A arte de escrever

A arte de escrever Arthur Schopenhauer




Resenhas - A arte de escrever


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Roberto 15/11/2018

Culpado...
Ele aponta reflexões dolorosas, não apenas aos escritores mercenários, os quais segundo ele escreveriam sem amor, paixão ou compromisso sobre o que escrevem; mas que apenas e tão somente utilizariam a Literatura comercialmente e teriam por ela o mesmo apreço com que um peixeiro no mercado dedicaria à venda e manipulação do seu produto.

Ele vai além e critica os leitores compulsivos -- como eu --, que agiriam assim por não terem pensamentos próprios ou o que dizer; bem verdade que mais à frente na sua obra, o autor redime os aficionados por livros, como sendo em certa medida uma pré-condição também á criações futuras ou ao menos a pensamentos e reflexões próprias.

Reflete ainda sobre ao mundo acadêmico de seu tempo bem como censura o comportamento adestrado da maior parte dos intelectuais contemporâneos seus que priorizavam o conforto material e financeiro em oposição ao risco de desenvolverem pensamentos conflitantes com os do STABLISHMENT.
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Dandara 02/08/2018

Segundo o filósofo alemão Schopenhauer em ''A Arte de Escrever'', ler é prejudicial, pois você se aproxima da forma de pensar de outras pessoas, assim são chamados os eruditos, ao contrário dos gênios que passam mais tempo pensando e criando algo próprio. Para escrever é necessário ter o que dizer, por isso Schopenhauer tece críticas a filósofos famosos, como Hegel. É um livro com informações importantes, mas muito repetitivo e arrogante.
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Gabriel Marinho 29/07/2018

Metalinguagem da Crítica
Os textos presentes em “A arte de escrever” do Schopenhauer revelam um Escritor com tendências conservadoras e até elitistas, a busca pela perfeição da língua levaria a certas conclusões controversas, como o menosprezo ao papel que o tradutor tem de levar uma mensagem a alguém que não fala a língua nativa da obra, seja pela falta de oportunidade socioeconômica (como os “sapateiros” mencionados em um ponto do texto) ou por não fazer parte do público alvo da obra, nesse último com toda certeza ele discordaria de Antonio Gramsci quando esse disse “Todos os homens são filósofos”.
Schopenhauer fez duras críticas aos escritores prolixos e, da forma mais irônica que possa ser, o faz de forma verborrágica, muitas vezes soando quase como uma autocrítica que se mistura com o uso de metalinguagem para provar seu ponto.
Apesar da forma prepotente e até arrogante de se denunciar o grande problema das leituras de massa e do “grande esquema” das editoras em conjunto com seus autores é de grande importância a leitura do livro, certas reflexões são necessárias e muito atuais, textos de 1851 refletindo muito a realidade em que vivemos em pleno 2018 diz o que sobre nossa evolução como seres humanos, como “eruditos”? Durante a leitura me peguei fazendo claras comparações com livros de youtubers, por exemplo, totalmente redigidos por escritores fantasmas que importância tem esses livros? “pensar por si mesmo” deixou de ser algo importante na era em que tudo está a um clique de distância, mastigado e entregue de bandeja, o senso comum reina.
Dito isso, é uma compilação de textos importantes para se refletir qual o papel dos livros e a responsabilidade que o escritor tem, com sua língua, com seu escrito, com seu leitor, com a evolução da humanidade como ser pensante e intelectual. Ainda assim, se faz necessário mais de uma leitura, como o próprio Schopenhauer recomenda em certo trecho.
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Ocelo.Moreira 25/07/2018

Bastante Crítico e Polêmico
Bastante crítico e polêmico chegando até mesmo a beirar o radical. Muitas passagens ou citações do autor sobre a escrita, como escrever, ler, etc., durante todo o livro são interessantes como exemplo,
"Da mesma maneira, só chegará a elaborar novas e grande concepções fundamentais aquele que tenha suas próprias ideias como objetivo direto de seus estudos, sem se importar com as ideias dos outros" (...), já outras são bastante polêmicas ou mesmo radicais que não merecem ser mencionadas aqui!

Confesso que compreendo o autor em parte quando ele diz sobre o surgimento banalizado de autores sem grandes ideias ou sem originalidade. Ou quando ele crítica os que não valorizam os grandes mestres ou exemplos do passado como os autores originais e brilhantes.

