Tamirez | @resenhandosonhos 21/08/2018Cidade SubmersaCidade Submersa é uma distopia juvenil e com uma linguagem super fácil de ser entendida entre os jovens. Ele é recomendado a partir de 9 anos e acho que serve como uma indicação muito positiva para iniciar crianças na leitura, não sendo uma opção tão óbvia e como um livro único, que normalmente é uma raridade.
Pra mim, enquanto leitora mais adulta, é óbvio que a história se enfraquece, mas entendo o propósito do livro e tentei aprecia-lo dessa forma. A escrita de Abela é super fluída e o livro é muito rápido de ler. Há várias crianças e ficamos curiosos para descobrir onde toda essa história vai levar conforme vemos esse novo garoto e seu aerotropo ser inserido, bem como a apresentação da gangue, do pechinchão e depois as descobertas do cientista e até de um possível monstro submarino. Como tudo isso vai se conectar?
“- O Skelene está chegando. Um monstro marinho.”
O mundo pode soar um pouco surreal, mas é bastante palpável e acho que a chave da história está em por as crianças como personagens principais. Talvez, na imaginação de algumas delas aquela situação fosse ser uma aventura se não fosse real, mas infelizmente é a situação atual deles. Cada um dos personagens tem a sua história e aos poucos vamos descobrindo como cada um deles se juntou ao grupo.
Não há grandes desenvolvimentos com relação ao aprofundamento das personalidades, as informações e teorias também são rasas, porém quando se tratando de um livro infanto, elas não são realmente necessárias, já que grande parte das explicações reside na capacidade imaginativa de cada criança. Além desses elementos também há um ar cômico na história sem deixar de trabalhar assuntos também sérios, como a família, a amizade, lealdade, e as consequências para uma criança de viver em um mundo devastado e sem grandes esperanças.
Acho que o que mais gostei no livro foi ver a autora também nos apresentar o lado de fora. Grimsdon foi uma fatalidade, mas o mundo não está todo submerso, então porque todos eles insistem em viver ali? O que há além dos limites da água nos é mostrado e justificado através do porque cada um deles ter optado permanecer na cidade. E, conforme caminhamos na trama, descobrimos mais e mais tanto sobre o mundo interno quanto do externo.
Como mencionei no começo, esse é um livro com uma escrita simples para jovens que estão se inserindo na leitura, mas mesmo assim consegue apresentar uma história interessante e com desdobramentos. Acho que eu nunca tinha visto uma distopia para crianças nesse formato e acredito que seja uma boa opção para instigar pequenos leitores a se aventurarem entre os livros.
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