spoiler visualizarjiangslore 18/03/2021
Mesmo antes de ler qualquer coisa do grishaverse, eu sabia que o Darkling era um vilão bastante popular, então era óbvio que ele tinha que ter um passado difícil, né.
Eu fiquei feliz em saber que a Leigh desenvolveu um pouco o passado dele nesse conto, porque, sinceramente, não consigo ver tanta profundidade nele durante a trilogia (pelo menos até agora - li o primeiro e 30% do segundo). A autora foi bem sucedida em demonstrar de que forma certos pensamentos e atitudes se desenvolveram nele, embora eu pense que a situação que ela escolheu para narrar isso não combine muito com esses pensamentos.
Acho que o que estou tentando dizer é que é meio difícil acreditar que alguém (especialmente alguém jovem, como o Darkling - vou ficar chamando ele assim porque Eryk é um nome feio - era na época) fosse transformar em seu objetivo de vida criar um lugar seguro para grishas logo depois de ter sido brutalmente atacado por dois grishas. Claro, faz sentido argumentar que ele percebeu que só foi atacado porque Annika e Lev estavam em uma situação desesperada (exatamente por serem grishas) que foi criada por pessoas que não são grishas; até porque foi isso que a Baghra disse para o Darkling. Mas eu não acho que faz sentido ele ter concordado com isso.
Desde o início do conto, dá para perceber facilmente que o Darkling e a Baghra são forasteiros para qualquer pessoa, grisha ou não. Os segredos que eles tem que guardar devem ser escondidos de qualquer um. Grisha ou não. E, quando ele contou o segredo para alguém, que era grisha, olha a merda que deu. Faria muito mais sentido ele sair dessa experiência querendo criar um lugar seguro para ELE do que com um senso de comunidade tão forte a ponto de querer salvar todos os grishas.
Então, em suma: acho que ter a motivação de querer criar um lugar seguro para grishas é algo que faz total sentido com o Darkling já adulto que vemos na trilogia, e acho completamente coerente que isso tenha sido fundado em trauma, principalmente porque o preconceito contra grishas é algo muito bem estabelecido em todas as obras que fazem parte desse universo. Só não acho que o trauma que a autora escolheu para narrar no conto é o melhor para fundamentar essa motivação.
E só para concluir: esse conto só me fez ficar ainda com mais vontade de ver um desenvolvimento mais profundo da relação entre a Baghra e o Darkling. Realmente espero que isso aconteça até o final da trilogia!