Enfim, é um livro interessante que vale a pena lê-lo para se ter uma reflexão sobre os tempos modernos ou melhor dizer, sobre os autores modernos, sobre sua escrita, sobre o que se ler e sobre o que se escreve hoje em dia.
Isso sem falar que Schopenhauer condenava o excesso de leitura, ou seja, segundo ele a leitura em demasia impedirá qualquer autor de ser criativo ou de pensar por si mesmo!
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GeanPerius 20/03/2018

Livro chato.
Schopenhauer destilou sarcasmo e ironias neste livro, porém do começo ao fim ele leva nesta mesma cadência, tornando o texto moroso e muito chato.
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hanny.saraiva 09/03/2018

20/50 sobre a arte de escrever
Algumas ideias são atemporais e outras prepotentes, tipo dá para levar em consideração 20% do que ele diz.

Citações preferidas:
– A primeira regra do bom estilo, uma regra que praticamente se basta sozinha é que se tenha algo a dizer.
– Um bom escritor, rico em pensamentos, conquista de imediato entre seus leitores o crédito de ser alguém que, a sério, realmente tem algo a dizer quando se manifesta; é essa a atitude que dá ao leitor esclarecido a paciência de segui-lo com atenção.
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Lara.Rastrello 14/12/2017

Quando lia o texto me lembrava do livro pedagogia da autonomia, ou seja, ele repete...repete...e assim vai. O que um intelectual faz quando tá com raiva dos "miguxos"?!!! Schop escreveu um livro para falar mal de Hegel, Fitch, Scheler. O livro possui partes interessantes como a discussão de etimologia... e a defesa de Goethe ( sobre a teoria das cores). Acredito que ele tenha mais sentido e seja mais apreciado por conhecedores da filosofia de Schopenhauer.
Rodrigo Ronan 21/01/2018minha estante
Essa parte sobre a tese de Goethe deve ser muito interessante .


Lara.Rastrello 24/01/2018minha estante
Ainda quero ler o artigo que discute a teoria das cores..hehehehe Newton, Goethe e Schopenhauer sobre as cores:
entre qualidade e quantidade*




Douglas 04/09/2017

A Arte de Escrever
Um compilado de estudos de Schopenhauer sobre o ato de os hábitos de escrever. Cinco ensaios curtos compõe esta publicação, e foram os primeiros escritos do filósofo alemão que li.

Apesar do livro ser curto, sua densidade é imensa, e espalhados entre seus ensaios existem muitos pontos dos quais alguns concordei e outros não vi mais sentido. O livro é escrito sobre a ótica do que se passava na literatura alemã na época, e Schopenhauer - sendo um purista assumido - não tolerava neologismos ou opiniões que fossem de encontro ao conhecimento embasado das ciências. O que, ao meu ver, é um pensamento extremamente pobre sobre o progresso do conhecimento. Não que todas as novas teses que se levantam são válidas, mas se alguma for, o esforço - na minha visão - é válido.

Em contra-partida, existem argumentos em seu texto muito pertinentes, sua crítica para com toda e qualquer tradução (principalmente de poemas) é partilhada por mim e, o interessantissimo capítulo no qual ele julga os falsos eruditos vale a leitura.

Um livro que faz o que seu autor tanto prezava: leva o leitor a questionamentos válidos, faz de "A Arte de Escrever" um livro essencial para qualquer um que queira ser um bom escritor. Ou leitor.
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Luciano.Ribeiro 18/08/2017

A arte de escrever.
Um de meus livros favoritos. Schopenhauer escreve tão bem, especialmente este livro, que tem todo credito para fazer uma critica literária. Critica, principalmente, a enrolação dos escritores alemães, especialmente hegel e os hegelianos. Vale muito a pena ler e reler.

site: twitter.com/luceano
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Priscila 30/07/2017

Muito bom livro para amantes da literatura e para quem pretende escrever. Nos faz refletir em como escrever com originalidade e nos alerta para alguns vícios de estilo. Porém tenho algumas breves ressalvas, mesmo sabendo que o autor claramente tece uma crítica bem temporal ao escritores de sua época, pareceu-me que ele mesmo pecava em repetir várias vezes as mesmas críticas e acabava sendo redundante, algo que ele tanto depreciou ao longo da obra. Cheguei a pensar que ele fez uma pegadinha com seus leitores querendo demonstrar ele mesmo como pode ser massante ler algum autor prolixo.
No mais indico o livro para todos os interessados na literatura e filosofia.
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Luiza 28/07/2017

