Rodrigo30Horas 28/07/2020
A História de Portugal é passado, presente e presságio para todas as suas ex-colônias
Compreender Portugal... De sua origem imemorial quando celtas ainda lutavam com fenícios que invadiam o território ibérico, vindos da atual Tunísia; ou quando a islamização do Sul da península mudou os hábitos da agricultura mediterrânea, por volta do século VIII; passando por todo o domínio do império romano, as invasões barbaras/visigóticas, os constantes embates com Castela; até o domínio das navegações e o estabelecimento do império ultramarino; as invasões napoleônicas, sua relação de extrema dependência de suas colônias na América e África (e, mais tarde, na Ásia); o terrível terremoto de 1755; e a eterna e questionável – mas, não menos importante – “parceria” com a Coroa Inglesa; o declínio das colônias; a luta entre conservadores e liberais; os reformadores e a contrarreforma como quase uma certeza histórica da alma de Portugal; o flerte com o fascismo e a ditadura Salarzarista; a entrada na União Europeia e o quase “naufrágio” de um país pobre e desindustrializado – depois de toda a riqueza extraída, em épocas de império – quase aos moldes do que viveu sua “conterrânea de continente”, geograficamente oposta, Grécia...
A História de Portugal é riquíssima – como costuma ser a História de praticamente todos os povos – mas, o que a tira do lugar comum é o fato de que Portugal foi uma das entidades mais importantes da História mundial, quando expandiu o Velho Mundo através de suas naus para a América, a África e a Ásia. Cheio de detalhes que explicam TANTO a realidade brasileira, diversos são os episódios de lá que têm par por aqui; os erros crassos da Portugal do século XX ainda ocorrem no Brasil do século XXI.
Conhecer a História de Portugal é, para um brasileiro, como olhar num espelho mágico que conta de onde viemos (enquanto nação e não obstante a fusão [não sem enorme violência e horror] com a História de povos africanos e nativos), por onde passamos, e para onde parecemos ir, tendo em vista a cultura-base de nossa nação (inegavelmente, herdamos a lógica política e organizacional do Estado e das instituições portuguesas), e as escolhas - ora inovadoras, ora infelizes - do povo que fundou o Brasil como o conhecemos e que tem boa parte de seu modo arraigado em nós, para o bem e para o mal.
A leitura que David Birmingham nos traz é de facílimo acesso, mesmo para os que não gostam tanto assim de História, e "varre" os diversos períodos, desde as eras nômades da Europa, até o começo da segunda década dos anos 2000, em uma Portugal já integrada à zona do Euro.
Não torna ninguém em exímio conhecedor de Portugal e de sua história de quase mil anos – considerando como marco de individualização nacional na virada do século XI para o XII, quando "Portugal" – nome que Henrique da Borgonha (FRA) deu a região de Porto, a qual dominava – passou a ser um reino. Seu foco, inclusive, é maior na definição do "Portugal moderno", período que se inicia por volta de 1640, com o processo de independência do reino de Castela (atualmente, Espanha).
Mas, ajudará o(a) leitor(a) a compreender os movimentos sociais, históricos, as relações conturbadas entre Aristocracia, Igreja, Militares, Comerciantes, Agricultores (...); e de tudo aquilo que serviu e serve de base para o Portugal que conhecemos, hoje.