Ele não é isso

Ele não é isso Rodrigo Moreira




Resenhas - Ele não é isso


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Rulha 12/03/2023

Terminei esse livro tem um bom tempo mas só agora voltei pro skoob! A escrita do autor é muito boa, te deixa instigada do começo ao fim, o suspense te corrói por dentro querendo saber mais e mais do final dessa história. Amo o jeito que ele conduz o livro e torna tudo mais incrível!
Recomendo demais pra todo mundo :)
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Tati Tavares 08/05/2017

Tendo uma capa peculiar, com um garoto e marcas de sangue, já alertam ao leitor de que muitos arrepios virão! – E isso se confirma a cada página virada.

O livro é narrado pela personagem principal, Matias. Porém, ao longo do livro são citados flashbacks e alguns relatos aparentemente desconexos com a história, o que nos anseia para descobrir o fim.

Nas primeiras páginas, no “prólogo”, alguns doutores relatam suas experiências e dias de vidas ao tentarem detectar o que seriam os monstros que atacam cidades, e devoram pessoas. Os denominados “issos”, próprios seres humanos.

Logo depois, entramos no contexto central. Matias detalha sua infância difícil, perdendo sua mãe em um trágico acidente, e tendo que viver com a tia, que não se importa nem um pouco com o garoto, o que o deixa vulnerável para feitios do marido dela, Raimundo.

“Puta que pariu! Acho que a cabeça dela explodiu inteira. Deve ter ficado igual a uma melancia espatifada no chão.”

Sim! O primeiro trecho do capítulo é esse. E uma mistura de desejo e repulsa faz com que a leitura não pare mais até a última palavra!

Matias é órfão de parentes, e esposa. Ele só pode contar com a vizinha, a quem ele é inquilino. Dona Celina, já uma senhora, faz de tudo para que Matias, e o filho, se sintam como parte da família e acolhidos por ela. Fato este que é reciproco, pois Matias somente tem a ela para recorrer.

Após conseguir um emprego, todos os dias ele vai para o trabalho, e deixa a criança com a senhora. Ela é como uma mãe para ele, e a quem lhe confia muito.

Os capítulos descrevem como era a vida de Matias como criança, seus traumas e medos, e até quando ele conhece a mãe de seu filho Junior.

Felícia e Matias namoravam quando mais jovens. Porém, nem sempre o rapaz foi “só amores” nesse relacionamento. Matias era um rapaz ruim, desfazia-se de Felícia, desprezava-a, e até mesmo após descobrir que ela estava grávida, a abandona.

A garota, que vinha de família religiosa, é expulsa de casa, obrigada a refugiar-se na casa da caridosa tia.

Matias aos poucos descobre que não é essa pessoa que ele quer ser para seu filho: Crescer sem família e sem alguém que o diga o quão importante é tê-lo. Arrepende-se e procura Felícia as pressas. Ele tem claros objetivos: quer casar, sair daquele bairro e cuidar de sua família.

A garota aceita, e eles se mudam.

Passa-se algum tempo, e a garota, com mente de mulher, carrega dentro de si um bebê prestes a nascer.

*

O cenário é a estação da Sé, centro de São Paulo. O casal caminha de mãos dadas, felizes e a caminho da entrada do metrô. Até que são surpreendidos por um cão furioso que acaba por morder a perna de Felícia. Há muito sangue, e a ferida é exposta. Entretanto ela confirma estar bem, e mesmo aos tropeços, os dois voltam para casa.



Sem dar muita importância, passam-se dias, e a ferida é tratada somente a modo caseiro.

*

Aos poucos descobrimos a história… Entre os dèjá vu’s de Matias.

Júnior, ainda quase um bebê de colo, queima em febre constantemente, fazendo com que Matias tenha que sair ou faltar ao trabalho. Dona Celina insiste em cuidar disso para que o rapaz não se prejudique, porém o instinto de pai prevalece.

O garoto delira, se contorce e os médicos não são capazes de descobrir o que ele tem. Nem ao menos um exame é solicitado, pois é mais fácil dizer: “pai, ele está com uma virose que provavelmente o infectou por uma bactéria do ar”. Esta é a grande sacada e crítica do autor para com a cidade de São Paulo, arrisco a dizer que para com o Brasil inteiro! A saúde pública é uma calamidade: super lotações, médicos desmotivados, e o mais graves, vidas são perdidas desenfreadamente sem mais nem menos, por um sistema e governo que não olham além dos seus.

*

As idas ao hospital são frequentes, Matias implora para que a Drª Luiza o ajude, mas ela garante já ter feito de tudo, – a fala politicamente correta.

O estado de Júnior é cada vez pior. O garota se morde, ou se excita quando sente o cheiro de sangue ou carne. Já não é mais uma criança indefesa, se torna um peso para Matias, que já não trabalha, pois o filho o toma cem por cento de sua atenção.

Um vizinho curioso, Romeu, advogado, está sempre por perto. Famoso por ser usuário assumido de cocaína, está a perturbar Matias e Dona Celina como pode.