Filósofos são Rabugentos
Não me levem a mal, mas é quase que um dever do filósofo ser rabugento. Isso não é algo necessariamente negativo. A cada vez que alguém para para contestar alguma concepção social já estabelecida, ela acaba por vezes sendo rabugenta para o resto do mundo.
A Arte de Escrever é dividido em capítulos e esses capítulos por sua vez divididos em seções. Schopenhauer pontua diversos aspectos referentes às formas de escrever de escritores alemães contemporâneos à sua época. Ele defende que a escrita precisa ser objetiva, de seu ponto de vista, escritores que escrevem de maneira complicada para o leitor, são cansativos e na verdade não possuem ideias próprias e precisam recorrer ao estilo para atribuir algum valor às obras (ou tentar). Critica duramente escritores que se prestam a escreverem livros pensando somente no benefício financeiro, sem acrescentar nada de fato à sociedade, isso é o que ele chama de modismos.

Além da estilística, Arthur também pontua que muitos escritores tentam, como ele diz, "economizar o espaço de algumas letras" e criam novas expressões que empobrecem o vocabulário dos alemães, pois grande parte dessas expressões "econômicas" não expressam com precisão as ideias.
Para quem já leu 1984 é possível traçar um paralelo das ideias de Schopenhauer com o que acontece na distopia de Orwell, em que o governo se utiliza de uma reformulação gramatical para controlar o pensamento dos cidadãos, respaldado pela ideia de que quanto menos palavras se conhece, menor a capacidade de pensar em coisas que fossem contra o regime.

O texto é de leitura muito fluída, e creio que, por termos um idioma tão rico quanto o alemão, podemos extrair os conceitos de maneira bem próxima do que Schopenhauer queria dizer em sua obra original.
Altamente recomendável para amantes de idiomas e linguagens, e rabugentos como eu e o próprio Schopenhauer.
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Gabriel.Silva 02/05/2017

Essas citações dizem por si só o quão maravilhoso é este livro:

"Não existe felicidade maior na terra do que aquela que um espírito belo e produtivo encontra em si mesmo nos momentos felizes."

"Antes de tudo há dois tipos de escritores:aqueles que escrevem em função do assunto e os que escrevem por escrever. Os primeiros tiveram pensamentos,ou fizeram experiências,que lhes parecem dignos de ser comunicados; os outros precisam de dinheiro e por isso escrevem, só por dinheiro.Pensam para exercer sua atividade de escritores . É possível reconhecê-los tanto por sua tendência de dar a maior extensão possível a seus pensamentos e de apresentar meias-verdades,pensamentos enviesados,forçados e vacilantes,como sua preferência pelo claro-escuro,a fim de parecerem ser o que não são. É por isso que sua escrita não tem precisão nem clareza. Desse modo,pode-se notar logo que eles escrevem para encher o papel."

"Seria uma vantagem inestimável se,em todas as áreas da literatura,existissem apenas alguns poucos livros,mas obras excelentes. Só que nunca se chegará a tal ponto enquanto houver honorários a serem recebidos. Pois é como se uma maldição pesasse sobre o dinheiro: todo autor se torna um escritor ruim assim que escreve qualquer coisa em função do lucro."

"A condição deplorável da literatura atual, dentro e fora da Alemanha,tem sua raiz no fato de os livros serem escritos para se ganhar dinheiro. Qualquer um que precise de dinheiro senta-se à escrivaninha e escreve um livro,e o público é tolo o bastante para comprá-lo. A consequência secundária disso é a deterioração da língua."

"Sempre que possível,é melhor ler os verdadeiros autores,os fundadores e descobridores das coisas,ou pelo menos os grandes e reconhecidos mestres da área. E é melhor comprar livros de segunda mão do que ler conteúdos de segunda mão."

