Remissão da pena

Remissão da pena Patrick Modiano




Resenhas - Remissão da Pena


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dani 31/05/2022

"[...] esperando que alguém viesse nos buscar."
No começo, o livro causa certa confusão. Os fatos não são claros, as pessoas são misteriosas, a casa é cheia de segredos e sussurros. Aos poucos fui entendendo que essa confusão é a mesma sentida por "Patoche", apelido do autor quando criança.

O primeiro livro da trilogia se concentra na infância do autor, fortemente marcada pela ausência dos pais, relata um período em que ele o irmão ficaram aos cuidados de amigas da família em um vilarejo próximo a Paris. Os resíduos da ocupação e da guerra estão presentes, mesmo que de maneira sutil, pois tudo é contado de acordo com a percepção infantil do autor.

Mais do que um romance, esse livro é uma busca por respostas, uma tentativa de costurar os retalhos de uma infância com poucas alegrias e muitas lacunas.
DANILÃO1505 07/06/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Ster 24/04/2022

Remissão da Pena, primeiro livro da Triologia Essencial, de Patrick Modiano.

No primeiro livro da autobiografia narrada como romance, o autor nos conta sobre um período de sua infância. São apresentadas as impressões que tivera à época do ocorrido, sob a perspectiva infantil.

"Patoche" e o irmão são temporariamente cuidados por amigas da mãe, uma artista em turnê. Durante esse tempo os dois conhecem diversas pessoas, cada uma com um jeito peculiar de ser aos olhos dos irmãos.
DANILÃO1505 06/06/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

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Anna 20/02/2015

“Remissão da Pena” de Modiano e a espera por algo que nunca chega.
O ano de 2015 está sendo marcante em um quesito: ler autores que sempre me recomendavam e eu teimava em nunca iniciar a leitura. Nesse carnaval eu tive a oportunidade de começar (e terminar) de ler “Remissão da Pena” do autor francês Patrick Modiano que ganhou o nobel de 2014.

Modiano é autor de inúmeros livros, mas recentemente, “Remissão da Pena” foi lançado pelo Grupo Editorial Record em uma edição linda. Aproveitei o momento e não me arrependi da leitura.

“Remissão da Pena” é uma biografia romanceada, é uma forma bonita e quase poética de Modiano contar sua história, nos mostrar figuras marcantes de sua vida e deixar de um jeito subentendido uma mensagem bonita que tranca no coração da gente.

A biografia, narrada a partir de lembranças de uma infância, não parece tão distante e conta com personagens importantes. Das mulheres que criam Patrick e seu irmão, duas se destacam. Uma delas que parece segurar a tristeza nos braços e outra que caiu dos sonhos e foi artista de circo. Essas mulheres são importantes e ganham destaque na narração do jovem. Aqui também encontramos Jean D. e Roger Vincent, personagens icônicos e tão bem narrados que eu poderia reconhecer Roger Vincent se e o encontrasse na rua.

A história que se passa principalmente na rue du Docteur-Dornaine fala sobre a infância, sobre a inocência e acima de tudo: sobre a espera. Essa biografia se perde em pequenos momentos de espera, espaços de tempo que não voltam e te deixam com um sentimento latente de esperar por alguma coisa que nunca chega ou não pensa em voltar.

Esse sentimento faz com que o final, quando chega, mostre que algo está faltando… Quem você esqueceu de buscar, o que nunca chegou e o quanto de nós existe em Patrick e seu irmão esperando naquela porta?

Sempre gostei de ler biografias, mas de um jeito especial terminei “Remissão da Pena” com um certo estranhamento que depois de um longo tempo, já me fez querer guardar o livro no coração e me lembrar que as vezes precisamos esperar para que algumas leituras façam sentido dentro da gente, principalmente quando o livro deixa um silencio tão grande em nosso próprio vazio.

site: http://pausaparaumcafe.com.br/remissao-da-pena-de-modiano-e-a-espera-por-algo-que-nunca-chega/
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Higor 31/05/2016

A inocência de uma criança
Desde que iniciei o projeto 'Lendo Nobel', eu estava bem decepcionado com Modiano, pois já havia lido 'Dora Bruder' e 'Para você não se perder no bairro' (antes do projeto), que são livros arrebatadores, cada um do seu jeito, mas não encontrava o mesmo Modiano nos seus primeiros livros publicados, tanto que iria ler outra coisa para então retomar os demais livros do autor. Mas aqui está um livro incrível do autor que eu achara incrível na primeira leitura.

