ideia de conhecer o local. Porém ele acreditava que eram apenas lendas e histórias infundadas, muito mais instigado pela curiosidade, expectativas históricas, arquitetônicas e antropológicas, embarca em um antigo ônibus para conhecer a cidade da qual tão misteriosas joias relacionadas a uma pagã crença, “A Ordem Esotérica de Dagon”, surgiu. No vilarejo o pediu informações para um garoto da mercearia que o orientou e desenhou um mapa do local , andando a pé e explorando a região conhece um velho alcoólatra nativo (Zadok) que era inspetor da fábrica, ao escutar os segredos que envolvem Innsmouth resolve abandonar o vilarejo, porém o ônibus de regresso estava com problemas mecânicos, assim foi obrigado a se hospedar no único hotel Gilman House, seu quarto era no último andar, três lances de escadas. A partir daí começa uma caçada implacável.
"É por isso que eu não iria a noite se fosse o senhor. Nunca estive lá e não tenho vontade de ir, mas acho que um passeio diurno não poderia fazer mal nenhum... Embora as pessoas daqui possam tentar fazê-lo desistir da ideia. Se o senhor está apenas fazendo turismo e procurando peças antigas. Innsmouth pode ser um lugar interessante."
"Para mim, por todo tempo de vida que ainda me resta na Terra aquela visão enterrou de vez qualquer vestígio de paz de espírito e de confiança na integridade da natureza e mente humana."

Nas Montanhas das Loucuras (1931): Reuniu ficção científica e horror, a descoberta das criaturas de cabeça estrelada, passagens absolutamente claustrofóbicas e angustiantes.

A Sombra Vinda do Tempo (1935): O professor Peaslee recobra a memória após sofrer de amnésia por cinco anos e começa a pesquisar seus estranhos sonhos. As investigações levam-no até a Austrália Ocidental e a um simples pedaço de papel que encerra a verdade sobre as viagens através do tempo.
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Kath 01/02/2018

Bem, esse foi um dos três livros que consegui ler esse mês. Quando eu troquei de celular, o novo veio com o app do kindle instalado, assim que eu pus minha conta da amazon ganhei esse livro. Pode ter sido sorte, ele estava na minha biblioteca e decidi me pôr a lê-lo porque eu havia ouvido falar muito desse autor e, com o desejo de expandir meu leque de livros de terror, acabei caindo na burrice de não pesquisar antes de empreender a leitura pelo celular. Lembram do que eu disse sobre Os Sete do Andre Vianco? Um livro grande demais assim é muito ruim de ler em ebook, principalmente quando cada conto desse livro tem, em média, 140 páginas e são mais de dez contos, some tudo isso e dá quase oitocentas páginas, convertendo em ebook 12999 páginas! É muita informação, amiguinhos.

Na faculdade, um conto de 100 páginas já ensinam que é uma noveleta, contudo, acredito que essa seja a visão ultrapassada de um professor de literatura conservador uma vez que as histórias nesse livro são consideradas contos, a menos que o gênero aí não tenha sido considerado e colocaram o nome conto porque as melhores "novelas" de H.P. Lovecraft não seria um título rentável, mas acredito que isso não seja relevante então, vamos ao que importa.

A minha ideia inicial era falar dos contos individualmente, só que eles são muito grandes e eu não leio com aqueles caderninhos de anotação do lado, sabe? Sem contar que um livro desse tamanho em ebook fica com aquela sensação que é infinito, você não tem controle ou noção da extensão das coisas como é com o livro físico e ler sem esse controle, pra mim, é péssimo. Eu gosto de saber a quantas anda minha leitura, ter um panorama do quanto avancei, essas coisas. A verdade é que, vocês sabe, eu não gosto de livro digital, não importa as vantagens e a praticidade, nunca vai se comparar ao físico, gente. E essa foi uma das razões de eu demorar tanto a concluir.



Então, fazendo uma abordagem geral, o livro reúne contos de "terror" mais voltado para o psicológico que envolvem lendas antigas de povos esquecidos ou se fundem em lendas históricas de vários países pelo mundo. O estilo do Lovecraft lembra muito do Poe, no prefácio se não me engano isso é mencionado que ele tinha o Poe por referência, algo do tipo, as nuances narrativas são similares, mas acho Poe bem mais sombrio e um pouco mais direto também. Lovecraft mexe mais com as nuances de um terror subtendido, usando de subterfúgios linguísticos tão sofisticados que muitas vezes esse horror fica mais nas entrelinhas que propriamente é visto como algo palpável e digno da realidade. Ou seja, o terror na obra desse autor é tida no medo ligado ao sobrenatural, aquilo que não se conhece e, muitas vezes, é passível da crença de acontecer apenas na mente do narrador.



Assim como Don Casmurro de Machado de Assis, nós só temos uma versão dos fatos aqui, a que o narrador expõe, o que torna os fatos narrados uma afirmação verídica ou o fruto de uma alucinação provocada pelo alto nível de medo que é difundido pela situação e ambiente no qual ele se encontrava. Desse modo, os relatos podem ser sim encarados como uma pressão do medo na mente que provoca a sensação de que aquilo é real, basicamente aquele velho ditado de que a mentira contada muitas vezes se torna verdade, a lenda se perpetuou de tal modo que atraiu atenção e o espaço que a abarca é um agravante para que ela se torne "real". Contudo isso é a minha opinião.
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Recruta.Zero 03/10/2017

Mitologia muito rica, de leitura por vezes enfadonha
Já tinha vontade de ler Lovecraft há algum tempo. É um dos precursores da chamada “literatura de horror”, influenciou muita gente boa, e tinha me deixado uma boa impressão quando li “O caso de Charles Dexter Ward”, conto que também compõe o livro. Assim, parti pra leitura dessa coletânea.

Ao final achei o livro razoável, contando com alguns contos bons e excelentes, misturados a outros cuja leitura é um exercício de paciência.

Além da linguagem datada (os contos foram escritos no início da primeira metade do século XX), o autor adota uma linha extremamente descritiva, se atendo aos mínimos detalhes principalmente das paisagens e localidades. Isso nem sempre é um problema, mas se torna bastante enfadonho em alguns momentos, não só por se alongar muito, mas também porque por vezes se refere a lugares titânicos, construídos por civilizações antigas e esquecidas, e também zonas pertencentes ao mundo dos sonhos (“ciclo dos sonhos”). Lá se vão páginas e páginas descrevendo minuciosamente lugares imaginados e imaginários. Pense em alguém descrevendo os mínimos detalhes das abóbodas das edificações de uma cidade construída por uma raça esquecida, isso depois de ter descrito a cidade toda... Fica cansativo.

É bom esclarecer, o nomeado “ciclo dos sonhos” consiste em histórias passadas na mente sonhadora de alguns personagens, inclusive um alter ego do autor (Kuranes), que aparentemente retirava suas inspirações de sonhos. E aí mais divagações e divagações, paisagens oníricas descritas na linguagem nem sempre fácil utilizada. Ao menos na minha experiência, essa parte foi uma das mais enfadonhas.

O lado bom, é que a mitologia criada é extremamente rica e interessante. O autor descreve raças ancestrais que habitavam a terra e nosso universo muito antes do homem (“o homem não é o primeiro senhor da terra, e nem será o último”), seres alienígenas e outros que nem pertencem ao nosso “espaço-tempo”, demônios ancestrais que ainda habitam a terra, em um estado latente, e cuja mera visão nos levaria à loucura.

Essa riqueza de mitologia é extraordinária e a maioria dos contos se liga a ela: “Cthulhu” e sua prole, “Yog Sothoth”, as raças que habitam as montanhas, aquelas que habitavam a Antártida, e suas relações com os seres humanos, sempre marcadas por bruxaria, demonologia, necromancia, e a inevitável loucura. Enfim, terror puro e ancestral, que supriu bastante minhas expectativas.