Nunca um livro relatou com tamanha precisão a literatura atual,apesar de ser antigo esse livro,traz algo à pensar e refletir,essa história mostra de uma forma atual os livros de hoje em dia,não diria só da Alemanha, mas porque não do Brasil ? Os famosos livros de youtubers,booktubers e tantos outros que só querem lucro e marketing. O que vale pensar é sempre o conteúdo da história, o ensinamento. É lamentável pensar que a literatura se tornou algo que só gira em torno de lucros,vendas e o conteúdo de tal livro deixa a desejar. Não importa o tempo em que o livro foi escrito, o que importa é se ele vai permanecer ou não, ou se tornará imortal ou não. Muitos tem receio por exemplo com os livros clássicos, mas eles são atemporais e imortais, esse tipo de livro traz realmente um conteúdo abrangente, não que eu tenha preconceito com os livros da atualidade, alguns são bons, mas são a minoria. A qualidade de uma obra sempre será o conteúdo. Super Recomendo a leitura de ' A arte de escrever' !
Magasoares 20/03/2018minha estante
Resenha maravilhosa... Deu até vontade de ler o livro.




Bru 30/04/2017

A escrita e a leitura: atividades que vão além da esfera prazerosa
O livro A Arte de Escrever reúne cinco ensaios dentre os muitos em que o filósofo alemão Arthur Schopenhauer destinou para sua aclamada obra Parerga e Palipomena. Os textos que compõe esta coletânea tratam de maneira significativa ás críticas e reflexões de Schopenhauer acerca da literatura, do ofício da escrita, da leitura e do pensamento. São eles: “Sobre a erudição e os eruditos”, “Pensar por si mesmo”, “Sobre a escrita e o estilo”, “Sobre a leitura e os livros” e “Sobre a linguagem e as palavras”.
Ainda que esses ensaios tenham sido escritos em um contexto e em um período diferente dos tempos atuais, as críticas de Schopenhauer sobre o universo da leitura são muito reais e vívidas. Em um dos primeiros parágrafos do capítulo, “Sobre a erudição e os eruditos”, o filósofo trás á tona a questão de que as pessoas não sabem diferenciar a informação da instrução. Para ele, o excesso de leitura também dificulta o processo do aprendizado e da reflexão, ou seja, estaríamos privando a mente por não exercitá-la com nossos próprios pensamentos e isso impediria o caminho para a compreensão. Além disso, Schopenhauer faz uma avaliação rigorosa dos falsos eruditos; escritores que exercem o ofício somente por interesse e não por amor, o que resulta em uma escrita complexa e de pouco entendimento para o leitor.
Um quesito importante para o filósofo é a forma que pensamos e organizamos nossos pensamentos. Segundo Schopenhauer, o pensador deve ele mesmo iniciar suas próprias concepções, para sozinho desenvolvê-las e concluí-las. Os livros seriam um artifício já existente para a afirmação dessas ideias e não um substituto do pensamento. Neste caso, o autor também faz uma diferença daqueles que são os verdadeiros filósofos dos meros eruditos, visto que os primeiros sempre buscam uma compreensão autônoma das coisas, enquanto que os outros são dependentes da leitura e do raciocínio dos grandes intelectuais.
Do mesmo modo que há uma crítica veemente no que diz respeito á estilística dos escritores, pois para ele muitos escrevem de forma confusa, rebuscada e prolixa, Schopenhauer ainda manifesta sua indignação em vista da extinção do latim como língua, para a assimilação das literaturas em gerais, em razão do idioma alemão. Nesse contexto, o filósofo analisa que os escritores, ao deixarem de lado as línguas clássicas, retirariam o que há de mais importante nas palavras destas ao se fazerem traduções. Cada idioma tem sua característica peculiar e uma significação distinta para seus códigos e, por isso, Schopenhauer vê que as obras ao serem traduzidas, tornam-se demasiado imperfeitas, em que o leitor perde a conexão essencial que dada literatura pode fornecer para ele.
Em suma, é interessante notar que todo o conjunto da Arte de Escrever se completa e se fecha em um ciclo, pois o autor faz uma retomada de cada aspecto analisado para iniciá-la outra vez. Em comparação á época em que foi escrito, o livro aguça a realidade da nossa sociedade contemporânea, pois nos ajuda a refletir em como não há um tempo para ler ou escrever por prazer. Dessa forma, Schopenhauer com seu humor ácido e sua nítida filosofia pessimista, reflete que o ato da escrita e da leitura devem sim ser feitos com paixão, mas que é primordial fazê-las com cuidado e dedicação. Através disso, o escritor poderá ter resultados satisfatórios em relação aos seus leitores, o que irá proporcionar uma “imortalidade” para sua obra, a fim de que as gerações posteriores usufruam desse legado benéfico e único.
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Paulo Silas 01/01/2017