'Remissão da pena' vai deixar o leitor desolado, com uma sensação de vazio, de abandono. Primeiramente porque estaremos lidando com uma criança e toda a sua inocência como protagonista. É o querido Patoche, o nosso Patrick Modiano quando criança. Sim, uma autobiografia. 'Remissão da pena' faz parte da 'trilogia essencial/autobiográfica' do autor, como se os outros livros já não mesclassem ficção e fatos reais.

Pantoche e seu irmão moram com as amigas de sua mãe, pois ela está em turnê de teatro pela África, e o pai até os visita, mas não sabemos exatamente porque não fica com eles. Acompanhamos então a rotina dos dois, vivendo com essas mulheres diferentes que atraem olhares tortos dos vizinhos. Com toda a inocência que uma criança tem, o leitor percebe que algumas coisas estão acontecendo ali, mas as crianças ou não sabem do que os adultos conversam, ou não têm interesse no assunto, daí o mistério fica o tempo todo no ar.

O livro certamente vai causar decepção para muitos por conta da falta de ação, mas eu posso compará-lo facilmente com outro livro aparentemente bobo, mas igualmente incrível, O menino do pijama listrado. O clima de inocência e tensão ao mesmo tempo é constante, e embora nada aconteça, o leitor já se prepara para o final, que certamente vai destruir qualquer um.

Diferente dos outros livros do autor, não temos um personagem em busca de si, mas as memórias e a menção constante ao período nazista estão lá, narradas na vida do autor e de sua família, mais precisamente de seu pai, e é neste livro que começamos a entender o porque de Modiano ter sido laureado. Começamos apenas, porque muitos não acham este livro forte ou arrebatador.

De maneira simples e inocente, Patrick Modiano vai nos contar em pouquíssimas páginas como foi sua infância, com momentos de paz e serenidade, mas outros frios, cinzentos, de turbulência. Ali vemos um Modiano em ação, fazendo em sua vida coisas que futuramente seus personagens farão nos livros, assim como algum trecho de sua vida vai ser relatado em um livro.

Com a mão na boca, o leitor vai se perguntar, ao final do livro: 'Sério? Como assim?' e mergulhar em pensamentos sobre como o pequeno Patoche lidou com a sua situação, conseguiu contorná-la e se tornou no autor prestigiado que é hoje.

Esta resenha faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: http://leiturasedesafios.blogspot.com
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anoca 19/01/2021

o desenrolar dos fatos ocorre de maneira lenta, mas assertiva. por ter poucas páginas, acaba sendo uma leitura fluida e leve; porém nada de extraordinário. inclusive o final deixa c bastante expectativa para os volumes seguintes
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Pandora 07/08/2023

Este pequeno livro me acompanhou num período de leituras escassas, em que eu tive dificuldade de me concentrar por muito tempo. Lia um pouquinho a cada dia. E neste caso foi bom, porque é um livro repleto de lembranças fragmentadas do próprio Modiano, de um curto período pós-guerra em que ele e seu irmão foram deixados aos cuidados de amigas dos seus pais, num vilarejo próximo a Paris. A mãe atriz viajava pelo mundo em turnê e o pai aparecia de tempos em tempos, com amigos, nos intervalos de viagens misteriosas.

Quem são essas amigas? Só se sabe o que o narrador nos conta de suas lembranças: que a pequena Hélène tinha trabalhado no circo e mancava ligeiramente por causa de um acidente; que Annie, a meiga loura que sempre vestia uma velha jaqueta masculina de couro marrom, ia quase todos os dias a Paris no seu Renault 4cv bege; que sua mãe Mathilde era rígida e metia medo no garoto que chamava de “imbecil afortunado”. E havia também a silenciosa Branca de Neve, a moça de cabelos pretos sempre num coque e olhos verdes quase transparentes, contratada para tomar conta das crianças e buscá-las na escola.

A casa também era frequentada por alguns outros personagens: Frede e seu sobrinho - com quem as crianças brincavam sem ao menos saber seu nome -, o americano Roger Vincent, Jean D. e Andrée K. Nas cercanias, havia um castelo em ruínas que povoava a imaginação das crianças, por causa das histórias contadas por seu pai.

E era isso. Numa escrita enxuta, o cotidiano infantil de Modiano aos 10 anos é contado pelo autor adulto pelo que ele lembra, não havendo a preocupação de inventar o que não sabia ou entendia. Há muitas lacunas. E passado algum tempo, o entra e sai daquelas pessoas foi ficando cada vez mais frequente, ao mesmo tempo em que conversas cochichadas, frases sobre uma tal “gangue da rua Lauriston” e uma estranha movimentação noturna aconteceram.

Confesso que estava achando o livro agradável, mas nada demais, até o fim. O último parágrafo me derrubou. Percebi que boas histórias podem ser contadas com poucas palavras; que personagens dos quais não se sabe nada ou muito pouco podem ficar na nossa lembrança e que é possível sentir exatamente o que o pequeno Patrick sentiu, um dia, lá longe, naquela cena final.
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Natália 24/02/2020

Embora a leitura seja muito breve e fluída, demorei para me envolver, mas a história, contada por recortes, inclusive autobiográficos, tem um desenvolvimento surpreendente e intriga. Recomendo!
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 11/04/2015

Sem respostas, fica no campo de uma autenticidade poética
Primeiro de uma trilogia composta por Flores da ruína e Primavera de cão (lançados em breve pela ed. Record), Remissão da pena apresenta o pequeno Patrick – ou Patoche, como é carinhosamente chamado – e seu irmãozinho, que vivem em um vilarejo próximo de Paris sob os cuidados de amigas de sua mãe.

É na rue du Docteur-Dordaine que tudo e nada acontece. O que conhecemos é o cotidiano de banalidades, um pouco da vida escolar e da rotina caseira do jovem protagonista. A espera é um sentimento à espreita em cada esquina; a mãe está sempre em turnê com o teatro, já o pai vive viajando a negócios – dos quais nada sabemos com detalhe nem certeza – e visita os garotos esporadicamente. Se voltarão de vez ou não, é enigma que ninguém sabe.

De fato, tudo o que se conhece sobre a vida e a casa em que as duas crianças vivem é o que permite entrever os olhos do garoto Patoche. Das quatro mulheres que habitam a casa, sabemos que a pequena Hélène foi uma amazona e acrobata de circo (afastada da carreira após um acidente); que Annie é jovem, doce e brincalhona, e vai todos os dias a Paris em seu Renault 4cv bege (e muitas vezes não dorme em casa); que Mathilde, mãe de Annie, é meio megera e se dirige a Patoche por “imbecil afortunado”; e que Branca de Neve, a moça que toma conta dos meninos, é silenciosa e dona de um coque preto severo e olhos claros “transparentes”.

A casa é movimentada e os garotos aprenderam a se acostumar com o intenso vaivém. É frequente a visita de amigos, que nos são apresentados como Jean D., Roger Vincent, Frede, Andrée K. Quem são e o que fazem realmente são informações que permanecem turvas, tal como o são na cabeça de Patoche.

Aos poucos, os espaços em branco dominam a trama, narrada em primeira pessoa pelo garoto. Patoche e seu irmãozinho não participam plenamente das coisas na casa; tudo o que sabem se resume a dados soltos captados em conversas alheias, que vão montando e interpretando de acordo com sua mente ainda pousada na inocência infantil. Portanto, o que fica é certa aura misteriosa que envolve a todos, em especial Annie – o que ela faz todos os dias, qual sua real relação com seus amigos? – e, claro, os pais dos meninos, cuja ausência chega a ser inquietante.

A vida de menino aparece intercalada por momentos já como um jovem adulto, estudante vivendo sozinho em Paris e dando início à carreira de escritor, e que acaba por reencontrar pessoas do passado vivido na rue du Docteur-Dordaine.

Com extrema simplicidade, Modiano tece uma vida infantil feita de fragmentos, apoiada na memória e marcada por ausências. A solidão escoa das entrelinhas, bem como o desamparo e um pedaço de infância desprovida de cor. Coloridos são apenas os carrinhos bate-bate, que certa vez maravilharam os irmãos e são tema das conversas antes de dormir. Coloridas também são as visitas do pai e as histórias que ele conta sobre um tal Marquês de Caussade, dono do castelo abandonado que fica nas proximidades da casa dos meninos; e também cheias de cor são as incursões noturnas ao dito castelo, planejadas por Patoche e o irmãozinho.

Remissão da pena não traz respostas – talvez frustre quem as espera. De atmosfera cinzenta e apática, o livro é o que é: memórias de um período em que tudo o que se faz é esperar. O que é desconhecido assim permanece. Nada de artifícios mirabolantes; para preencher o vazio – os vazios, pois passam a ser muitos –, apenas um quê poético e a bonita autenticidade com a qual nos brinda Modiano.

LEIA PORQUE...
De leitura rápida, o livro tem narrativa mais simples do que se espera. Além disso, o cara ganhou um Nobel de Literatura – o que já é motivo suficiente para querer conhecer os seus livros.

DA EXPERIÊNCIA...
Fui surpreendida pela simplicidade e pela singeleza do livro; cheguei à conclusão de que fiz um excelente début na obra de Patrick Modiano.

FEZ PENSAR EM...
Biografias para quem não curte biografia (post que fiz há um tempinho). Este livro tem tudo para entrar na lista!


site: http://livrolab.blogspot.com
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Polliana 14/03/2017

Singela descoberta
Remissão de pena foi uma daquelas leituras que comecei sem nenhuma expectativa, mas me surpreendeu, primeiro o tema dá guerra que é relatado por uma criança, a sensação de abandono e a espera permeia toda a narrativa, o livro é uma autobiografia romanceada do autor o que torna a obra ainda mais incrível.
Preciso ler tudo desse autor.
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Pdrosaleitor 17/06/2021

Teus olhos, leitor, tua própria infância.
Uma infância que poderia ser comum, mas com um toque poético de saudosismo, tanto pelo conhecido como pelo desconhecido. Diria que mais ainda pelo desconhecido, aquilo que o autor (quando criança) via e ouvia entre uma brecha pela porta, pessoas que pareciam amáveis e confiantes, mas que tinham algo a esconder, embora não fossem de caráter fraco. Mas o mais profundo mesmo são as sensações, os sentimentos e a inocência infantis que recobrem a camada misteriosa das memórias. São os detalhes que fazem toda a diferença.
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Amanda 27/05/2015

Remissão da Pena
“Estacionada em frente à casa, o motor desligado, tal qual um barco de patrulha trazido pela ressaca e que ancora na costa imperceptivelmente.” Pág. 48

Livro cedido em parceria com o Grupo Editorial Record.

Em 2014 Modiano foi laureado com o Prêmio Nobel da Literatura pelas suas memórias. Remissão de Pena é o primeiro de uma trilogia onde o escritor faz uma autobiografia de sua vida, mesclando-a com ficção.

Neste primeiro livro, vemos a infância, após a segunda Guerra Mundial, do pequeno Patoche, como ele é carinhosamente chamado, e de seu irmão mais novo, através de uma narrativa singela e inocente, cheia de fragmentos. O mundo através dos olhos de uma criança que não sabe realmente o que está acontecendo à sua volta.

A mãe deles é uma espécie de artista de teatro, em turnê pela França e parte da África, e os deixou aos cuidados de um grupo peculiar de amigas, que moram em um vilarejo perto de Paris. Hélène, uma acrobata; uma mulher que chamam de Branca de Neve; Annie, que pouco sabemos sobre, apenas que vai todos os dias à Paris em seu carro e às vezes não dorme em casa e Mathilde, mãe de Annie e a mais velha da casa, que tem um apelido peculiar para o pequeno Patrick. Seu pai os visita esporadicamente, pouco sabemos dele também, apenas que seu trabalho é algo misterioso.

“Eu distinguia seus rostos sob a luz dorta da lâmpada do alpendre. Alguns ficaram gravados em minha memória para sempre.” Pág.59

A casa é frequentada por várias pessoas, amigos, geralmente homens. Temos a sensação de que algo estranho está acontecendo, mas por não termos a história completa, apenas a visão de Patoche, acabamos ficando ‘no ar’ sobre os acontecimentos. A história é parada, narrando principalmente o dia-a-dia das crianças e parte do que acontece no meio dos adultos.

A leitura é extremamente fácil e o livro bem curto, eu o li em uma sentada. Fica difícil falar sobre sem dar spoilers. Gostaria que ele fosse mais longo e que nos desse mais detalhes do que realmente aconteceu, porque algo grande aconteceu naquela casa.

“Às primeiras palavras, agiríamos como os alvos nos estandes de tiro que desabam quando a bala atinge um ponto estratégico.” Pág.78

site: http://escritoseestorias.blogspot.com.br/2015/05/resenha-83-remissao-da-pena.html
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Fla 15/03/2022

Romance autobiográfico
Se tem um gênero literário que não curto de jeito nenhum são as autobiografias.
O romance autobiográfico e ao mesmo tempo ficcional do ganhador do prêmio Nobel de literatura Patrick Modiano é muito interessante pois parece realmente narrado por uma criança.
A leitura é rápida mas engrandecedora.
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GE GADO 08/04/2017

Remissao da Pena
Que sensibilidade do autor nessa narrativa envolvente e bela.
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