Decapitados

Decapitados Leonardo Brasiliense




Resenhas - Decapitados


5 encontrados | exibindo 1 a 5


samir27 10/02/2023

Decapitados
O crânio de um monsenhor italiano some e aparece no chão do quarto de Alexandre sem explicação alguma. Por ser uma relíquia daquela pequena sociedade de imigrantes, pouco a pouco o caos vai crescendo e mais gente fica sabendo sobre o sumiço daquela peça. Durante isso tudo Alexandre sente que seja futuro pode estar em risco e decide de todo jeito fazer com que aquele artefato sai de suas mãos, mesmo sem saber como foi parar nela. É um livro curto, porém confuso. Consegui me perder algumas vezes durante a leitura, pois, achei distorções principalmente entre os parágrafos. Vários diálogos que eram interrompidos sem finalizar, e quando estava acostumando em alguma cena pula pra outra totalmente diferente.
comentários(0)comente



Larissa Santos Silva 11/04/2020

Decapitados - Leonardo Brasiliense.
É um bom livro com uma boa história ,mas eu realmente gostaria de um segundo livro contando que fim levou a cabeça do monsenhor, e explicando quem realmente a deixou no tapete do garoto Alexandre. Senti como se o livro acabasse na metade da história, como se ainda faltasse uma parte importante do conto.
comentários(0)comente



Cláudio B. Carlos 12/05/2017

UMA ESCRITA MADURA
O livro “Decapitados”, de Leonardo Brasiliense, tem tudo para figurar entre os grandes da Literatura.

Uma ótima história, muito bem urdida.

“A dor se mistura com a raiva que sente do filho que deu fim à vida, como se fosse Deus. Mas a dor é mais forte que a raiva, e o pai o perdoa, como se fosse Deus, como se tivesse visto em seu rosto, morto ao pé da escada, o arrependimento.”

A escrita de Leonardo Brasiliense está madura, consistente – escrita de quem sabe o que faz.

“O padre continua fazendo visitas. Chega numa hora em que não há como não convidá-lo a ficar para o almoço ou a janta. Nenhuma se compara à comida de sua cozinheira, filha daquela que foi a cozinheira do monsenhor. Mas ele se sacrifica, precisa de tempo com as famílias, e uma refeição deixa toda palestra mais longa: fica-se à mesa depois, vem um doce, um cafezinho, um chá de boldo. Ele vai permanecendo o quanto quiser, ninguém expulsa um padre de casa.”

Quando o Brasiliense (que é ótimo) pende para o regional, é maravilhoso. Que texto! E que belo livro! O livro – como objeto – é lindo (a capa e o projeto gráfico são excelentes).

“A mulher do caminhoneiro Ariovaldo falou pouco. Nunca teve índole ativa, acostumou-se a concordar. O padre discursava sobre a desgraça que encobria a cidade feito uma sombra malévola. A dona da casa dizia ‘pois é’, ‘pois então’, assentia com a cabeça e oferecia mais polenta ao sacerdote. O caminhoneiro estava trabalhando, subira para Santa Catarina. A esposa parou a colher no ar, pensando que a viagem demorava mais do que o esperado e se o marido levara cuecas suficientes. Havia três crianças à mesa, elas não davam atenção ao padre nem à mãe. Também não conversavam entre si. A menina de oito anos tinha uma boneca doente, a perna de plástico fora comida pelo cachorro. A outra, de dez, parecia uma sonâmbula, imóvel. O menino, de onze, com o mesmo nome do pai, pensava no futuro, no que faria depois da janta.”

“Decapitados”, de Leonardo Brasiliense: recomendo – com força.

BH – 2015.
 


site: http://balaiodeletras.blogspot.com.br/2015/01/decapitados.html
comentários(0)comente



Amiga Leitora 30/04/2015

Decapitados por Blog Amiga da Leitora
Alexandre acorda em sua pacata e interiorana cidade achando que terá mais um dia comum e entediante de sua vida. No entanto, um cranio muito conhecido - não só por ele, mas por toda sua cidade - que está sobre o tapete do seu quarto mostra que o dia de Alexandre será tudo menos comum ou entediante.

O cranio sobre o tapete de Alexandre é do Monsenhor, uma especie de guardião da cidade. O cranio fica exposto em uma urna de vidro no cemitério da cidade, para que toda a população possa prestar respeito a ele, e também não esquece-lo. Por isso, Alexandre sabe que voltar com o cranio para a Urna sem que ninguém o culpe pelo "roubo" é praticamente impossível.

Quando o sumiço do cranio vem a publico, a cidade se transforma em uma grande confusão. Pessoas começam a incriminar umas as outras, sem nenhuma prova, apenas para poder se safarem de uma possível acusação. Alguns fatos começam a ser justificados pelo sumiço do cranio e algumas mortes também. Acredita-se que com o sumiço do cranio, maldições e desgraças irão pairar sobre a cidade.