Nesta antologia de ensaios de Schopenhauer, os quais foram extraídos de "Parerga e Paralipomena", o leitor poderá contar com reflexões críticas do filósofo acerca do ofício da escrita. Não apenas sobre a escrita em si, mas também de questões atinentes à leitura, aos estudos, as palavras, a erudição e sobre o exercício do pensar. Enfim, muito do que é atrelado à escrita e leitura, recebem os comentários críticos do autor, o qual não se prende pela cordialidade ao tecer os seus dizeres.

"Sobre a erudição e os eruditos", primeira parte da obra, contém ácidas críticas contra os que se inflam de saberes pelo mero ato de reunir conhecimento para si. Para o autor, tornar-se um erudito impossibilita a pessoa de que pense por si mesma, sendo justamente tal o tema do capítulo seguinte, "Pensar por si", onde se disseca essa questão do pensamento próprio, quando é dito que pessoa deve ter um tempo para pensar e refletir por si mesma ao invés de ocupar cada instante de seu tempo obtendo conhecimento pela leitura.
O livro segue com "Sobre a escrita e o estilo" e "Sobre a leitura e os livros", onde o filósofo trabalha com a exposição da forma de se dizer as coisas através da escrita. As críticas fortes se dão contra modos pomposos, indiretos e prolixos com os quais os autores dizem sem dizer, ou seja, técnicas de escrita onde se preza mais pela "enrolação" do que pelo dizer aquilo que precisa ser dito. O reflexo de tal questão é também explicado quando pela leitura o leitor acaba se cansando desse tipo de escrita.
Sobre os livros, Schopenhauer se insurge contra a literatura ruim. Para o autor, a maioria dos livros disponíveis no mercado, na biblioteca, nas academias, seriam indignos de existirem, pois seriam pobres de espírito. Sendo o tempo curto para todas as pessoas, não poderia se perder tempo com leituras ruins.
No último capítulo, "Sobre a linguagem e as palavras", os comentários do autor se dão justamente sobre a linguagem, de modo que críticas e explanações com relação a gramática, ortografia, palavras e línguas se fazem presentes.

É um bom livro. Tenho discordâncias com alguns pontos levantados pelo autor. Com relação a leitura, por exemplo, Schopenhauer dá muito descrédito a quem o faz "sempre que possível", pois isso alienaria o pensamento da pessoa. Estou longe de ver a questão assim - e acho difícil que Schopenhauer tenha lido poucos livros. É pela leitura de livros que temos acesso ao pensamento de outros, os quais nos fornecem substratos para orientação, reflexão, confronto e possibilidade de se posicionar. Ninguém parte do zero. Sei que a posição do filósofo não é radical, mas ele insiste muito nessa parte de que a leitura atrapalharia o raciocínio próprio. Discordo. No mais, tem-se várias críticas cabíveis - todas muito bem construídas, vale destacar. Dentre outras questões que também valem mencionar, há o louvor do autor pela língua alemã e insatisfação para com outras europeias, sendo que essas seriam "meros dialetos" indignos de crédito.
Em Schopenhauer também vemos que a crítica conta a academia e um certo desleixo de professores e alunos já é antiga. A denúncia em tal sentido é digna e relevante.
Vale muito a leitura!
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Davenir - Diário de Anarres 07/08/2016

Faz pensar sobre a leitura e a escrita
"A arte de escrever" é uma seleção de textos de sua obra "Parerga und Paralipomena" que abrangem a escrita e a leitura de livros. Em meio as considerações do autor uma crítica vigorosa aos eruditos de sua época que também pode ser feita ao meio acadêmico do nosso tempo. Schopenhauer diferencia (no melhor estilo velho rabugento) a leitura do pensamento, classificando os eruditos que leem muito do que se produziu de conhecimento mas não tem pensamento próprio. Denuncia o consumo de literatura "do momento" e não poupa editores e resenhistas do seu tempo. Também critica as traduções e o pedantismo desnecessário na escrita.
Dei 5 estrelas, não por concordar com tudo que ele disse, mas por cumprir com sua função de fazer pensar. Vale a leitura!
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