Bruna.Tuma 29/04/2019
Magonia
Magonia | Maria Dahvana Headley
Aza Ray nasceu com uma estranha doença incurável que faz com que o ato de respirar se torne mais difícil. Aos médicos só resta prescrever medicamentos fortes na esperança de mantê-la viva. Quando Aza vê um misterioso navio no céu, sua família acredita que são alucinações provocadas pelos efeitos do medicamento. Mas ela sabe que não está vendo coisas, escutou alguém chamar seu nome lá de cima, nas nuvens, onde existe uma terra mágica de navios voadores e onde Aza não é mais a frágil garota enferma. Em Magônia, ela não só pode respirar como cantar. Suas canções têm poderes transformadores e, através delas, Aza pode mudar o mundo abaixo das nuvens.
Confesso que eu estava muito empolgada para ler esse livro. A capa por si só já havia me chamado muito a atenção, pois é uma das capas mais bonitas, na minha opinião, de livros que foram lançados nos últimos anos. É místico, é simbólico e é fantasioso. Parecia ser tudo o que eu sonhava em um livro. Quando o vi em um sebo em uma de minhas saídas com a Ciih, tive a oportunidade de ler seu início com calma e me apaixonei. Comprei na hora, felicíssima por ter conseguido achá-lo barato e em inglês.
E olha que minha felicidade até que foi duradoura, isto é, até o momento em que Aza vai para Magônia. Achei incrivelmente entediante os pontos de vista dela no mundo “lá em cima”. O que salvou um pouco o livro e me fez terminá-lo foi a busca de seu melhor amigo humano em descobrir para onde ela foi e encontrá-la. Achei que poderia ter sido muito mais explorado esse mundo que Headley tentou esboçou. A premissa da história tinha tanto, mas tanto potencial, e acho que a trama ficou bastante corrida e rasa. Quando você descobre o que Aza é e qual é o seu destino, você acaba, talvez, criando expectativas grandes demais. E, ao menos durante minha leitura, eu fui decepcionada talvez por tamanhas expectativas.
Talvez se Headley tivesse detalhado um pouco mais sua jornada, fizesse Aza ter uma personalidade um pouco mais marcante ou simplesmente ter desacelerado um pouco seu ritmo, a história poderia ter sido um pouco mais prazerosa. Contudo, contraditoriamente, achei chata as partes narradas por aquela que deveria ser diferente do usual, e interessante (ao menos mais interessantes que sua contrapartida) a parte narrada por quem é apenas um humano qualquer.
Recomendo? Recomendo. Não é em todo ruim, mas como disse, poderia ter sido algo extraordinário, pois realmente as ideias de Headley são bastante originais. Por isso, Magônia acabou sendo, para mim, uma decepção e, de certa forma, um desperdício de uma boa ideia.
2.5 / 5
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