Enquanto tenta descobrir como o cranio foi parar em seu quarto e como fará para devolve-lo sem que ninguém descubra que foi ele, Alexandre embarcará numa intrigante aventura que mudará pra sempre o rumo de sua vida.

Esse livro foi um misto de boas e não tão boas assim surpresas. Apesar de amar um bom livro de suspense/policial, quando esse livro chegou para mim, eu não estava tão animada para lê-lo. No entanto, ao iniciar a leitura, o autor conseguiu me ganhar e eu fui ficando cada vez mais curiosa em relação a narrativa.

Mas quase nas ultimas paginas do livro, eu achei que a história se embolou e ficou muito confusa, e acabei me perdendo e não entendendo o final. O que me decepcionou bastante e frustrou toda a boa leitura que eu tinha feito do livro.

A diagramação desse livro é muito interessante, e eu achei que foi bem feito os cortes de capitulo, e que assim eles contribuíram para o crescimento do texto.

Talvez, daqui um tempo eu releia esse livro para poder tentar entender o final. Mas para aqueles que gostam de um bom livro policia 'Decapitados' é uma ótima indicação.
comentários(0)comente



Aguinaldo 13/01/2015

Decapitados
Depois de uma semana longe de casa eis que volto e encontro encomendas e mimos me esperando (além de contas a pagar e um punhados de ridículos folhetos de propaganda da indigente política brasileira, claro). Na caixa da Casa del Libro estavam o último Javier Marías ("Así empieza lo malo"), os contos completos de Thomas Hardy e as duas séries de ensaios do Cabrera Infante sobre as quais já li maravilhas (de sorte que esse final de ano promete alegrias mil, seguro que sim). Na cota dos mimos inesperados encontro este "Decapitados", narrativa mais recente de Leonardo Brasiliense (sujeito que andou ocupado, pois esse é o terceiro livro dele editado neste ano). No domingo, ao invés de preocupar-me quem seria a nulidade que os gloriosos brasileiros escolheriam para governá-los, dediquei umas boas horas à prosa refinada de Brasiliense. Fiz bem. Em "Decapitados" o leitor encontra dois textos que se espelham: uma novela e um conto (escrito na forma de um drama, pronto para ser encenado e/ou filmado). Na novela acompanhamos como os moradores de uma pequena cidade reagem ao desaparecimento de uma relíquia religiosa (o crânio de um sujeito que foi muito importante na fundação, crescimento e posterior emancipação política da cidade, um velho monsenhor, há muito falecido). O protagonista da história é Alexandre, um jovem que encontra o crânio e não sabe como fazer para devolvê-lo à capela de onde foi retirado (o leitor não sabe exatamente como o crânio chegou até o rapaz, mas isto pouco importa). O que a história discute são as reações intempestivas de cada morador da cidade ao desaparecimento do crânio, como se todos estivessem num transe religioso que se dissipa, deixando-os desamparados, decapitados todos, sem rumo (livres afinal, mas nem sempre e nem todos sabem apreciar o valor - e a necessidade absoluta - da liberdade). Entendi a novela como uma reflexão sobre as dores de um aprendizado e sobre as dificuldades dos ritos de passagem da juventude para a vida adulta ou sobre as agruras de uma sociedade que perde o conforto de sua rede de hipocrisias. Brasiliense parece também inverter a cronologia do mito da queda dos homens no paraíso, fazendo Alexandre encontrar o mal encarnado numa serpente apenas no final. Curioso. Finda a novela encontramos um conto curto. Basicamente trata-se de uma cena dramática, onde um grupo de pessoas, num bar da periferia da cidade descrita na novela, conversa (ou antes, produzem monólogos ensimesmados que não permitem verdadeiramente alguma interlocução). Em algum momento um dos personagens fala da recente retirada do crânio do monsenhor no cemitério, mas ninguém o leva à sério. Enquanto na novela são as pessoas mais importantes da cidade que se manifestam (e enlouquecem), por conta do sumiço da bizarra relíquia, no conto as pessoas simples da periferia reagem com indiferença total ao próprio projeto de criar uma relíquia, mais preocupadas que estão com seus próprios problemas. O contraste é muito interessante. Vida longa para "Decapitados" meu caro Brasiliense, vida longa. E parabéns.
[início: 26/10/2014 - fim: 27/10/2014]
"Decapitados", Leonardo Brasiliense, São Paulo: Benvirá (editora Saraiva), 1a. edição (2014), brochura 14x21 cm., 125 págs., ISBN: 978-85-8240-162-0

site: http://guinamedici.blogspot.com.br/2014/10/decapitados.html
comentários(0)comente



5 encontrados | exibindo 1 a 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR