A Biblioteca à Noite

A Biblioteca à Noite Alberto Manguel




Resenhas - The Library at Night


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Coruja 12/11/2020

Livros para ter à cabeceira
Li em sequencia vários livros do Manguel esse ano, mas chamo a atenção para dois que são perfeitamente complementares (deveriam ser lidos num único volume até!)

"A Biblioteca à Noite" usa como mote o trabalho de Manguel em organizar sua biblioteca após se mudar para a França para expandir o tema para bibliotecas de uma maneira geral - e o papel que elas têm na sociedade e na História. É o mesmo padrão seguido em "Packing my Library", só que no caminho inverso, com o autor encaixotando e desmontando essa biblioteca para outra mudança.
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"Todo bibliotecário é, até certo ponto, um arquiteto. Ele constrói a coleção como um conjunto que o leitor tem que encontrar o caminho, descobri a si mesmo e viver."
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Sei alguma coisa sobre empacotar sua biblioteca para uma mudança (embora a minha nem de longe se assemelhe aos mais de trinta mil títulos dele) e depois desempacotá-la, pensar em maneiras de arrumar os livros nas prateleiras e se perder em espirais de pensamentos aleatórios e livres associações entre títulos, autores, eventos históricos ou pessoais. Então, sim, eu me identifiquei com os dilemas de leitor do Manguel, suas reflexões sobre livros, leitores, colecionadores, bibliotecas.

Ele tem um talento enorme de misturar suas impressões e experiências pessoais com referências históricas e questões mais gerais, de forma que seu texto é uma autobiografia, um manifesto de amor à literatura, uma coletânea de pensamentos filosóficos e algo sobre a história e evolução dos livros. A paixão dele, e sua maneira de envolver o leitor, fazem com que tenhamos vontade de refletir sobre nossas próprias histórias com nossas bibliotecas e compartilhá-las também. Eu confesso que, após terminar os dois livros, fui me colocar diante da estante, passando os dedos pelas lombadas, lembrando de como eles chegaram até mim e sonhando com a minha biblioteca perfeita (que provavelmente se estenderia por toda a casa e mais um pouco).

O interessante disso é que, como já dito, os dois livros se complementam perfeitamente: "A Biblioteca à Noite" segue a chegada à casa no interior da França e a organização da biblioteca no velho celeiro medieval e "Packing my Library" é o autor precisando empacotar tudo para se mudar de novo - primeiro para um pequeno apartamento em Nova York e depois para Buenos Aires -, sabendo que não terá espaço para levá-la consigo (razão para o subtítulo do livro ser “uma elegia e dez digressões”).

Manguel me lembra muito o estilo de Umberto Eco (que foi minha primeira grande paixão em crítica literária): sua impressionante erudição, a vivacidade de suas memórias, e o genuíno entusiasmo fazem com que você tenha vontade de visitar todos os lugares mencionados, ler todas as referências citadas, e, mais que tudo, beber um café (ou outra bebida de sua preferência) na companhia do autor.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2020/11/livros-de-cabeceira-para-se-desconectar.html
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