Lizzy 04/02/2015
"(...) Não, não me arrependo de nada. Porque a minha vida, porque as minhas alegrias hoje começam contigo"
Estou exultante ao terminar esta trilogia. Cavalo de Fogo Gaza superou as minhas expectativas. Os mesmos erros mais uma vez separam nossos queridos protagonistas, todavia fica claro que este volume é o relato da superação e exaltação de um amor inquebrável.
O cenário dá um giro de quase cento e oitenta graus e coloca Eliah e Matilde no centro do conflito bélico na faixa de Gaza, um dos territórios mais densamente povoados do mundo, e também um dos mais castigados desde a criação do Estado de Israel ao término da Segunda Guerra. Ela foi atuar como médica na região; ele aceita treinar os soldados das forças especiais de Arafat. Ambos desconhecem o destino do adorável Jerôme, bem como que constituem peças chaves de um complexo plano de dominação e destruição em massa.
FB clama a nossa reflexão para a vida duríssima desses povos, devastados por uma opressão separatista e cobiça mundial sem precedentes. Em meio a isso, Saddam Hussain coloca em prática seus planos atômicos. Foi incrível como as peças de encaixaram à perfeição nesse jogo. Uma mescla de personagens reais e fictícios totalmente convincentes e cativantes, alcançando proporções cinematográficas.
As peças se mexem e, mais uma vez, o amor entre Eliah e Matilde é testado ao limite. Essas almas se fundem e protagonizam cenas íntimas memoráveis, ousadas e instigantes, com direito a uma trilha sonora inesquecível (especialmente Non, Je Ne Regrette Rien, da Edith Piaf). Mas, como se sabe, os obstáculos são imensos, os inimigos aparentemente invencíveis. Ouso dizer que somente soltei a respiração quando teve fim uma das perseguições aéreas mais emblemáticas da história dos livrinhos. Lutando, dirigindo, matando ou pilotando, Eliah faz tudo à perfeição. No amor, o que dizer, ele sabe “beijar a alma de uma mulher” (suspiros).
Adorei as histórias paralelas, especialmente do Nigel Taylor. Um suposto vilão que se redime lindamente, mas o final feliz não fica para todos...
Em resumo, uma leitura imperdível. Uma história de amor idealizada e fascinante. Dois personagens antagônicos que se completam. A heroína é a bondade personificada, um coração compassivo e entregue. O herói é excessivamente poderoso, marcadamente dominante, cuja natureza alcança extremos de bondade; noutras, torna-se um ser de grande capacidade destrutiva. No entanto, a autora soube conduzir o enredo unindo esses corações distintos de um modo apaixonante e sonhador. Recomendo imensamente.