O céu não sabe dançar sozinho

O céu não sabe dançar sozinho Ondjaki




Resenhas - O Céu Não Sabe Dançar Sozinho


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milenakts 25/10/2022

Maravilhoso. Enigmática, complexa e poética, essa reunião de minicontos tem continuidade e uma estrutura cuidada nos mínimos detalhes. Nesse livro, tudo tem intencionalidade: cada título, cada citação, cada palavra, cada nome de personagem, tudo. Ondjaki não deixou uma ponta solta sequer. Juntar todas essas pistas faz com que a leitura seja mais que só uma leitura. Um livro sobre a identidade fugidia e imagética de uma nação jovem, recém independente, mas já com muita história (que se confunde com a história do outro: enquanto colônia, a história é minha ou do colonizador?). Tudo muito bonito, profundo, lamurioso mas também cheio de esperança. Cada dia mais apaixonada por literatura angolana.
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Rafaele Rodrigues 10/09/2020

Sobre sair da rotina
A leitura de cada capítulo deste livro tem múltiplas interpretações. Na minha visão foi interessante, saí da rotina. As lições assim como cada bairro que o autor apresenta são diferenciadas e fascinantes.
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Guilherme.Marques 06/06/2017

Infância e saudade da velhice
No último livro de contos de Ondjaki, o autor explora, bem a seu jeito, temas como a infância, memória, identidade e saudade. Todos bem recorrentes na sua obra, mas presentes aqui de uma tal maneira que dão unidade às histórias (ou estórias, diria Luandino Vieira) que vão de Santiago de Compostela a Shanghai. Há ainda um tom novo (para ele), entre o mistério e o policial, que Ondjaki experimenta em contos como "Buenos aires" e "girgiu". Enquanto "e se amanhã o medo" foi uma obra revolucionária, "o céu não sabe dançar sozinho" é de consolidação de um dos melhores contistas da atualidade: mostra que o autor possui ainda muita coisa que vale a pena ser contada, da infância à velhice e à velhice.
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Paula 28/12/2014

Para onde eu vou
Ferve a luz
Debaixo dos tectos
Há ontem e amanhã
Amores com pele de líquen
Sonhos azuis pelas esquinas
Ali não é preciso nada
Guardamos o lugar
Com palavras
(...).
Paula Tavares,
in "Como veias finas na terra" (2010)


O céu não sabe dançar sozinho é o mais recente livro de contos do escritor angolano Ondjaki, publicado no Brasil pela Editora Língua Geral (2014). Em Portugal o livro foi publicado pela Caminho com o título Sonhos azuis pelas esquinas (2014), uma referência ao poema de Paula Tavares citado acima. "Guardamos o lugar com palavras", por isso, cada conto tem como título uma cidade ou lugar que são, ao mesmo tempo, partida e chegada. É transitando pelo mundo que o escritor-poeta-viajante melhor exerce sua ocupação: guardar com palavras os detalhes de lugares e pessoas que passariam despercebidos para muitos. É através das viagens que as estórias surgem a partir da observação atenta do mundo e dos encontros inusitados com as pessoas, que no texto de Ondjaki estão envoltas em uma aura de magia e de sonho. Afinal, "há dias - e pessoas - que se revelam mais poderosos do que bons momentos de ficção", como nos lembra Ondjaki no conto de abertura do livro, intitulado Buenos Aires. É esse movimento pelo mundo, por aeroportos e locais tão diferentes, que enriquecem o olhar do poeta nesses contos singelos e delicados como é sempre a escrita poética de Ondjaki. Uma viagem interessante por lugares, reais ou imaginários, nos quais também nós, leitores, nos perdemos e nos encontramos. Um texto poético e terno que nos aproxima mais uma vez do autor de Os da minha rua, um dos meus livros mais queridos do escritor. É sempre uma delícia ler Ondjaki.

Ondjaki. O céu não sabe dançar sozinho. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2014.

site: http://pipanaosabevoar.blogspot.com.br/2014/12/o-ceu-nao-sabe-dancar-sozinho.html
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