*

A situação é desoladora. Matias há dias não toma banho, delira por falta de descanso, até mesmo vê a falecida esposa, a casa está destruída, e Júnior cada vez mais inexplicável: possui punhados de cabelos que lhe faltam na cabeça, no chão, em meio a feridas e mal cheiro.

Dona Celina até tenta ajudar, mas o caso não passa mais apenas de boa conversa, e sim, para caso de polícia. Ela definitivamente quer a guarda do garoto, para o bem dela, de Júnior, e principalmente de Matias, agora um zumbi ou morto vivo.

*

Sem sucesso, Dona Celina não consegue nenhum acordo com Matias a respeito da guarda do menino, ao invés disso, amarra a senhora e a deixa por inúmeros dias trancada.

Júnior está no quarto. Possui alguns ossos fora do lugar, e muitas feridas que ele próprio as fez. Romeu acaba sendo trancafiado junto com o garoto, ao tentar adentrar a casa. E ali, naquele quarto fechado, Júnior ataca ferozmente Romeu, e crava seus dentes na perna do homem, sem chances para reação. Matias sabe que não há chances para seu filho, mas mesmo assim, deixa que a luta prossiga.

Como esperado, o não mais bebê, mas sim um ser indecifrável, um “isso”, falece. Ao ver o cadáver destroçado, Matias chora – ele que já não age mais por sim, que já não pertence a esse mundo, decide então sair… Simplesmente sair, fugir de tudo que passou.

*

– A seguir contém spoiler.

Aquela simples mordida de um cachorro em Felícia, até então inofensiva, transmitiu o vírus do gênero Lyssavirus, mais conhecido como raiva para ela e o filho, e posteriormente à massa. E isso na humanidade é uma catástrofe total que caminha para a destruição desenfreada da civilização.

Lembram-se da Drª Luiza, aquela negou-se a ajudar um pai desesperado? Pois bem, agora ela está grávida, em meio ao caos que o mundo enfrenta.

O mundo é isso mesmo… Sem palavras para mais elogios à essa obra. É simplesmente brilhante! Atrás da ficção, retrata a nossa sociedade atual, infelizmente. Ele não é isso é um retrato do valor que tem-se dado hoje ao “estar ou não vivo”, pois alguns já possuem suas almas mortas.

Resenha da página Cita Livros - LEIA MAIS EM: citalivros.com.br

site: http://citalivros.com.br/resenha-ele-nao-e-isso/
Rodrigo Moreira 12/09/2017minha estante
Obrigado pelas palavras, Tati!
Ele não é isso é um "terror urbano" (pelo menos é assim que eu defino rsrs). Embora a fantasia esteja presente em 90% da obra, os acontecimentos são do dia a dia. Podem, inclusive, acontecer com... o seu vizinho!!! (Espero que não hahahaha).
Mais uma vez, muito obrigado :)




Maria1691 19/09/2016

Ele Não É Isso, de Rodrigo Moreira
Neste livro vamos conhecer a história de Matias Castro, um homem marcado por um passado conturbado; seu pai abandonou ele e sua mãe quando Matias era ainda um bebê, e algum tempo depois ele acabou presenciando a morte trágica de sua mãe. Também foi maltratado pela tia e abusado pelo namorado dela; isso tudo acabou por torna-lo um rapaz perturbado.

Quando era jovem, conheceu Felícia, a garota mais linda de seu circulo de amigos; fez de tudo para ficar com ela, e quando conseguiu, ela logo engravidou e ele a abandonou.

Tempos depois, arrependido, foi à procura de Felícia, então eles voltaram a namorar e logo depois foram morar juntos para poder criar o filho. Meses depois, quando eles já estavam se dando bem novamente, Felícia foi atacada por um cachorro que feriu gravemente sua perna; eles não deram muita bola para os avisos de que precisavam ir ao hospital e voltaram para casa.

Dias depois o ferimento piorou e sua mulher acabou falecendo; os médicos então tiveram que realizar um parto de emergência para tentar salvar o filho do casal; viúvo e sozinho, entregou-se à rotina...

Resenha Completa Em:

site: http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/2016/09/ele-nao-e-isso-de-rodrigo-moreira.html
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Clube do Livro 13/06/2016

Resenha Blog Clube do livro Por Ingrid M.S
“Ninguém acreditaria que uma doença mais assustadora do que a aids, tão corrosiva quanto o câncer e absurdamente mortal tal qual a peste negra, poderia surgir. Crença! É esta a fina camada de confiança e fé que nos cerca. Que nos dá a sensação de que estamos a salvo neste mundo e de que nada, absolutamente nada, poderia ser pior do que aquilo que existiu ou ainda existe.”

Matias Castro tinha um passado conturbado, morou no subúrbio, sua mãe morreu e seu pai os abandonou, sendo maltratado pela tia que ameaçava dá-lo para adoção. Perdeu também a esposa, Felícia, após a mordida de um cão que trouxe grandes consequências, ficando viúvo e sozinho, entregando-se a rotina, do trabalho para casa e vice-versa, onde costumava chegar atrasado. No entanto, ultimamente, seu chefe parecia animado demais com o crescimento da empresa para se importar com isso a ponto de tomar alguma medida drástica e, como se já não bastasse ser o quebra galho, recebeu mais uma função.