Como dito, achei o livro razoável, com algumas partes bem difíceis de ler, e indico fortemente a leitura de alguns contos, sendo excelentes, na minha opinião, "O chamado de Cthulhu", "A cor que caiu do espaço", “O horror de Dunwich" e "O caso de Charles Dexter Ward". Constam alguns outros que valem a pena, mas não voltaria a lê-lo (inteiro) novamente.

Em uma intertextualidade bacana, quem jogou Bloodborne (jogo incrível da From Software para Playstation 4) pode confirmar que é realmente bastante inspirado em Lovecraft. Tudo muito subjetivo e nada explícito, mas um cenário, em específico, parece ter sido diretamente das páginas de um dos contos (“O que a Lua traz consigo”).
Arcanjo 16/02/2020minha estante
Sua resenha me chamou atenção pela nota, e os seus problemas com esse livro são os mesmos que eu estou tendo. Estou há muito tempo travado no conto A Busca Onírica por Kadath, e não aguento mais. Está extremamente chato e enfadonho, cansativo, massante, não tenho mais pique para ler. E o cara me conquistou lá atrás, agora está difícil de engolir. Me verei liberto quando essa busca pela fortaleza gelada finalmente acabar.


Alex 24/09/2021minha estante
Concordo, as vezes o grau de detalhamento cansa e acabo me perdendo na estória, mas até que está sendo uma surpresa, pois é a primeira vez que leio HP Lovecraft e por enquanto está satisfatório.




Coruja 09/02/2016

Li esse livro um conto por dia - tentando me controlar para não avançar para o seguinte de imediato - para meu desafio 1 Ano, 365 Contos. Fiz o diário da experiência e para quem acompanha diariamente o blog, já deve ter me visto comentando conto a conto.

Apesar disso, decidi escrever um breve comentário sobre a edição da Hedra que adorna minha estante. Breve porque, primeiro, já falei de todos os contos (o único que não comentei no diário é porque tenha resenha própria: Nas Montanhas da Loucura) e, segundo, porque Lovecraft ainda será tema de especial aqui no Coruja (em algum dia a perder de vista, vá saber).

Os Melhores Contos de H. P. Lovecraft reúne, por óbvio, algumas das mais conhecidas histórias do autor - incluindo aquelas consideradas essenciais pelos especialistas em sua obra, que coroam sua mitologia própria. Eles se seguem em ordem original de publicação, tornando possível enxergar os vínculos que revelam o universo lovecraftiano, bem como sua evolução como autor, a forma como ele começa a interlaçar terror e ficção científica num estilo próprio.

Contudo, essa é uma antologia que vislumbra um pouco além do terror tipicamente associado a Lovecraft. Celephaïs, por exemplo, foi uma grata surpresa, com uma delicadeza imagística impressionante, que jamais pensei associar ao autor.

Senti falta de alguns contos mais polêmicos, como Horror em Red Hook - que rendeu a Lovecraft a fama de racista que ainda hoje cria bastante polêmica (vide o fato de que um dos prêmios mais importantes da fantasia, o World Fantasy Award teve de abandonar o design do troféu, que era um busto do Lovecraft). Ainda assim, foi uma antologia muito bem escolhida e eu recomendo para quem quer conhecer um pouco mais do universo do Cavalheiro de Provence.

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2016/02/para-ler-os-melhores-contos-de-h-p.html
leonel 26/03/2017minha estante
Que excelentes e divertidos os posts dos 365 contos. Vou acompanhar para sempre agora.


LiteraNERD 31/08/2017minha estante
Legal! Também estou lendo um conto por dia, mas não apenas deste livro, tenho também o The Complete Cthulhu Mythos.
Vou lá olhar suas postagens.




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