Absolutamente nada

Absolutamente nada Robert Walser




Resenhas - Absolutamente Nada


5 encontrados | exibindo 1 a 5


arthur966 28/06/2021

não estou vivo, ele grita, e não sabe para onde voltar os olhos, mãos, pernas e respiração. um sonho. não tem nada aqui. não quero sonhos.
comentários(0)comente



mateuspy 27/10/2020

Alguém um dia me indicou essa
obra na livraria em que trabalho. E, por confiança na pessoa ou por me entusiasmar com o entusiasmo alheio, coloquei na minha lista de livros. Um ano depois, comprei. Há poucas semanas, peguei para ler, despretensioso, em busca de contos. Amor, foi amor o que sucedeu aquelas primeiras leituras. Estou apaixonado pelos contos do Walser, pelo uso dos adjetivos, pelo humor e ironia. Sinto que consigo ver o que na literatura dele atraiu Kafka, e o que dela o autor da Metamorfose extraiu. Enfim, leiam e se apaixonem também pelos narradores de Robert Walser!
comentários(0)comente



Gustavo.Romero 24/12/2018

Walser e o deslocamento constante
Para quem admira, como é meu caso, Dostoiévski e Kafka, a leitura de Walser é obrigatória, porque reproduz tanto o estranhamento do indivíduo com relação a si próprio o deslocamento de seu próprio destino. Portanto, a leitura dessas histórias curtas de Walser, um tanto insólitas, deixam ao final uma profunda sensação de estranheza e vazio melancólico.
Se dividirmos o livro em "duas partes", utilizando como meridiano o período da Primeira Guerra, o curioso resultado é de que um autor que, a princípio, não escrevera diretamente sobre a repercussão bélica, percebera a sutileza da mudança de ânimos da humanidade. Na primeira "parte", vemos histórias que lidam com a crescente insignificância do ser humano em seu meio, rebento da tão ostentada modernidade do século XIX e início do XX - recomendo aí as histórias "Viagem de balão " e "A rua". Essa primeira parte é que mais diretamente remete ao deslocamento kafkiano. Na segunda "parte", essas histórias tornam-se ainda mais insólitas e "avulsas", despropositadas, sem nexo, resultados individuais do colapso coletivo da primeira parte. Não restara outra atitude a Walser que recorrer à descrição da insignificância- afinal, numa humanidade destroçada, há algo de humano a se descrever? Destacam-se aí as histórias "O macaco" e "A coruja", que tornam indistinguíveis os humanos dos demais animais (a "morte da razão"), além do sombrio "História de aldeia", em que Walser admite, não por acaso, ser "a primeira vez que, em meus escritos, alguém é obrigado a agonizar" (p. 135). Nessa segunda parte nos aproximanos da tônica dostoievskiana, do indivíduo que foi cindido de si próprio com tal violência que só lhe resta a fuga do "normal" e o refúgio da "loucura" (histórias "O aviador" e "Uma espécie de discurso"). A síntese está no belíssimo "Pensamentos sobre Cezanne" que encerra a coletânea sugerindo, através de uma magnífica análise do pintor francês, de que frente à violação das subjetividades só nos resta a fuga para a singularidade dos objetos.
comentários(0)comente



Aguinaldo 20/11/2016

absolutamente nada
Só conhecia o Robert Walser da jornada infernal de "Jakob von Guten", que atormentou-me por meses. Já as narrativas de Robert Walser reunidas neste "Absolutamente nada" por Sergio Tellaroli são igualmente tensas, talvez até um bocado mais enigmáticas. Parecem registros de sonhos amalucados, trechos de divagações de difícil entendimento, mas ao mesmo tempo são cheias de vigor e beleza, algo musicais, sempre irônicas, que estimulam o leitor a mil associações e tentativas de compreensão. Registro aqui o livro como de contos, mas as narrativas tem várias vocações distintas. Algumas se deixam ler mesmo como contos, invenções, mas há ensaios filosóficos, esquetes teatrais, discursos, reflexões irônicas sobre a vida e o destino de todos nós, os homo sapiens sapiens. São 41 histórias, produzidas originalmente para jornais e revistas, publicadas entre 1907 e 1929, e reunidas em livro ainda durante sua vida (ele morreu em 1956). As histórias são em geral curtas. Dependendo do tema podemos apenas vagamente inferir se ele está sendo brincalhão ou tentando mesmo apresentar um tema árido com palavras ora simples ora rebuscadas, como se fosse um bufão que apresentasse um seminário formal ou tese. Alguns descrições de caráter lembram coisas do Elias Canetti (como por exemplo aquela série de perfis bizarros traduzida no Brasil por "O todo ouvidos"). Outras parecem transcrições dos diários de homens loucos (ou de um cientista que estudasse homens loucos). Talvez, mais apropriadamente, seja apenas o resultado engenhoso de um autor realmente criativo, inventivo como poucos. Vale.
[início: 15/08/2016 - 21/10/2016]
"Absolutamente nada e outras histórias", Robert Walser, tradução de Sérgio Tellaroli, São Paulo: editora 34, 1a. edição (2014), brochura 14x21 cm., 168 págs., ISBN: 978-85-7326-583-5 [edição original: Sämtliche Werke in Einzelausgaben in zwanzig Bänden, Jochen Greven (org.) (Zürich/Frankfurt: Suhrkamp) 1985-86, after Select Stories / Christopher Middleton (org.) (New York: Farrar, Straus & Giroux) 1982]

site: http://guinamedici.blogspot.com.br/2016/11/absolutamente-nada.html
comentários(0)comente



Marcelle 02/08/2016

Walser narra as pequenas coisas da vida de forma grandiosa. Através de repetições e ironias, deixa o leitor atento para os detalhes de ser humano e o desafia, constantemente, a ultrapassar as aparências. Há uma crítica refinada à vida moderna entre situações que, à primeira vista, parecem corriqueiras ou totalmente inusitadas. Dizem que Benjamin era um de seus admiradores... Confesso que, vez ou outra, influenciada por tal informação, encontrava as teses sobre o conceito de história por ali rs,
comentários(0)comente



5 encontrados | exibindo 1 a 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR