Maria - Blog Pétalas de Liberdade 22/05/2015Mais do que eu esperava. Narrado em terceira pessoa, o livro conta a história de Anna, uma brasileira que, aos 26 anos, morava em Nova York, dividia um apartamento com sua melhor amiga, quase uma irmã, Pat. As duas eram professoras em um curso de idiomas, além de darem aulas particulares.
Anna gostava muito de ir ao teatro, numa dessas idas, ela conheceu Joel e ficou encantada por ele. Mas ela não se achava o tipo de mulher por quem um homem tão bonito se interessaria. Anna sempre esteve acima do peso, por isso, teve poucos relacionamentos, de forma que ainda era virgem.
Por obra do destino, Joel e ela voltaram a se encontrar e, para surpresa e felicidade de Anna, Joel havia sim ficado muito interessado por ela, tanto que propôs um acordo: ele seria o seu primeiro homem e lhe ensinaria tudo sobre sexo, mas desde que ela não esperasse que a relação dos dois se transformasse em um namoro ou que houvesse um sentimento mais forte entre eles. Joel era muito misterioso, um advogado que vivia viajando.
Se era isso que ele tinha para oferecer, Anna aceitou, mas ela já estava apaixonada por Joel. E é entre as idas e vindas do casal que a história se desenrola, com Anna tentando descobrir por qual motivo Joel não quer um relacionamento com ela: ele teria vergonha de seu peso, seria casado ou, quem sabe, um criminoso?
"Não poderia ser mais irônico. Um homem que Anna adoraria prender pelo estômago teria que cozinhar, para que ela não passasse fome." (página 73)
Quando a autora entrou em contato comigo, perguntando se eu gostaria de ler e resenhar Maior que Tudo, a ideia que eu tinha do livro era bem diferente do que ele realmente é. Pela capa coloridinha, eu espera um chick-lit bem leve, mas a história é mais que isso.
Uma mistura de chick-lit com romance erótico, Maior que Tudo é uma história divertida, bem construída e uma boa leitura, que me surpreendeu ao fugir do clichê: o segredo de Joel, a justificativa para as ações dele, foi algo que eu não poderia prever, o que fez com que eu gostasse mais dos personagens e admirasse a criatividade da autora. Acho que se mais pistas sobre esse segredo tivessem sido dadas ao longo da trama, se houvesse um foco maior no personagem Joel, já que a narração era em terceira pessoa, a história poderia ter ficado ainda mais interessante e eu não teria ficado tão desconfiada sobre ele, mas teria me apaixonado pelo Joel bem antes do final, onde me vi super conectada aos personagens.
"Sem problemas, sem notícias do mundo e sem influências externas, qualquer relacionamento pareceria perfeito, mas ela sabia que não havia tal coisa e que dentro do mundo real, o que eles tinham não podia ser chamado de relacionamento, muito menos considerado perfeito." (página 79)
Algumas vezes, fico com um pé atrás quando um autor nacional decide ambientar sua história em Nova York, mas no caso da A. J. Ventura, o resultado foi muito bom, ela construiu um bom cenário para a trama.
"- Mas Anna, isso tudo faz parte de qualquer relacionamento. Você tem que fazer sua parte e esperar que ele esteja na mesma página que você. Que queira o que você quer. A gente só entra em um relacionamento sem bagagem nenhuma, uma vez. Depois disso, a gente sempre carrega os fracassos, acertos, erros e mágoas do passado. Você não sabe o que ele tem de bagagem, o que ele já passou. Vocês precisam se conhecer melhor. Combinar, ser bom na cama é ótimo, mas infelizmente não é tudo. Vocês precisam saber se combinam fora dela também." (página 96)
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