“... uma das coisas que se espera de um casamento é envelhecer junto com a pessoa amada. Torna-se injusto se a partida chega cedo demais para um dos dois e sinceramente, a morte não é o melhor parceiro para se relacionar.”

Contava com a ajuda da bondosa vizinha, dona Celina, uma mulher batalhadora, professora aposentada com mais de 70 anos de idade, para cuidar de seu filho, Júnior, de apenas 2 anos de idade, o que ela fazia com muito gosto. Nunca se casou e sequer foi mãe, vinda de uma família simples do interior de Minas Gerais, deixou cedo à casa dos pais indo para São Paulo realizar o sonho de se tornar professora, enfrentando muito obstáculos, um deles, o preconceito por causa de sua cor.

“Enquanto dona Celina se lembrava de seu passado, um grito foi ouvido seguido de muita agitação. Ao olhar ao redor, não viu mais Júnior. O que presenciou foram muitas pessoas correndo e gritando:
“Ele caiu!!”. “Levante ele!!”. “Não está respirando!!”. “Tem sangue saindo da cabeça!!”.”

De uma hora para outra, como se as coisas não fossem suficientemente difíceis para Matias, seu filho Júnior começa a se comportar de forma estranha, suspeita, anormal. A partir daí começam as cenas realmente fortes, aflitivas, que vão mexer com a cabeça do leitor.

Uma história diferente de tudo que já li, que foge do clichê, intensa e certamente perturbadora, porém, desenvolvida de forma exemplar. Narrada em terceira pessoa, intercala entre os acontecimentos do passado e do presente, que se completam, trazendo mais clareza, com uma linguagem espontânea que torna tudo mais real, acompanhada de gravações e cartas. Nas últimas páginas há textos excluídos e algumas fotos que serviram de referência, com elementos que ajudaram a compor o cenário.

A sinopse me pegou de jeito fazendo com que iniciasse a leitura cheia de expectativas, as quais foram todas superadas. "Ele não é isso" me surpreendeu muito do início ao fim com tamanha criatividade no modo como os fatos foram construídos, encaixando-se perfeitamente em uma trama composta por personagens peculiares, cativantes e sombrios.

A escrita do autor é precisa, realista, instigante, com toques de drama, terror, mistério e suspense, tendo cada um deles o seu momento e partes em que se unem em sintonia, impactando o leitor. Foi uma leitura rápida e impressionante.

A capa remete diretamente ao conteúdo. A diagramação é detalhista e expressiva. A revisão é ótima.

Dou cinco estrelas e recomendo para quem aprecia o gênero!


site: http://clubedolivro15.blogspot.com.br/2016/06/colaborautoras-resenha-nacional-ele-nao.html
Rodrigo Moreira 17/06/2016minha estante
Obrigado, e que bom que conseguiu sair inteira do edifício Nazaré :)




Gui Olí 05/01/2016

Muito bom!
O livro é bem perturbador, um terror bastante interessante e com um elemento que eu gosto muito: uma história não linear, que passeia entre passado e presente, explicando na hora certas os motivos de cada acontecimento.

Somos introduzidos a um mundo aparentemente apocalíptico antes de conhecer o protagonista, Matias. É um cara com um passado bastante complicado, no qual foi vítima, mas também algoz. Foi relapso, mas também muito dedicado.

Matias fica viúvo em um episódio que toma proporções maiores do que era possível imaginar. E como “bônus”, precisa criar sozinho seu pequeno filho, Júnior. Não exatamente sozinho, mas contando com a ajuda essencial de Dona Celina, sua vizinha e senhoria.

Além da rotina já agitada, como a de qualquer trabalhador com filhos, as coisas começam a ficar complicadas para Matias quando seu filho começa a se comportar de forma estranha. E assim começa o terror, mesclado com o passado dos personagens… Tudo mostrado em relatos fortes (alguns momentos são um tanto nojentos, mas faz parte!) que vão do lúcido ao insano em poucas linhas.

Mesmo sabendo desde o começo que o desfecho poderia não ser dos melhores e consciente de ser uma história de terror, por diversos momentos me peguei torcendo por um momento feliz. Não sei, talvez que fosse tudo apenas um pesadelo ou mesmo que um milagre acontecesse e todo o caos desse lugar para a paz. Principalmente porque os personagens geram muita identificação e empatia. Matias, por exemplo, passa por tantas coisas, mas é um pai tão carinhoso que não há como não esperar por um momento de “descanso” para ele. A mesma coisa se dá com Dona Celina, uma mulher forte, batalhadora, mas muito doce e caridosa, um verdadeiro anjo… Pois é, mas em histórias de horror nem sempre dá pra esperar por isso, não é mesmo?

Foi uma leitura rápida e intensa. Muitas vezes fechei os olhos, me sentindo em um filme de terror daqueles bem fortes, tamanha é a força dos detalhes das cenas. Acho que este livro tem tudo para fazer muito sucesso entre os fãs do gênero, passando longe dos clichês que histórias do tipo apresentam!
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