Mariana Dal Chico 07/03/20242.5 estrelas
A mão do autor e a mente do editor” de Roger Chartier foi publicado pela @unespeditora com tradução de George Schlesinger.
Aqui o autor vai voltar no tempo, para logo após a invenção da prensa móvel de Gutenberg para esmiuçar as etapas do texto desde a concepção do autor, até sua versão finalizada impressa.
Entre os séc. XV e XVII o texto entregue pelo autor era modificado pelo amanuense profissional que fazia o “cópia limpa” a ser enviada para o censor que também poderia alterar o texto. Se liberado, o texto seguia para as oficinas, onde o editor de cópia fazia modificações no texto e inserção de pontuação - pouquíssimos autores pontuavam os próprios escritos 🤡 - , o texto seguia para a gráfica onde os compositores alteravam o texto de acordo com a diagramação desejada, muitas vezes suprimindo ou acrescentando frases.
Em alguns casos - principalmente na Espanha -, os censores conferiam o “manuscrito limpo” com a cópia impressa e muitas vezes arquivavam o manuscrito limpo. Mas na maioria das vezes, os manuscritos eram descartados assim que terminava a impressão. Por isso é tão difícil encontrar manuscritos assinados que datam de antes de 1750.
Poucas vezes o próprio autor fazia a revisão do texto finalizado.
Foi uma leitura interessante, aprendi alguns fatos novos, mas achei um pouco repetitivo.
Esperava mais conteúdo sobre a relação de autor e editor.
“Numa época em que os autores geralmente recebiam apenas exemplares de seus trabalhos, os tradutores de Paris foram os primeiros a serem pagos em dinheiro.” p.181
Ah! Fãs de Shakespeare e “Dom Quixote” de Cervantes, vão encontrar muitos fatos interessantes sobre a escrita e publicação dessas obras.
- exemplar recebido de cortesia da editora
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